28/09/2019 - 15:00 - 16:30 CB-29A - GT 29 - Saúde e mulheres privadas de liberdade |
30677 - SAÚDE MENTAL E O CUIDADO COM A AUTOESTIMA DE MULHERES RECLUSAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UMA CADEIA FEMININA GABRIELA GARCIA DE ANDRADE - UNIVASF, MICHELLE CHRISTINI ARAÚJO VIEIRA - UNIVASF, KALLINY MIRELLA GONÇALVES BARBOSA - UNIVASF, THAYSA MARIA VIEIRA JUSTINO - UNIVASF
Contextualização
A maioria dos presídios brasileiros possui problemas referentes à superlotação, infraestrutura precária e insalubridade, predispondo a proliferação e/ou agravamento de diversas doenças infectocontagiosas, além de problemas psicológicos. No geral, as condições de confinamento são determinantes para o processo saúde-doença (LEAL, 2016).
Além disso, o ambiente penitenciário, ocasiona mudanças brusca no cotidiano do indivíduo, pois interfere diretamente na liberdade e nas relações interpessoais dessas mulheres reclusas, o que contribui para o desequilíbrio da saúde mental e potencializam as sensações de ansiedade, medo, desamparo, isolamento, rejeição, impotência e diminuição da autoestima. Outras situações que também afetam a saúde mental das mulheres no ambiente prisional são: uso indevido de medicamentos controlados, exposição à violência, distúrbios do sono, normas e rotinas coercitivas, tempo ocioso, além da interrupção do laço familiar (SANTOS, 2017).
Diante disso, constata-se que as reclusas apresentam maior vulnerabilidade, pois estão constantemente expostas a fatores de risco para agravos à saúde mental e transtornos psicológicos. Assim, é necessário assegurar a integralidade na promoção à saúde, em conformidade com a legislação vigente, proporcionando a essas mulheres melhora na qualidade de vida.
Descrição
Estudo descritivo do tipo relato de experiência baseado na vivência de acadêmicos de enfermagem durante a atividade educativa “Saúde mental: falando sobre autoestima da mulher” desenvolvido pelo Projeto de Extensão Universitária intitulado “Saúde da mulher na prisão: uma proposta de promoção da saúde” que promove educação em saúde e assistenciamento às mulheres aprisionadas na Cadeia Pública Feminina de Petrolina-PE.
Período de realização
Estudo realizado em maio de 2019 na cadeia pública feminina do município de Petrolina – PE. Cerca de 15 mulheres privadas de liberdade estiveram presente durante a atividade educativa e estiveram dispostas a trocar experiências.
Objetivo
Relatar a experiência vivenciada pelos acadêmicos durante a realização atividade sobre a saúde mental e autoestima de mulheres na cadeia pública feminina do município de Petrolina – PE; fortalecimento do vínculo e auxílio à saúde mental das reclusas.
Resultados
Observou-se a necessidade das reclusas de atenção à saúde metal. Quase todas relataram história pregressa de saúde mental comprometida, sendo possível identificar alguns fatores: ansiedade, estresse, depressão, vergonha, alteração do padrão de sono, uso indevido de medicação psicotrópica, uso de drogas lícitas e ilícitas, tentativa de suicídio, relacionamento tóxicos, violência doméstica, interrupção das relações familiares, isolamento social, além das precárias condições de encarceramento. Essa atividade do projeto oportunizou a concretização das diretrizes e os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) ao buscar atender as principais necessidades existentes na cadeia, sobretudo relacionadas à saúde mental, auxiliando na minimização dos problemas e assegurando melhores condições de qualidade de vida.
Aprendizados
Este trabalho foi enriquecedor, sobretudo, para os estudantes de Enfermagem, onde puderam observar, a precariedade no acesso a atenção básica e as dificuldades enfrentadas no atendimento à saúde mental das mulheres presas na cadeia pública feminina de Petrolina-PE.
Houve um impacto positivo durante a palestra, que pode ser refletido na melhoria da convivência entre as detentas, fortalecimento pessoal com aumento da autoestima e autoconfiança, além de evolução no processo de reintegração social.
Análise crítica
Destaca-se a necessidade de haver uma equipe multiprofissional, incluindo atendimento à saúde mental, a fim de suprir as necessidades dessas mulheres, assegurando todos os seus direitos legais. Além da realização de cuidados que contribuam para a atenção integral da saúde das mulheres encarceradas.
Referências
LEAL, Maria do Carmo et al. Nascer na prisão: gestação e parto atrás das grades no Brasil. Ciência & saúde coletiva. Rio de Janeiro, v.21, n. 7, p. 2061-2070, 2016. Disponível em: . Acesso em: 27 de maio de 2019.
SANTOS, Márcia Vieira dos et al. SAÚDE MENTAL DE MULHERES ENCARCERADAS EM UM PRESÍDIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Texto contexto - enferm., Florianópolis, v. 26, n. 2, 2017. Disponível em: . Acesso em: 26 de maio de 2019.
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