29/09/2019 - 15:00 - 16:30 CB-14C - GT 14 - Promoção da saúde do idoso, humanização e apoio psicossocial |
30757 - A MOBILIZAÇÃO DE SABERES COMO FERRAMENTA PARA A AUTONOMIA DE IDOSOS EM PROGRAMA DE ATIVIDADES FÍSICAS. JULIANA REZENDE LUIZÃO - USJT, AMANDA DOS ANJOS ROCHA - USJT, JÚLIO CÉSAR VIEIRA GOMES - USJT, BRUNA GABRIELA MARQUES - USJT, MARIA LUIZA DE JESUS MIRANDA - USJT
OBJETO DA EXPERIÊNCIA – CONTEXTUALIZAÇÃO
O projeto Sênior para a Vida Ativa iniciou-se em outubro de 2001, tendo como bases teóricas e metodológicas: pedagogia da autonomia (1999); Teoria da Velhice bem-sucedida (2005) e ideário da Promoção da Saúde. Caracterizado como um programa interdisciplinar, com objetivo de educar a população idosa, a prática sistemática de atividades físicas, a adoção de dieta adequada e o constante autocuidado, no sentido de contribuir com uma velhice bem-sucedida (GEREZ, et al. 2007). Atendendo as três funções da Universidade: Ensino, Pesquisa e Extensão, é desenvolvido nas dependências de uma universidade privada, localizada no Bairro da Mooca – Zona Leste da capital paulista, oferecendo atendimento em grupo, ações gratuitas e estruturadas conforme os princípios e diretrizes do Sistema único de Saúde. O programa é constituído por duas fases: a primeira, denominada Fase Regular, dura 10 meses, sendo duas aulas semanais. A segunda fase, chamada de Transição, tem duração de 10 meses, sendo uma aula semanal no primeiro semestre e uma aula quinzenal no segundo semestre.
Segundo Freire (2002), "Optar entre duas alternativas ou, ainda, sentir-se coagido a agir em determinada direção não representa exercício de autonomia". Sendo assim, a proposta é que os alunos escolham dentre várias atividades as que gostariam de vivenciar, favorecendo a autonomia frente às situações limites, onde podem reagir de duas formas: ou as percebem como um obstáculo que não podem transpor; ou como algo que não querem transpor; ou ainda como algo que sabem que existe e precisa ser rompido e então se empenham na sua recuperação (Freire, 1993 p.205). Após os encontros, há feedbacks com os idosos sobre a vivência nas aulas, favorecendo o diálogo, o qual valoriza as trocas interpessoais e reconhece o sujeito como portador de um saber sobre o processo saúde-doença-cuidado (TOLEDO; RODRIGUES; CHIESA, 2007). Estes encontros são ministrados por monitores e estagiários dos cursos de enfermagem e educação física os quais são responsáveis pelas ações práticas.
PERÍODO DE REALIZAÇÃO
A experiência teve início em março de 2019- projeto em andamento.
OBJETIVOS
O objetivo deste relato é evidenciar as ações desenvolvidas na fase de transição, a qual tem como meta favorecer a mobilização de saberes frente à tomada de decisão em situações-limites, bem como a autonomia frente à prática sistemática de atividades físicas em suas vidas.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de caráter descrita com desenho qualitativo e com aporte teórico da educação popular em Saúde que enfatiza o conhecimento científico, mas também, os saberes e o conhecimento prévio da população. Ela se organiza a partir da aproximação com os outros por meio de movimentos sociais locais, baseando-se no diálogo entre a população (FALKENBERG; MENDES; MORAES; SOUZA, 2013). Participaram 13 idosos com média de idade 70,8 anos. Em relação ao grau de escolaridade observamos que 95% do grupo tem no mínimo o Ensino Médio completo; todos são aposentados e correspondem às classes B2, C1 e C2. As ações metodológicas serão apresentadas em etapas:
1 ° Etapa: Saberes prévios: as ações desenvolvidas versaram a construção de rodas de cultura para acessar os saberes prévios do grupo.
A roda de cultura é um método de participação coletiva, onde há a criação de espaços de diálogos, propiciando a expressão e a escuta de si e dos envolvidos. Tendo como objetivo a motivação da construção da autonomia dos sujeitos por meio da problematização, reflexão e troca de saberes (FREIRE, 1991). Neste sentido, no início das atividades na fase de transição, o grupo teve a oportunidade de se colocar, indicando quais atividades gostaria de vivenciar, demonstrando a importância de haver o diálogo entre os sujeitos, a fim de se estabelecer relações horizontais, tornando-os pessoas mais críticas e autônomas.
2° Etapa: Desenvolvimento da intervenção coletiva.
A partir do diálogo desenvolvido na roda de conversa, os idosos apontaram como dificuldade para o engajamento em atividades físicas, a ausência de informações sobre as atividades oferecidas na Mooca, bairro onde residem. Com isso, tivemos a ideia de criar um guia juntamente com o grupo, contendo bens e serviços oferecidos no bairro, tornando-os semeadores de conhecimento, e engajados enquanto grupo favorecendo uma situação-limite do grupo.
RESULTADOS/ APRENDIZADO
O processo educativo relatado contribui para uma compreensão das necessidades de saúde dos sujeitos, favorecendo o reconhecimento dos participantes como portadores de saberes, além de favorecer ações de empoderamento coletivo, tornando-os críticos quanto à atividade física. A pesquisa no bairro e em seu entorno pode favorecer o engajamento dos idosos enquanto grupo.
ANÁLISE CRÍTICA
Os primeiros resultados evidenciam que as ações educativas com foco em promoção da saúde podem favorecer a tomada de consciência do idoso para ações de mudança de comportamento.
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