28/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-14A - GT 14 - Formação universitária e atuação profissional em saúde |
31400 - EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E SEU PAPEL NA FORMAÇÃO EM SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DO PROJETO BERADEIRO EM PORTO VELHO, RONDÔNIA, BRASIL.
MARCUCE ANTONIO MIRANDA DOS SANTOS - ASSOCIAÇÃO BERADEIRO, FRANCISCO MATEUS LIMA DA SILVA - ASSOCIAÇÃO BERADEIRO, MICHELE ALVES BARROSO - ASSOCIAÇÃO BERADEIRO, JANE CARVALHO CARDOSO - ASSOCIAÇÃO BERADEIRO, ELDENILSON GOMES DE SOUSA - ASSOCIAÇÃO BERADEIRO
Introdução: A presente proposta emergiu da necessidade apresentada pela Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho – SEMUSA, no ano de 2016, após a divulgação de um grupo de indicadores epidemiológicos que apontou para uma epidemia de Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST no município, dentre estas, de Sífilis, HIV e das Hepatites B e C, tendo o público adolescente e jovem nas faixas etárias de 14 a 29 anos como maior suscetibilidade. A partir dessa realidade, nasce em 2017, surgiu o projeto de extensão denominado "Projeto Beradeiro", caracterizada pelo desenvolvimento de ações itinerantes, com equipe multiprofissional e acadêmicos de Enfermagem, com foco na promoção, prevenção, diagnóstico e tratamento das ISTs em comunidades das áreas rurais ribeirinhas e terrestres da cidade. Objetivo: Proporcionar melhorias na qualidade de vida através de mudanças nas práticas sexuais de adolescentes e jovens escolares de comunidades rurais do município de Porto Velho - RO por meio de educação em saúde. Metodologia: Toda lógica das atividades desenvolvidas pautam-se na “Educação Popular em Saúde”. As ações itinerantes de educação, prevenção, diagnóstico e tratamento, junto a população escolar de comunidades ruais terrestres e ribeirinhas do município de Porto Velho, seguem 4 etapas. O projeto conta com a atuação de uma equipe multidisciplinar e multiprofissional, composta por profissionais previamente capacitados, entre: enfermeiros, assistentes sociais, médicos, odontólogo, psicólogos, além de uma parceria com a União das Escolas Superiores de Rondônia (UNIRON), disponibilizando acadêmicos do curso de enfermagem. Resultados: As ações pautam-se em: ETAPA 1 - Workshop de Formação em Educação Sexual e Prevenção das ISTs para adolescentes e jovens e docentes; ETAPA 2 - CINE SAÚDE E PREVENÇÃO; ETAPA 3 - Ação de Oferta de Testes Rápidos para o diagnóstico de HIV, Sífilis, Hepatites B e C; ETAPA 4 - Realização de Inquérito Epidemiológico voltado a Vigilância em Saúde das ISTs. Até o momento, 08 localidades foram visitas; 12 agentes escolares foram treinados e mais de 456 pessoas realizaram os testes rápidos. 04 caso de HIV, 12 de Hepatite B e 29 casos de Sífilis . Neste projeto, a comunidade é compreendida como fator primordial para o sucesso das ações. Neste sentido, podemos subdividir a comunidade em três grandes grupos de beneficiários: comunidade local, comunidade escolar e comunidade acadêmica. Por meio da metodologia utilizada, os Workshops subsidiam a continuidade do trabalho dentro do espaço escolar, já que a formação dos educadores, oportuniza a inserção da temática no dia a dia de trabalho no espaço escolar. Além disso, as articulações desenvolvidas com os atores locais, inseridos nos serviços de saúde e representantes da sociedade civil e organizada, promove um diálogo estreito acerca da importância da temática e da necessidade de oferta rotineira dos testes rápidos nestes serviços e um olhar prioritário para a população de adolescentes e jovens, que comumente não adentram os serviços de saúde para atividades preventivas. Todo o trabalho possui a participação de atores da gestão municipal de saúde e o uso de tecnologias leves garante a continuidade das ações facilmente articuladas com os atores sociais locais e a oferta de testes rápidos pelo sistema único de saúde local. Como estratégia de sustentabilidade, a equipe de profissionais disponibilizarão seus contatos para apoio e orientações que se fizerem necessários para a continuidade das práticas. Conclusão: Ações como esta, promovem uma maior sensibilização da comunidade em geral para prevenção das ISTs entre os adolescentes e jovens, além de proporcionar integração entre o ensino e o serviço, a saúde e a educação, bem como proporcionar articulação entre a rede de atenção e garantia de acesso a comunidades de difícil acesso. Dentre os maiores desafios deste projeto, está a atuação junto ao público alvo de adolescentes e jovens, tendo em vista estes estarem distante dos espaços de produção da saúde, como os serviços de saúde. Atuar nas escolas configura-se em estratégia de captação e oferece aos alunos de graduação participantes a compreensão de que para mudar as realidades, torna-se necessário ir ao encontro dela. Este tipo de prática aprimora o desenvolvimento dos alunos participantes de forma mútua, onde a troca de saberes proporciona ao grupo, uma evolução humana que só a atividades de extensão podem oferecer.
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