28/09/2019 - 15:00 - 16:30 CB-14A - GT 14 - Formação universitária e atuação profissional em saúde |
30222 - O VER-SUS COMO PRODUTOR DE AGENCIAMENTOS PARA A INTERPROFISISONALIDADE: REFLEXÕES A PARTIR DE EXPERIÊNCIAS ANA SUELEN PEDROZA CAVALCANTE - UECE, EDUARDO CARVALHO DE SOUZA - UECE, WALLINGSON MICHAEL GONÇALVES PEREIRA - UECE, MARCOS AGUIAR RIBEIRO - UFESP, ISRAEL COUTINHO SAMPAIO LIMA - UECE, SOFIA DIONIZIO SANTOS - UECE, MARIA ROCINEIDE FERREIRA DA SILVA - UECE
Contextualização: A interprofissionalidade precisa ser estimulada desde a graduação, por meio da educação interprofissional, para que as práticas colaborativas sejam mais efetivas e consequentemente, a qualidade dos cuidados prestados aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) seja potencializada. Salienta-se que ainda há poucas iniciativas que estimulem esta competência profissional, sobretudo na matriz curricular dos cursos de graduação da área da saúde. Nesta perspectiva, várias iniciativas extracurriculares vêm sendo estimuladas. No presente estudo, destaca-se o Projeto de Vivências e Estágios na Realidade do SUS (VER-SUS).
Descrição: Trata-se de um relato de experiência das edições do projeto VER-SUS que ocorreram em Sobral , na região do Cariri, no Ceará, e em Picos, no Piauí, buscando enfatizar os aspectos relativos à interprofissionalidade. As edições ocorreram em caráter de imersão. Estudantes dos mais diversos cursos de graduação (enfermagem, fisioterapia, medicina, nutrição, serviço social, psicologia, dentre outros) foram os protagonistas, tendo a oportunidade de vivenciar diversos serviços de saúde, da assistência social, entre outros e realizar uma análise crítica e construtiva dos sistemas de saúde das referidas localidades.
Período de realização: As vivências ocorreram nos anos de 2015, 2016 e 2018.
Objetivo: Refletir sobre a experiência de participação no projeto VER-SUS e suas contribuições para a formação em saúde, com foco na interprofissionalidade.
Resultados: A proposta do VER-SUS busca estimular os estudantes dos diversos cursos de graduação da área da saúde e afins a trabalharem de forma coletiva, compartilhando os diversos saberes dos núcleos profissionais de forma a reconhecer as potencialidades e as fragilidades do Sistema de Saúde, utilizando os campos de atuação profissional como espaços de ensino-aprendizagem.
Dessa forma, a partir da divisão em pequenos grupos, visitamos os serviços, conversamos com a comunidade e problematizamos a realidade em que estaríamos inseridos enquanto profissionais. Participamos do VER-SUS enquanto viventes, facilitadores e comissão organizadora e desta forma conseguimos ver o diferencial que este projeto fez em nossa formação não só acadêmica, mas humana. Hoje somos profissionais inseridos nos mais diversos campos de atuação e conseguimos identificar traços do projeto em nossa atuação que colaboraram positivamente para a nossa atuação.
Logo após as visitas tínhamos a possibilidade de discutir em conjunto com os participantes do projeto, com membros da comissão organizadora e com profissionais e gestores dos serviços de saúde. Esse diálogo era chamado de “devolutiva” e era interessante justamente pelos múltiplos olhares sobre um determinado fenômeno. A partir deste momento podíamos enxergar as diferentes perspectivas e ver os pontos em comum e, mais do que isso, enxergar possibilidades de atuação em conjunto com os diferentes profissionais por meio de percepções que não teríamos isoladamente.
Além disso, durante as visitas, como já estávamos exercitando esse trabalho em conjunto podíamos fazer uma análise sobre as relações dos serviços e da comunidade. O VER-SUS permitiu a ampliação de nossos olhares. Não conseguíamos mais nos ver trabalhando isoladamente, pois sabíamos que o cuidado era potencializado quando trabalhávamos em conjunto.
Aprendizados e análise crítica: A experiência do VER-SUS, além de problematizar os serviços e nossas atuações enquanto profissionais, produz superfícies de análises, problematiza o nosso lado humano, tanto com os usuários do SUS como com nossos colegas, em tese, futuros profissionais. A partir deste projeto percebemos que os conflitos só podem ser superados a partir de atos pedagógicos e que a comunicação e a própria empatia são a base para buscar efetivar a interprofissionalidade nos serviços de saúde.
|