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Grupos Temáticos

29/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-29B - GT 29 - Saúde e privação de liberdade

30388 - CONHECENDO AS DEMANDAS DE FORMAÇÃO EM SAÚDE DOS TRABALHADORES DO SISTEMA PRISIONAL DE MINAS GERAIS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
ANÍSIA VALÉRIA CHAVES E SILVA - ESP -MG, LUCÍLIA NUNES DE ASSIS - ESP - MG/ FJP, MICHELY FERREIRA DE LIMA VARGAS - ESP -MG, ANA FLÁVIA QUINTÃO FONSECA - ESP -MG, MARILENE DE MELO BARROS - ESP -MG/INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES MG


Contextualização
No Brasil a população privada de liberdade e os trabalhadores Prisional estão expostos aos mesmos riscos de doenças e agravos, pois compartilham o mesmo ambiente insalubre (SILVA, 2015). Diante desse desafio, surge uma demanda apresentada à Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG) pela Secretaria de Administração Prisional do Estado de Minas Gerais (SEAP-MG) para capacitar os trabalhadores do Centro de Apoio Médico Pericial (CAMP), Centro de Referência a Gestante Privada de Liberdade (CRGPL) e do Hospital Psiquiátrico e Judiciário Jorge Vaz (HPJJV), que realizam além da custódia, atendimento médico-pericial. A demanda apresentada a ESP-MG não tinha informações necessárias para a estruturação de proposta de formação em saúde e decidiu-se pela realização de um diagnóstico.
Descrição
A experiência foi construída a partir de um diagnóstico de necessidades de formação em temas relacionados às peculiaridades de cada unidade. Para isso utilizou-se a metodologia de diagnóstico participativo do Mapa Falado, que prioriza o diálogo e o desenho representativo do território (FARIA, NETO; 2006). Essa metodologia apresenta uma natureza educativa e investigativa, marcadas pelas mediações entre os saberes prévios ressiginificados na articulação ensino-serviço e na busca de informações sobre o território vivido. Foi realizada em duas etapas, sendo que a primeira etapa consta de uma reunião com os gestores do CAMP, CRGPL e HPJJV para apresentação da metodologia usada, seguida de visita técnica. A segunda etapa consta da realização da Oficina para desenho do Mapa Falado, seguida da elaboração da Matriz de Validação. No total 85 trabalhadores participaram das 06 oficinas de diagnóstico, sendo realizadas duas oficinas com carga horária de 8 horas em cada uma das Unidades. Foram gerados 06 mapas falados e 06 quadros com os temas de saúde priorizados, a saber, Saúde do Trabalhador, Saúde Mental, Gestão do Trabalho em Saúde, Doenças Infectocontagiosas e Saúde materno-infantil. Foram confeccionados 03 relatórios para o CAMP, CRGPL e HPJJV.
Período de realização maio de 2017 a novembro de 2018.
Objetivo
Levantar as demandas de formação em saúde a partir dos saberes dos trabalhadores das três Unidades Prisionais de Minas Gerais, no território vivido.
Aprendizados
O diagnóstico identificou problemas de saúde dos trabalhadores de ordem física e psíquica, que exigem a utilização de estratégias individuais e coletivas buscando minimizar os problemas que são complexos em sua análise. Diante da realidade descrita pelos trabalhadores, explicou-se o discurso problematizador sobre os territórios de trabalho segundo regras básicas ou determinantes, inerentes às políticas públicas; condicionantes ou acumulo de fluxos de produções sociais, pertinentes à infraestrutura, processos e fatos ou fenômenos mais visíveis, relativos às intenções, percepções e comprometimentos à saúde (MATUS,1986). Assim, pode-se relacionar a governabilidade dos atores envolvidos quanto às situações descritas, além de identificar nos relatos dos trabalhadores fatores facilitadores à execução das suas atividades, assim como a descrição de alguns problemas mais visíveis. Fatores facilitadores enfatizados incluíram a existência de: área verde no entorno da Unidade Prisional proporcionando sentimentos de conforto e liberdade, biblioteca para privados de liberdade como espaço terapêutico e de ressocialização e horta como atividade laborativa. A proposta de formação em saúde foi organizada a partir dos temas. Na saúde do trabalhador as sobrecargas mental, física e cognitiva, além da dependência química para suportar o cotidiano foram os fatos mais visíveis, seguido da falta de compartilhamento de informações entre as equipes de saúde e segurança sobre estado de saúde dos pacientes. As dificuldades para buscar tratamento em situações de adoecimento próprio e a falta de formação inicial e continuada adequada para atuação na segurança em interface com a saúde, foram descritas. Para a Saúde Mental foram relatadas a insegurança do agente para agir em situações de urgência e emergência; as frequentes manifestações de estresse, insônia e pânico pelos trabalhadores e a existência de conflitos entre as equipes de saúde e segurança. Com relação ao tema da Gestão do Trabalho em Saúde os processos de comunicação foram considerados deficientes e faltam estratégias para o gerenciamento de crises. Sobre as doenças infectocontagiosas faltam conhecimentos sobre as doenças e seus agravos. Com relação à saúde materno-infantil havia necessidades de conhecimento sobre gravidez, parto e puerpério.
Análise Crítica
O diagnóstico impulsionou a adesão desses trabalhadores à proposta educativa que está em andamento, e os resultados alcançados apresentam potencial para descentralização e capilaridade no Estado de Minas Gerais.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

Campus I - Lot. Cidade Universitaria, João Pessoa - PB, 58051-900