28/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-14B - GT 14 - Extensão e agravos à saúde |
31180 - OFICINAS DE DIREITOS SOCIAIS PARA PESSOAS ACOMETIDAS PELA HANSENÍASE: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE AÇÃO EXTENSIONISTA
GIOVANA FERREIRA LIMA - UPE, NATALY LINS SODRÉ - UPE, RAPHAELA DELMONDES DO NASCIMENTO - UPE, EMÍLIA CRISTIANE MATIAS ALBUQUERQUE DA ROCHA - UPE, VIVIANE FERREIRA SILVA DE ARAÚJO - UPE, MARIA EDUARDA SOARES DA SILVA - UPE, THAÍS REGINA GOMES MENDONÇA - UPE, MAYARA FERREIRA LINS DOS SANTOS - UPE, BRUNA LÚCIA DE ARAÚJO VASCONCELOS - FACHO, RANDAL DE MEDEIROS GARCIA - UNINASSAU
CONTEXTUALIZAÇÃO: A hanseníase mantém-se como importante endemia para a saúde pública do Brasil, sobretudo por sua magnitude e pelo alto poder incapacitante, associado ao estigma. É importante desconstruir os preconceitos e barreiras que ainda limitam o conhecimento da população em relação a doença, realizando a educação em saúde para mostrar a cada indivíduo a existência da cura, da cadeia de contados e da busca dos seus direitos como acometido pela doença. Faz-se necessário, também, o trabalho com grupos de pessoas para um maior enfoque na questão de quebra do estigma, desmistificando a ideia de que a doença é um forte fator para a exclusão social. Nesse contexto o GRUPEV- Grupo de Pesquisa e Extensão, sobre cuidados, práticas sociais e direito à saúde das populações vulneráveis da Universidade de Pernambuco, em parceria com o Morhan - Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase, realiza vários tipos de ações voltadas para as problemáticas acerca da doença, entre elas se encontram as oficinas de direitos sociais que visam trazer à tona a discussão sobre essa temática de uma forma lúdica por meio de dinâmicas em grupos de autocuidado. DESCRIÇÃO: Trata-se de um relato de experiência de oficinas realizadas por acadêmicas de enfermagem da UPE em grupos de autocuidado com o apoio do Morhan-Recife, em unidades de referência da cidade do Recife-PE e região metropolitana. As oficinas foram feitas nos equipamentos de saúde: Policlínica Lessa de Andrade, Policlínica Clementino Fraga, Hospital Otávio de Freitas e no Centro de Saúde Herbert de Souza. PERÍODO DE REALIZAÇÃO: As oficinas foram realizadas de março à abril de 2019. OBJETIVOS: Relatar a experiência de acadêmica de enfermagem em oficinas acerca de direitos sociais para pessoas acometidas pela hanseníase em grupos de autocuidado. RESULTADOS: O Morhan Recife tem como principal bandeira a garantia de direitos das pessoas atingidas pela hanseníase, tendo isso em vista as atividades realizadas tiveram o intuito de discutir com os pacientes acerca dos seus direitos, através da metodologia ativa onde a inserção do participante como agente principal em seu autocuidado e busca de seus direitos. Sendo assim as atividades contaram com exposição audiovisual, caixa de perguntas e respostas que geraram discussão acerca das temáticas abordadas, tendo em vista dinâmicas que ajudam os indivíduos a terem acesso ao conhecimento sobre a doença e desmistificar os mitos que a mesma traz. Retratando a importância de conhecer os direitos das pessoas acometidas pela hanseníase como também, de entender a doença como um todo, mostrar o valor do autocuidado e da quebra precoce da cadeia de transmissão. Em todas as oficinas realizadas ocorreram uma dinâmica com música, perguntas e respostas, para o esclarecimento sobre os direitos sociais das pessoas acometidas pela hanseníase. Foi nítido o limite do conhecimento acerca do assunto, já que muitos dos participantes (tanto pacientes quantos profissionais das unidades) relataram saber a existência do direito, mas não sabiam como o mesmo funcionava. Os pacientes trouxeram em suas falas experiências próprias, nas quais os direitos haviam sido violados e as consequências dessas violações. Já os profissionais trazem indignação e sentimento de impotência em suas falas por não conhecer/entender os direitos sociais, reconhecendo que conhecer acerca da temática é de suma importância para fazer o direcionamento adequado e consequentemente um processo de trabalho mais eficaz e uma assistência sensível e qualificada. APRENDIZADOS: Através das oficinas, foi percebida a importância desse tipo de ação no âmbito da saúde, já que como relatado anteriormente, a hanseníase é uma doença negligenciada e estigmatizante, sendo primordial o olhar holístico para com essas pessoas, visando assim um cuidado integral. Então tanto para a formação acadêmica quanto para a população essas oficinas nos trazem um feedback positivo, já que possibilitou aos estudantes de enfermagem experiências pertinentes para a formação acadêmica, além de fortalecer o vínculo entre profissionais e pacientes/ex pacientes em busca de um bem comum, a garantia de direitos. ANÁLISE CRÍTICA: Utilizar a educação em saúde como estratégia para possibilitar a discussão dessas problemáticas, contribuem para o conhecimento da população acometida pela doença, bem como para a conscientização da sociedade. Sendo assim, as oficinas exercem seu ideal proposto quando reúne academia, movimento social e serviço, como plano estratégico para a efetivação dos direitos sociais e políticas públicas que visem garantir o cuidado integral e minimização do estigma e preconceito sofrido por essas pessoas.
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