28/09/2019 - 13:30 - 15:00 EO-14A - GT 14 - Diferentes abordagens da e na Extensão |
29846 - EDUCAÇÃO E TRABALHO INTERPROFISSIONAL: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO EM UMA EQUIPE SAÚDE DA FAMÍLIA AILMA DE SOUZA BARBOSA - UFPB, AYLA MIRANDA DE OLIVEIRA - UFPB, BARBARA RACHELLI FARIAS TEIXEIRA - UFPB, VERÔNICA EBRAHIM QUEIROGA - PMJP, FRANKLIN DELANO SOARES FORTE - UFPB
APRESENTAÇÃO/INTRODUÇÃO: O desenvolvimento da Educação Interprofissional (EIP) no Brasil tem sido apoiado pelas Políticas Indutoras para a Formação em Saúde, como o Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde (PET-Saúde), o Pró-Ensino na Saúde e as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos da saúde, que têm se caracterizado como ferramentas importantes para orientar a formação profissional, e reconhece a necessidade de adotar a EIP como uma estratégia capaz de superar a fragmentação do trabalho em saúde no país (ROSSIT, at al 2017). É nesse cenário de inquietação e de compromisso com a oferta de serviços de saúde de melhor qualidade que a EIP se consolida como caminho para fortalecer a lógica da colaboração na dinâmica do trabalho em saúde (REEVES, 2016).
OBJETIVOS: O presente trabalho teve como objetivo desenvolver uma intervenção em uma equipe da estratégia saúde família, com base na problematização na perspectiva da educação e do trabalho interprofissional e compreender as potencialidades e fragilidades desse processo.
METODOLOGIA: Trata-se de um pesquisa-ação, na perspectiva de Thiollent (2011) junto a uma equipe de Saúde da Família do município de João Pessoa-PB. A população elencada foram os profissionais de nível superior (Médico, Enfermeiro, e profissional do NASF), nível médio (Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Saúde Bucal e Agentes Comunitários de Saúde), docentes supervisores dos estágios curriculares e supervisionados e discentes da Universidade Federal da Paraíba, dos cursos de Enfermagem, Nutrição e Odontologia constituindo-se como “pesquisador coletivo”. Incialmente realizou-se um diagnóstico sobre as práticas colaborativas e a educação interprofissional a partir de 15 entrevistas, as quais foram gravadas, transcritas e analisadas segundo o referencial de Bardin (2016). Em seguida propôs-se atividades a partir de oficinas de sensibilização sobre educação e trabalho interprofissional na atenção básica, as quais dispararam processos de planejamento de ações no recorte da saúde da criança, visando o desenvolvimento das competências colaborativas da EIP. As estratégias utilizadas foram, uma oficina de alinhamento conceitual, uma atividade desenvolvida no território: creche, duas atividades na USF. Para essa etapa realizou-se o registro a observação participante registrada em diário de campo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Pode-se constatar o reconhecimento do aprender e trabalhar junto com o outro, a importância da comunicação, priorizar atenção centrada no usuário no território e na perspectiva de cuidado integral com valorização da integração ensino serviço comunidade para qualidade da assistência. Na perspectiva dos discentes e docentes a EIP precisa ser trabalhada dentro das Instituições de Ensino Superior (IES), os cursos refletem ainda uma prática fragmentada e dividida em disciplinas e o trabalho coletivo muitas vezes só acontece quando estão nos cenários de aprendizagem na maioria de forma incipiente e com alguns tensionamentos. Nos relatos constata-se a diversidade de estratégias utilizadas e dispositivos como planejamento coletivo, reuniões de equipe, Projeto Terapêutico Singular, visitas domiciliares e outras ações focadas nas necessidades da comunidade, família e território, vislumbrando uma aproximação que parece favorecer os nexos interprofissionais, favorecido pela articulação com a Rede Escola e inserção nos projetos da reorientação da formação, pela disponibilidade dos profissionais em aprender juntos, por existir uma agenda comum para todos os membros da equipe e por compreenderem às competências colaborativas e como potencializar o trabalho e o cuidado ofertado. As relações de poder estão presentes algumas vezes potencializam os processos e outros fragilizam. Diante desse cenário, elegeu-se a saúde da criança como oportunidade para as ações de educação em saúde desenvolvidas na unidade, na perspectiva da EIP.
CONCLUSÃO: Observou-se neste cenário iniciativas que estimulam ações que permeiam a EIP, vivenciada por trabalhadores, discentes e docentes. Os relatos expressam o desejo coletivo de transformar e valorizar às práticas de ensino aprendizagem, com vistas a qualificar o cuidado na Atenção Primária e alcançar um trabalho colaborativo efetivo na equipe de saúde, capaz de trazer mudanças na formação profissional, bem como dos futuros profissionais. As relações de poder estão presentes sendo importante o seu reconhecimento na mediação de conflitos, constituição de agenda comum entre os diversos atores e construção dialógica nas/das relações pessoais. Importante apoio institucional quer seja na IES como nos serviços de saúde. A intervenção favoreceu o (re)encontro entre os sujeitos, a troca de experiência e o aprendizado coletivo, o (re)conhecimento de papeis na equipe, assim como de estudantes e docentes e foi espaço dialógico e participativo de produção de saberes e fazeres em saúde da criança na atenção básica na perspectiva da EIP e das práticas colaborativas.
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