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Grupos Temáticos

28/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-35B - GT 35 - Vulnerabilidade e Racismo Ambiental

31277 - REFLEXOS DA TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO NO CONTEXTO DA SAÚDE DA POPULAÇÃO AFETADA DO MUNICÍPIO DE SERTÂNIA-PE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
JADIANNE FERREIRA DA SILVA - FIOCRUZ/PE, ANDRÉ MONTEIRO COSTA - FIOCRUZ/PE, WANESSA DA SILVA GOMES - UPE, ISABELA NÁJELA NASCIMENTO DA SILVA - FIOCRUZ/PE, PÂMELA ADELINA DA SILVA DAMASCENO - IMIP, CLARISSA DE OLIVEIRA GOMES MARQUES DA CUNHA - UPE, SUELY EMILIA DE BARROS SANTOS - UPE, LAYS HEVÉRCIA SILVEIRA DE FARIAS - FIOCRUZ/PE, RAFAELY MÁRCIA SANTOS DA COSTA - FIOCRUZ/PE, ADSON BELÉM FERREIRA DA PAIXÃO - FIOCRUZ/PE, AGUYDA NAIARA DE LIMA PEREIRA BENTO - FIOCRUZ/PE


CONTEXTUALIZAÇÃO
A ocorrência de secas no Nordeste brasileiro é uma característica predominante da região, em contraposição a situação local a transposição do rio São Francisco está fundamentada sobre o discurso de disponibilizar água para cerca de 12 milhões de habitantes de 390 municípios do Agreste e do Sertão dos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceara e Rio Grande do Norte, porém o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) do projeto, apresenta outras finalidades às águas, revelando que a maior parte, 70%, serão destinadas a irrigação, 26% ao uso industrial e apenas 4% para população difusa. Os grandes empreendimentos impactam de diferentes formas no contexto social e ambiental. As alterações nos territórios e na saúde de populações tradicionais estão entrelaçadas e devem ser analisadas conjuntamente, de forma indissociável, uma vez que no território é que se manifestam o ser social, o modo de vida, os hábitos e práticas cotidianas de vida.
DESCRIÇÃO
A experiência vivenciada teve como atores envolvidos profissionais residentes em saúde coletiva e saúde mental, estudantes de graduação dos cursos de direito, e psicologia, estudante de mestrado em saúde pública e ainda de doutorado em publicidade e comunicação, professores ligados a discussão da saúde no campo, pesquisadores do eixo saúde, ambiente e trabalho, integrantes de sindicatos rurais e moradores da região. Foram realizadas visitas mensais, previamente articuladas com os sindicatos e representantes dos moradores, no município em questão, especificamente na Vila Produtora Rural e distritos circunvizinhos afim de discutir as principais problemáticas originadas a partir do início da construção dos canais do eixo leste da transposição do rio São Francisco. Nesses momentos foram abordadas, para além das mudanças socioespaciais, as principais dificuldades de acesso aos serviços básicos de saúde bem como o aparecimento de outras formas de adoecer como reflexos das mudanças que esse empreendorismo econômico-exploratório acarretou.
PERÍODO DE REALIZAÇÃO
A experiência aqui em questão é um recorte de visitas ao município de Sertânia – PE, realizadas a partir do segundo semestre do ano de 2018.
OBJETIVO
Este estudo visa lançar reflexões acerca das principais mudanças no contexto da saúde da população afetada pela transposição do rio São Francisco no município de Sertânia, localizada no sertão de Pernambuco.
RESULTADOS
Primeiramente notou-se um processo de desterritorialização, marcado pelo estranhamento com o novo modo de viver imposto pelo espaço domiciliar diferente do habitual de um família da zona rural, o qual não foi desejado e muito menos planejado. A população foi retirada de suas moradias de forma compulsória e muitas vezes arbitrária, sendo estas substituídas por canais de concretos que levará a água do São Francisco sobretudo ao agronegócio. O sofrimento mental é algo presente praticamente em todos os moradores afetados pela transposição, essa é uma conclusão retirada dos momentos de diálogos em grupos ou escuta terapêuticas realizadas por estudantes de psicologia. A Unidade de Saúde da Família (USF) referenciada pela Secretária Municipal de Saúde (SMS) é localizada em uma área de difícil acesso aos moradores da Vila Produtiva Rural, principalmente para os idosos. A área também não possuí cobertura de Agentes Comunitário de Saúde (ACS), dificultando assim o processo de cuidado integral a saúde. A vulnerabilização causada a população afetada é dada em diferentes dimensões e escalas, sendo destacadas aqui a desapropriação da terra de forma violenta, sofrimento mental, além do prejuízo no acesso e acessibilidade aos serviços de saúde acarretando diretamente na saúde e qualidade de vida dos moradores afetados pela transposição.
APRENDIZADOS
É possível fazer uma reflexão acerca do verdadeiro motivo da transposição e a quem ela serve. Tornando-se nítido que as populações tradicionais que estão à margem do poder do capital são constantemente invisibilizadas pela negação de direitos e descaracterização do modo de vida tradicional camponês.
ANÁLISE CRITICA
Dessa forma, compreende-se que a relação entre a saúde da população, seu território de vida e as modificações neste, a partir do advento de grandes empreendorismo implicando modo de vida e nas formas de adoecer da população. É preciso refletir e repensar esses impactos e problematizar essas questões de modo a minimizar as repercussões negativas na saúde da população bem como promover saúde e bem viver.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

Campus I - Lot. Cidade Universitaria, João Pessoa - PB, 58051-900