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Grupos Temáticos

29/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-29B - GT 29 - Saúde e privação de liberdade

30149 - DOENÇAS CRÔNICAS NOS PRESÍDIOS FEMININOS: ATITUDES E CONHECIMENTO DAS AGENTES DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA
ANA ZAIRA DA SILVA - UFC, MARIANA CAMPOS DA ROCHA FEITOSA - UFC, PRISCILA FRANÇA DE ARAÚJO - UFC, ROSA MARIA SALANI MOTA - UFC, LÍGIA REGINA FRANCO SANSIGOLO KERR


Introdução: As agentes de segurança penitenciária (ASP) são profissionais responsáveis pela manutenção e custódia das pessoas privadas de liberdade, sendo uma das atribuições básicas do seu ofício garantir a segurança da unidade prisional em que trabalha, visando a disciplina, a ordem e a segurança de todos. Tais atribuições exigem dos ASP atenção constante, boa resistência física, capacidade de comunicação e compreensão, além de controle emocional contínuo, tendo em vista as peculiaridades do ambiente em que trabalham (BAGALHO; MORAES, 2017).
O ambiente prisional possui características capazes de propiciar o desenvolvimento de problemas de saúde, afetando a qualidade de vida tanto das pessoas privadas de liberdade quanto das ASP. Nesse particular, destaca-se as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), que representam um importante problema de saúde pública em todo o mundo. Dentre essas, a hipertensão arterial e a diabetes se destacam pela elevada incidência e prevalência que apresentam, sendo por isso necessário o adequado preparo de todos que compõem o sistema prisional, inclusive as ASP, para que possam atuar de maneira adequada no controle das DCNT (ROSE et al., 2017).
Objetivo: Descrever o conhecimento e atitudes das agentes de segurança penitenciária frente às DCNT nos presídios femininos brasileiros.
Metodologia: Estudo seccional, descritivo, desenvolvido de janeiro de 2014 a dezembro de 2015, em 15 unidades prisionais femininas, de nove estados brasileiros. A população foi composta por 295 ASP do sexo feminino, atuantes nas unidades prisionais selecionadas. Foi utilizado um questionário autoaplicado Áudio Computer-Assisted Self-Interviewing (ACASI) para coleta dos dados, e entre muitas das questões investigadas esse trabalho versará sobre duas: “Qual sua atitude ao descobrir que uma presa tem doença crônica como diabetes, hipertensão, etc?” e “Você considera ter conhecimentos suficientes sobre DCNT para sua prática profissional na prisão?” Realizou-se análise descritiva ponderada através do módulo de amostragem complexa do Software SPSS v20. O projeto obteve aprovação junto ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará, sob o Parecer nº 1.024.053.
Resultados e Discussão: 32,2% (95%IC: 27,0%-38,0%) referiram que informariam ao responsável do setor de segurança sobre a existência de doenças crônicas entre as presas, pois o mesmo saberia dar os encaminhamentos; 86,8% (95%IC: 82,4%-90,3%) relataram que informariam ao responsável pelo setor saúde, pois ele daria os encaminhamentos necessários; 12% (95%IC: 8,6%-16,5%) relataram que além de informar aos responsáveis, também monitoravam os encaminhamentos dados às presas. No que diz respeito às ASP considerarem ter conhecimentos suficientes sobre as DCNT, 75,5% (95%IC: 70,2%-80,1%) afirmaram não possuí-lo.
As doenças crônicas são um problema de saúde pública no cenário das prisões, tendo em vista os fatores de risco que se apresentam para o desenvolvimento dessas doenças ser bastante preocupante. Estudos desenvolvidos em cenário nacional e internacional apontam como problemas influenciadores para o surgimento das DCNT nas prisões a superlotação das celas, maior índice de obesidade entre os prisioneiros, especialmente aqueles do sexo feminino, manutenção de dieta não saudável e sedentarismo, que chamam a atenção para a necessidade de capacitar as agentes de segurança penitenciária (ROSE et al., 2017).
É importante destacar que antes de serem inseridas no trabalho prisional propriamente dito, as ASP passam por um treinamento onde é abordado diversas questões, dentre as quais: medidas de segurança, comunicação e manejo de presos frente ao adoecimento. Todavia, apenas esse treinamento não se faz suficiente para garantir segurança por parte das agentes frente às DCNT. Práticas referentes ao desenvolvimento de educação em saúde, autocuidado e atividades coletivas podem ser úteis para a disseminação de conhecimento acerca das doenças crônicas, e assim ajudar na melhor atuação dessas profissionais no auxílio às presas.
Conclusões: As ASP, em sua maioria, reconhecem sua limitação frente ao conhecimento das DCNT e, embora relatem que informariam ao responsável pelo setor saúde acerca da existência de presas com esses problemas de saúde, poucas monitorariam os encaminhamentos realizados. Recomenda-se a capacitação adequada e atualização permanente das ASP, visando o reconhecimento de sinais e sintomas das DCNT e o manejo adequado na prevenção e controle dessas doenças.

Referências
BAGALHO, J. O.; MORAES, T. D. A organização do trabalho prisional e as vivências de prazer e sofrimento. Estudos de Psicologia, v. 22, n. 3, p. 305–315, 2017.

ROSE, K. J. et al. IDF Europe ’ s position on mobile applications in diabetes. Diabetes Research and Clinical Practice journal, v. pii: S0168, n. 17, p. 31356–6, 2017.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

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