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Grupos Temáticos

30/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-14E - GT 14 - Extensão e serviços de saúde

31329 - METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS E GESTÃO AUTÔNOMA DA MEDICAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE DE UM MUNICÍPIO PARAIBANO: DESAFIOS E POTENCIALIDADES.
SARAH RAQUEL IZIDRO UMBELINO SANTOS - UFCG, ANA ROSA MARIA FELIX DE SOUZA SANTOS - UFCG, MARISTELA DE MELO MORAES - UFCG, RICARDO BRENO FERNADES GOES - UFCG, NATÁLIA VASCONCELOS DE FREITAS - UFCG, PEDRO HENRIQUE FELIX DA SILVA - UFCG, LIA SANTOS DE SOUZA - UFCG, CAREN REBECA NEVES DA SILVA - UFCG, GABRIEL FARIAS DINIZ - UFCG, MARIA LUÍZA SOUSA DE ALBUQUERQUE - UFCG, JOÃO GABRIEL GOMES PEDROSA DUARTE - UFCG, RODRIGO ANTONIO DA SILVA SALES - UFCG, ADRIANA REIS BEZERRA - UFCG, MYRIA JUSCILANIA MARAÇO SILVA - UFCG, GRACIELLE MALHEIRO DOS SANTOS - UFCG, DYEGO ALVES - UFCG, JAQUELINE CRISTINA DA SILVA CLEMENTINO - UFCG, ITAMARA LÍGIA RODRIGUES VIEIRA - UFCG, DANIELY ALVES MOREIRA - UFCG, RUTE CELINA BARROS ANDRADE - UFCG


O Guia da Gestão Autônoma da Medicação (GGAM), surge enquanto uma ferramenta para apoiar o cuidado compartilhado de medicamentos psiquiátricos, problematizando a centralidade das práticas de saúde na medicalização, propondo a possibilidade de criação de estratégias concretas para o enfrentamento do problema do consumo excessivo e inadequado de psicofármacos. Nesse sentido, o objetivo do projeto de extensão aqui relatado, desenvolvido pelo Núcleo de Pesquisa e Extensão sobre Drogas – NUD, da Universidade Federal de Campina Grande, consistiu em problematizar e contribuir para transformação das relações hierárquicas de poder entre os usuários, serviço e comunidade em uma Unidade Básica de Saúde da Família de um município de médio porte da Paraíba. Apostando no desenvolvimento de um olhar crítico, construído com às pessoas atendidas, a respeito do consumo dos medicamentos psiquiátricos, reconhecendo a centralidade dessas pessoas no próprio processo terapêutico para que, a partir do conhecimento sobre esses medicamentos, entendam seus efeitos desejados e indesejados, ampliando a compreensão sobre seus direitos e exercendo sua autonomia na construção do cuidado compartilhado em saúde. Nesse sentido, podemos dizer que os princípios da Educação Popular contribuíram no nosso trabalho, especialmente no estímulo ao exercício da cidadania e autonomia desses sujeitos, por partir de uma perspectiva de horizontalidade na construção conjunta dos saberes e práticas em saúde. As atividades foram desenvolvidas de maio a dezembro de 2018, como experiência piloto de grupos de discussão com o uso da GGAM. Após a realização de um período de articulação e apresentação das propostas às equipes, os/as extensionistas acompanharam a rotina dos serviços, junto com estagiários do curso de Psicologia, desenvolvendo ações em conjunto com as equipes de profissionais. Posterior à essa inserção nos serviços, foram feitos convites a partir das salas de espera no serviço e das visitas domiciliares à comunidade, para participar do grupo de discussão. No desenvolvimento de trabalho grupal da GGAM, é condição quase que indispensável a utilização de recursos metodológicos participativos nas experiências nas diferentes realidades nos quais a ferramenta é utilizada. Ainda que a Guia disponibilize um manual para os facilitadores das atividades de grupo, com uma série de recomendações sobre a centralidade na transversalidade das relações de poder dentro do grupo e sobre a co-gestão do trabalho, a experiência aqui relatada exigiu a adoção de inúmeras outras ferramentas participativas para potencializar a atividade com o grupo e o deslocamento do “modelo escolar” que a entrega da Guia impressa gerou enquanto expectativa nos participantes (ainda que esse modelo em nenhum momento tenha sido proposto pelo projeto de extensão que gerou o início da experiência relatada). Exigindo adaptações ainda mais intensas nesse importante recurso, entre outras razões, pela não familiaridade das pessoas atendidas com essa ferramenta de cuidados em saúde, pela falta de disponibilidade afetiva ou de tempo para participar de maneira pontual ou sistemática de determinadas atividades em unidades básicas de saúde, ou mesmo pela necessidade de superação do modelo de leitura-escrita que a Guia impressa necessita. Quando os integrantes entenderam a necessidade desse deslocamento e passaram a dar ênfase às experiências compartilhadas, às ferramentas metodológicas que conheciam e gostavam de utilizar ou de manejar, as suas singularidades e as diferenças relacionadas ao contexto emergiram efetivamente, de modo a fortalecer o grupo e potencializar o processo. Ao todo, foram 23 encontros que, além de facilitados metodologicamente a partir da GGAM, utilizou de outros recursos participativos para o trabalho com grupos (Práticas Integrativas e Complementares - PIC’s como Teatro do Oprimido e técnicas baseadas na arteterapia, por exemplo). Como resultado dessa experiência foram percebidas diversas mudanças como, por exemplo, nas relações de poder entre às pessoas atendidas e a equipe, visto que os usuários passaram a reconhecer seu direito de questionar, entender e direcionar seu processo terapêutico. Além disso, suas relações com os medicamentos utilizados foram modificadas, a partir da compreensão do uso específico de cada um e suas interações fisiológicas e sociais. Também foi possível construir novos modos de cuidado para além do medicamentoso, através da alimentação, da inserção em esportes ou exercícios físicos, como caminhadas na rotina, enquanto estratégias oriundas dos usuários em sua subjetividade. Outro resultado foi o fortalecimento de laços com a comunidade e consequentemente das Redes de Apoio dos sujeitos envolvidos.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

Campus I - Lot. Cidade Universitaria, João Pessoa - PB, 58051-900