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28/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-14B - GT 14 - Extensão e agravos à saúde

31639 - EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E ARTE DA PALHAÇARIA NO ENFRENTAMENTO DA DOENÇA EM CUIDADOS PALIATIVOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM HOSPITAL EM JOÃO PESSOA-PB
CHRISTIAN GIUSEPPE SANTOS ROCHA DE LIMA - UFPB, JOÃO VICTOR BEZERRA RAMOS - UFPB, JANINE AZEVEDO DO NASCIMENTO - UFPB, ALDENILDO ARAUJO DE MORAES FERNANDES COSTEIRA - UFPB


A extensão universitária permite romper os muros da universidade e aproximar o estudante da realidade social. O Palhaço Cuidador configura como elemento chave na melhoria do cuidado e enfrentamento de doenças severas, gerando novas perspectivas e ângulos na abordagem do adoecer. A interação com pessoas em fase terminal ocasiona uma rica e complexa troca de elementos vitais para melhoria pessoal, desenvolvimento profissional e ressignificações de vida. Trata-se do desenvolvimento da arte da palhaçaria, através do projeto de extensão PalhaSUS vinculado ao Departamento de Promoção à Saúde do Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal da Paraíba, em unidade hospitalar em João Pessoa – PB. Tal relato de experiência compreende usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) em internamento hospitalar e que estão, majoritariamente, sob cuidados paliativos, envolvendo práticas de atenção individual, cuidado humanizado, construção de vínculos e mudança na perspectiva do panorama de suas doenças, os ajudando na compreensão e enfrentamento, bem como aumentando suas vitalidades e confianças. Relato de experiência entre os meses de fevereiro e maio de 2019. Analisar o impacto da presença do Palhaço Cuidador na melhoria do enfrentamento da doença por parte de usuários do SUS em cuidados paliativos, em hospital no município de João Pessoa – PB, bem como impulsionar a humanização em todo o grupo hospitalar, além de promover novas perspectivas do processo saúde-doença e autorreflexão crítica do trabalhador da saúde, usuário paciente e seu acompanhante. Para Melo Neto (2004), a Extensão é um trabalho social e útil, com a intencionalidade de articular o ensino e a pesquisa para a atuação frente aos desafios e contradições da realidade social; dessa forma vemos que há uma coexistência vital na ação da extensão, abarcada pela aproximação do estudante com a comunidade, para provocar identificação e transformação. Tendo em vista que os usuários internos do hospital em questão estão, na maioria, em cuidados paliativos, a percepção inicial é de que tudo está se encaminhando para a morte e que não há mais sentido em viver. Enfrentar doenças que se alastram e que diariamente os consome já é por si só um elemento profuso de baixa auto-estima. Baseado em tal exposição, a atuação do Palhaço Cuidador se volta para a tentativa de reversão desse quadro, produzindo um acompanhamento mais próximo e adequado aos usuários, pela observação e elaboração de uma estratégia imediata de interação. Observa-se que à medida que o contato ocorre e o vínculo vai sendo formado, as pessoas se tornam mais abertas e motivadas a continuar lutando, seguindo com o tratamento e, principalmente, com suas vidas. São alguns minutos que podem gerar impactos permanentes. O Palhaço Cuidador está para sorrir, mas também para segurar a mão na hora do choro e/ou da dor. Não obstante, os próprios usuários e acompanhantes revelam que a presença do Palhaço Cuidador traz paz e melhora o estado do quarto, promovendo uma renovação das energias. Ainda que o foco final de atenção seja o próprio usuário, a dinâmica da palhaçaria impulsiona vários setores do hospital, fazendo com que haja uma melhoria na perspectiva de autocuidado e humanização também por parte dos profissionais. Tal fato foi comprovado através de relatos dos próprios profissionais, bem como mudanças atitudinais percebidas pelos pacientes e acompanhantes, afirmando que eles melhoraram a forma de tratamento e expressividade, passando a explicar melhor os procedimentos e até sorrindo mais. A experiência revela uma visão abrangente do processo de cuidado no hospital, de forma que, lidar com pacientes paliativos trouxe um sequenciamento de desafios de como lidar e melhor suportar as doenças em termos práticos. A atuação do Palhaço Cuidador fez com que os princípios doutrinários do SUS fossem vistos em uma realidade próxima e altamente resolutiva. A partir das interações se consegue enxergar seres humanos dotados de elevadas riquezas históricas além de se produzir e compartilhar novas concepções, fato que ratifica a ideia de Vygotsky a qual tem como pressuposição lógica de que o ser humano se configura como tal na construção de seu outro social. A ação de extensão, com a figura do Palhaço Cuidador, estimula uma reflexão crítica acerca das ações práticas de Educação Popular em Saúde promovidas pelo projeto no hospital. O contato próximo e a visão integral criam um ambiente adequado de segurança e harmonia promovendo maior conforto, confiança e bem-estar do usuário em seu leito, apesar de que ainda existem profissionais não adeptos a essas práticas de cuidado, achando-as infundadas e sem repercussões positivas, fato que denota pouca compreensão da abrangência do cuidado, bem como da integralidade e das terapias holísticas. Como somatório final temos uma experiência altamente enriquecedora também para os extensionistas como fator pessoal e profissional.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

Campus I - Lot. Cidade Universitaria, João Pessoa - PB, 58051-900