28/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-14B - GT 14 - Gênero, sexualidade e juventude |
31259 - CURSO DE MULHERES EDUCADORAS POPULAR EM SAÚDE: EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM SAÚDE
SILVYA ARAUJO DE JESUS - UFRB, LEONARDO OTÁVIO NASCIMENTO AZEVEDO - UFRB, TÂMARA CRISÓSTOMO RIOS FERREIRA - UFRB, LUCIANA DE MIRANDA ROCHA - UFRB, CARLOS ANTONIO ASSIS DE JESUS FILHO - UFRB, LÍVIA MILENA BARBOSA DE DEUS E MÉLLO - UFRB
Contextualização: A Educação Popular em Saúde (EPS) visa promover atitudes participativas no sentido de mudar realidades, mobilizar autonomias individuais e coletivas, contribuindo para ampliar o sentido de cidadania. As ações dessa ideologia corroboram com a formação de profissionais da saúde implicados com as questões sociais por meio de participação nas lutas por direitos e acolhimento das pessoas. Descrição e período de realização: A partir dessa conceituação, foi proposta pelos professores do componente curricular Processos de Apropriação da Realidade V, do curso Bacharelado Interdisciplinar em Saúde da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, um Curso de Educadores Popular em Saúde com as mulheres do bairro Cajueiro I, em Santo Antônio de Jesus – BA, que ocorreu no período de 23 de fevereiro à 8 de março de 2018. Objetivo: Estabelecer uma reflexão crítica sobre o ser mulher na sociedade, e todas as imbricações que isso traz, como o racismo sofrido por mulheres pretas e a violência de gênero e as suas implicações na saúde, através da EPS. Resultados: O primeiro módulo do curso refletiu sobre o que é ser mulher, a violação do corpo feminino e a violência de gênero, sendo isso gerador de adoecimentos e problemas familiares. O segundo discutiu que a discriminação de gênero e racismo são institucionalizados, o que influencia na saúde, sendo as redes de apoio uma forma de resistência. O terceiro relacionou as temáticas de saúde, direitos e deveres na perspectiva do Sistema Único de Saúde (SUS), para que as mulheres pudessem se apropriar desses espaços. Em seguida, o módulo quatro apresentou as redes de apoio presentes na cidade, além de outras instâncias, como o Ministério Público, e os princípios e leis que garantem o direito de acesso. O último problematizou a criação de uma associação urbana de mulheres para que discutissem as questões de saúde da comunidade. O último momento do curso consistiu na culminância, em que as mulheres assumiram um papel ativo no processo de aprendizado aliando suas experiencias individuais e coletivas da comunidade. Aprendizados e análises críticas: A transformação mútua foi visível, tanto dos educadores quanto das educandas. A partir dessa experiência foi perceptível uma melhor compreensão das mulheres sobre a relação entre bem-estar, ausência de saúde e questões de gênero e raça, um maior empoderamento destas, somados ao reconhecimento de potenciais agentes disseminadoras do conhecimento e de seus direitos. Além disso, foi notório um avanço no reconhecimento da importância da participação popular, na compreensão do SUS, e do papel dos Agentes Comunitários de Saúde para a ampliação do acesso à saúde. Dessa forma, o curso representa uma experiência importante e retrata a potencialidade da educação popular em saúde, tanto para a apreensão de conteúdo, quanto para o fortalecimento da sociedade na busca e consolidação de direitos garantidos legalmente, porém nem sempre acessados.
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