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Grupos Temáticos

29/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-31B - GT 31 - Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional - SSAN e os povos e comunidades tradicionais: concepções e experiências em diálogo com o SISAN

30843 - CURSO DE EXTENSÃO A DISTÂNCIA SOBRE SOBERANIA E SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL PARA COMUNIDADES TRADICIONAIS E POVOS DE MATRIZ AFRICANA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
KARINA RUBIA NUNES - INTERSSAN - UNESP, LILIAN FERNANDA GALESI PACHECO - INTERSSAN - UNESP, SUELEN FRANCO - INTERSSAN - UNESP, DENISE DE CÁSSIA MOREIRA ZORNOFF - DENISE DE CÁSSIA MOREIRA ZORNOFF, EDGARD APARECIDO DE MOURA - AGENTE PASTORAL NEGRO, MARIA RITA MARQUES DE OLIVEIRA - INTERSSAN / INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS DE BOTUCATU - UNESP


Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (SSAN) é tema estratégico para o alcance dos objetivos do desenvolvimento sustentável. No Brasil, as inequidades sociais se expressam pela cor da pele, traduzidas não só pelos indicadores de acesso a bens e serviços, mas também pelo preconceito e violação de direitos. As Tecnologias da Informação podem contribuir com o processo de articulação e fortalecimento do trabalho em rede. Desta forma, o Centro de Ciência, Tecnologia e Inovação para a Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional da UNESP (INTERSSAN), em parceria com os Agentes de Pastoral Negro do Brasil (APNs) desenvolveu um curso de extensão totalmente a distância visando contribuir com a temática. O curso ofereceu referencial teórico e promoveu debates sobre a SSAN dos povos e comunidades tradicionais de matriz africana, com vistas aos objetivos do desenvolvimento sustentável. Executado entre os meses de agosto de 2018 e janeiro de 2019, o curso foi estruturado em 64 horas e 16 módulos, distribuídos entre os temas: origem das inequidades sociais no processo histórico;movimentos e políticas de igualdade racial; sistemas alimentares e cultura alimentar; SSAN e SISAN (Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional). A plataforma SETE (Saúde, Educação e Tecnologia) da FMB/UNESP, baseado na plataforma Moodle, foi o ambiente virtual que hospedou o curso. Os módulos foram compostos por vídeo aula, material de apoio, tarefa (múltipla escolha ou descritiva) e fórum de discussão. Para ministrar as aulas foram convidados professores da UNESP e de outras instituições brasileiras com expertise no tema. Atores chave do movimento negro compuseram o quadro de tutores voluntários que auxiliaram os alunos na adaptação à plataforma Moodle, na execução das tarefas de campo além de movimentar o espaço do fórum. Os tutores foram acompanhados por um coordenador, que realizou encontros virtuais utilizando sala de Web Conferência para homogeneizar o trabalho dos tutores e levar dúvidas para a equipe de coordenação. O curso foi divulgado por representante dos APNs. Com previsão de 200 vagas, o sistema registrou 736 inscrições de todos os estados brasileiros. O curso foi iniciado com todos os inscritos, porém apenas 57 alunos concluíram com o aproveitamento de 70% necessário para a aprovação. Aproximadamente 44% dos alunos inscritos tomaram conhecimento do curso através de convite de amigos. A principal motivação para a inscrição no curso foi ter alguma inserção no trabalho com o movimento social negro (38%) e cerca de 98% dos alunos possuía computador em casa e acesso a internet.
A construção dos materiais didáticos para os módulos mostrou-se desafiadora para alguns temas. Professores externos foram convidados, para temas não contemplados pelas linhas de pesquisa da UNESP. No decorrer do curso, foi estruturado o espaço de conversa "Café com Prosa", para suprir a demanda dos alunos de compartilhar textos, links e convites para eventos. Tutores e parceiros auxiliaram com a gravação de depoimentos, que foram editados e inseridos no curso, contribuindo sobremaneira para qualificar a reflexão e discussão dentro dos módulos. O fórum foi uma ferramenta riquíssima, pois neste espaço os alunos foram motivados a trocarem experiência de suas tão diversas realidades. Dentro de uma plataforma virtual de aprendizagem, o processo educativo torna-se mais dialético quando alunos, tutores e professores podem trocar experiências de sua realidades.As tarefas estruturadas com questões de múltipla escolha, foram estruturadas para oferecer feedback momentâneo de acerto/erro e apresentação da discussão da resposta correta. Já as tarefas descritivas, exigiram deslocamento do aluno até a realidade-campo. Essas atividades demandaram extenso trabalho de apoio operacional e posteriormente de avaliação dessas tarefas por parte dos tutores, apontada por eles como uma grande dificuldade.Essa é uma questão a ser refletida: conseguimos despertar a crítica e reflexão dos alunos apenas com questões de múltipla escolha? Devemos investir na preparação dos tutores, incluindo previsão de ressarcimento financeiro para maior dedicação a tutoria?
Entre as fragilidades fica também a avaliação de morosidade de acesso a internet, principalmente de fora do Estado de São Paulo. Durante a execução do curso, através de feedback de alunos e tutores, evidenciou-se a dificuldade de acesso a internet de qualidade, principalmente para alunos de fora do estado de São Paulo e alunos que moravam ou passavam períodos dentro dos quilombos.
Esse foi um curso construído em parceria, por seus diversos atores envolvidos durante todo o processo. Atualmente ocorre um desdobramento junto a alunos de Iniciação Científica do INTERSSAN e equipe de coordenação do curso, para transcrição de todas as vídeo-aulas do curso e produção de um ebook sobre o tema.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

Campus I - Lot. Cidade Universitaria, João Pessoa - PB, 58051-900