30/09/2019 - 13:30 - 15:00 CB-29C - GT 29 - Violência, assistência à saúde e acesso ao trabalho |
31231 - ATENDIMENTOS PRESTADOS PELO SERVIÇO MÓVEL DE URGÊNCIA EM PENITENCIÁRIAS DO ESTADO DA PARAÍBA NAHADJA TAHAYNARA BARROS LEAL - UEPB, CLÁUDIA HELENA SOARES DE MORAIS FREITAS - UFPB, RICARDO ALVES DE OLINDA - UEPB, GABRIELA MARIA CAVALCANTI COSTA - UEPB
INTRODUÇÃO: O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), disponibiliza atendimento gratuito a toda população brasileira desde 2003, quando o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de Urgência e Emergência com o intuito de estruturar e organizar a rede de urgência e emergência no país, definindo o SAMU como serviço intermediário entre a atenção primaria e unidades de média e alta complexidade. Desde então as demandas para esse tipo de assistência só aumentam devido ascensão de doenças crônicas, com destaque, para às do aparelho cardiovascular e ocorrência de causas externas. No âmbito das penitenciárias as necessidades de atendimento pré-hospitalar também podem estar em expansão, haja vista o crescimento da população carcerária nos últimos anos, deficiências estruturais e na cobertura assistencial primária em saúde. OBJETIVO: descrever o perfil dos atendimentos do SAMU em penitenciárias do estado da Paraíba, localizado no nordeste do Brasil. METODOLOGIA: Estudo transversal com abordagem qualitativa, realizado nas cidades de João Pessoa, Campina Grande, Patos e Cajazeiras, localizadas no estado da Paraíba, Brasil. Selecionadas por apresentarem SAMU com Centrais de Regulação Médica de Urgências e terem realizado atendimentos das equipes de urgência em penitenciárias das cidades. A coleta de dados foi realizada entre os meses de agosto a dezembro de 2017, tendo como fonte, dados secundários oriundos de impressos com registros de atendimentos do SAMU, armazenados no setor de arquivos de cada serviço, referentes a atenção prestada em presídios masculinos e femininos, no período de janeiro a dezembro de 2016. Foi utilizado um formulário elaborado com base nas informações contidas nos próprios impressos de atendimento dos locais selecionados, cedidos após contato prévio com a coordenação administrativa de cada local. Os dados obtidos foram registrados em planilhas do programa de informática Microsoft Office Excel 2010 e analisados no software estatístico R, com a realização de análise descritiva da amostra. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram realizados pelos serviços 104.948 atendimentos gerais, destes 558 referiam-se a chamados feitos em penitenciárias, no entanto foram excluídos do estudo 188, por não se adequarem aos critérios estabelecidos para coleta de informações. Assim compuseram a amostra 370 impressos, sendo 139 (37,57%) da cidade de João Pessoa, 118 (31,89%) de Campina Grande, 92 (24,86%) em Patos e 21 (5,68%) em Cajazeiras. Dentre os motivos dos chamados prevaleceram os relativos a urgências clínicas 335 (90,54%), seguidas das urgências traumáticas 35 (9,47%). Foram atendidos 306 (82,70%) usuários do sexo masculino e 64 (17,30%) feminino; com idades principalmente entre 20-29 anos, 161 (43,51%). Ocorreu o envio de Unidades de Suporte Básico na maioria dos chamados 326 (88,11%), 25 (6,76%) motolâncias e 19 (5,14%) Unidades de Suporte Avançado, sendo o enfermeiro, o profissional da área da saúde que esteve mais presente em assistências 308 (83,24%), atuando de forma individual em 226 (61,08%) ou compondo equipes com técnicos de enfermagem e/ou médicos. Predominou a realização de atendimentos locais 194 (52,43%), configurando, portanto, situações de menor complexidade com possibilidade de resolução no próprio ambiente prisional se houvesse insumos adequados e equipe de enfermagem capacitada. Quando necessário 129 (89,58) foram transportados para hospitais e 15 (10,42%) para Unidades de Pronto Atendimento 24 Horas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Estudos com está natureza que identificam o perfil, eventos clínicos e desfechos dos atendimentos realizados, podem colaborar na organização e gestão do SAMU e serviços vinculados a ele na rede de atenção a saúde, afim de contribuir com a melhoria da qualidade da assistência para sujeitos privados de liberdade e promoção de ações especificas para prevenção de agravos e doenças que levem a ocorrências de situações de urgência.
DESCRITORES: Serviços Pré-Hospitalares; Prisioneiros; Prisões.
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