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Grupos Temáticos

29/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-10B - GT 10 - Classificação da deficiência, cuidado e direitos

30623 - PERFIL DE ASSISTÊNCIA AO DIAGNÓSTICO DE CRIANÇAS COM TEA DE UMA ASSOCIAÇÃO DA CIDADE DE MARABÁ-PA
ALINE COUTINHO CAVALCANTI - UNIFESSPA, HANDYLA MARIA ALMEIDA DE OLIVEIRA - UNIFESSPA, SILVANA SOUSA MARQUES - APAE-MARABÁ, MARIA DO SOCORRO CAVALCANTE - APAE-MARABÁ


Introdução
O transtorno do espectro autista (TEA) é uma síndrome comportamental caracterizada por déficits que limitam ou dificultam a comunicação e interação social, com comportamentos, interesses e atividades restritas e repetitivas (MARQUES, 2015). Sua etiologia é desconhecida, mas a teoria multifatorial é a mais aceita, envolvendo fatores genéticos e ambientais (SILVA, 2009). O diagnóstico precoce potencializa um desfecho positivo e a lei 13.438 torna obrigatória pelo SUS a aplicação de protocolos de avaliação de riscos para o desenvolvimento psíquico das crianças de até 18 meses de idade.

Objetivos
Descrever o perfil de crianças com TEA da APAE-Marabá segundo o tipo de serviço no momento do diagnóstico, proporcionando reflexão em relação ao suporte oferecido para a confirmação do diagnóstico e planejamento terapêutico.

Metodologia
O estudo descritivo, retrospectivo e de natureza quantitativa foi realizado com dados secundários (n=83), descrevendo o perfil segundo sexo; idade; idade durante o diagnóstico; CID; especialista; município do diagnóstico; e uso de medicamentos. Os dados foram coletados em setembro de 2018 na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais-APAE em Marabá-PA e analisados através do software Excel 2010.

Resultados e discussão
A distribuição por sexo indicou uma maior prevalência do sexo masculino (78,3%), correspondente à literatura, que cita 3 a 5 meninos para 1 menina. Em relação à idade, destaca-se o maior percentual de crianças entre 9 e 11 anos (32,5%), mas também o percentual de crianças entre 3 e 5 anos (14,4%), quando o estímulo terapêutico pode contribuir para o desenvolvimento da criança de forma significativa. O diagnóstico de 91,5% das crianças ocorreu através do código F84.0 para TEA (CID-10), além do diagnóstico de comorbidades em 27,7% destas crianças, como epilepsia (34,7%), distúrbios de atividade e de atenção (26%), paralisia cerebral (17,3%), retardo mental leve (8,6%), moderado (13%) e grave (8,6%). De acordo com a OPAS (2017), indivíduos com TEA frequentemente apresentam comorbidades como epilepsia e comprometimento intelectual, encontrados nesse estudo, além de depressão, ansiedade, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. O uso de medicamentos foi relatado por 57,8% dos indivíduos.
Na amostra estudada, a idade no momento do diagnóstico foi descrita em 33% como realizado entre 1 e 3 anos; 36% entre 4 e 6; 12% entre 7 e 9; 6% entre 10 e 14; 2% acima de 15 anos, havendo 11% com idade no momento do diagnóstico não identificada. O diagnóstico precoce é importante por promover melhora significativa ao desenvolvimento do indivíduo, mas ainda há indivíduos com atraso no diagnóstico, o que dificulta, mas não impossibilita, a efetividade das terapias para o TEA. A proporção de 50,5% destas crianças foi diagnosticada em Marabá (PA), mesmo havendo dificuldade de acesso a especialistas no município, sugerindo a busca por serviços de saúde privados, já que 73,4% deles eram provenientes da assistência privada à saúde. O diagnóstico do TEA é eminentemente clínico, sendo importante contar com uma equipe multidisciplinar (SILVA, 2009), o que foi encontrado na nossa amostra (48,1%).
O perfil descrito das crianças atendidas pela APAE-Marabá foi de maioria de crianças do sexo masculino, entre 9 e 11 anos, tendo sidos diagnosticados entre 4 e 6 anos com o CID F84.0, por equipe multiprofissional do sistema privado, no município onde moram, havendo crianças com comorbidades e em uso de medicamentos.

Conclusão
Ainda há crianças com diagnóstico tardio e não especializado, mesmo com a lei que torna obrigatório o diagnóstico precoce, além de haver literatura sobre sinais de alerta para TEA durante o acompanhamento dos indicadores de desenvolvimento infantil. O diagnóstico precoce precisa ser prioridade e as equipes de saúde devem ser capacitadas tanto para esta etapa quanto para as terapias multidisciplinares, de modo a proporcionar o desenvolvimento cognitivo e social destes indivíduos.

local do evento

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