28/09/2019 - 15:00 - 16:30 CB-9A - GT 9 - Drogas e cuidados em saúde |
30601 - O CUIDADO ÀS JUVENTUDES EM UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL PARA ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS (CAPS AD) E NAS RUAS KASSIA FONSECA RAPELLA - UFF, ALUISIO GOMES DA SILVA JUNIOR - UFF
O presente trabalho pretende trazer o relato de experiência a partir do cotidiano dos atendimentos às juventudes em um Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e outras drogas e das vivências nas ruas, considerando a experiência da autora que atendeu cerca de 4 anos este grupo específico em um CAPS AD e também nos territórios e cenas de uso em um município da região metropolitana do Rio de Janeiro. A experiência de cuidado no CAPS AD e o ativismo (hoje materializado no movimento Isoporzinho da Prevenção) trouxe inquietações e com estas, a autora construiu um projeto de pesquisa para o Mestrado em Saúde Coletiva na Universidade Federal Fluminense, a fim de escutar os jovens sobre os sentidos de cuidado relacionado ao uso de álcool e outras drogas, onde buscam apoio e quais os sentidos do CAPS ad na organização do cuidado. Como metodologia da pesquisa, do tipo qualitativa, serão utilizadas entrevistas semi-estruturadas, observação participante, diário de campo e como estratégia para desenho das redes dos atendidos o Itinerário Terapêutico. Considerando que temos em curso o Estatuto da Juventude (lei 12.852/13) que prevê atenção integral às juventudes com idade compreendida entre 15 e 29 anos e ao mesmo tempo uma política de drogas proibicionista que coloca os jovens em situação de risco mais do que o uso de drogas, são encontrados desafios na construção dos projetos terapêuticos singulares preconizados pelos CAPS AD, desde os relacionados ao recorte cronológico dos serviços (CAPSi para crianças e adolescentes e CAPS AD para os maiores de 18 anos) até impasses mais estruturais na execução do cuidado pautado na Redução de Danos (que não prevê um modelo único de cuidado), conforme a política ministerial em Saúde. A proposta com este relato de experiência é publicizar esse projeto de pesquisa e discutir caminhos possíveis (e intersetoriais) no cuidado pautado na autonomia, no afeto e no vínculo, trazendo alguns aprendizados a partir do lugar de profissional, ativista e pesquisadora e defendendo a escuta dos jovens de outro lugar que não o de "imaturos" ou de "transição para vida adulta", mas como sujeitos sociais.
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