29/09/2019 - 15:00 - 16:30 CB-35D - GT 35 - Tecnologias Sociais e Outras Ferramentas no Enfrentamento da Vulnerabilidade na Saúde |
30909 - GRUPO HARMONIZAR: DISCUTINDO COM OS ACS A VIOLÊNCIA NO TERRITÓRIO FABIANA SALES VITORIANO UCHOA - SMS FORTALEZA, EDYANE PEREIRA BARROSO RAPOSO - SMS FORTALEZA
Descrição/ Contextualização:
O Grupo de Trabalho (GT) Harmonizar deu inicio em 2017, após um encontro da Câmara Técnica dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). A utilização do GT como ferramenta para o enfrentamento da violência, construído pensando num momento de acolhimento, escuta e cuidado ao ACS.
Ao entender que estes profissionais vivenciam situações de violência urbana no ambiente de trabalho buscou-se formar um GT como uma ferramenta inovadora e essencial na medida em que procura chamar a atenção dos gestores, profissionais e da população para este fenômeno enquanto grave problema de saúde pública. Tornando-se então um grupo de acolhimento e cuidado ao Agente Comunitário de Saúde. O trabalho é delimitado como momento de escuta, cuidado, individualidade e proteção. Salientando que cada vez mais se torna necessário compreender a violência como um fenômeno transversal a todas as secretarias de governo, necessitando de ações intersetoriais e de prevenção. O grupo é formado por até 20 pessoas e acontece mensalmente nas Unidades de Atenção Primária em Saúde (UAPS) com duração de duas horas. Nos encontros são propostas dinâmicas grupais e práticas corporais. São abordados temas como o impacto da violência na prática de trabalho, na vida pessoal e nas relações interpessoais. A condução do grupo é feita para pensarmos conjuntamente em estratégias para lidar com as dificuldades geradas pelo contexto da violência visando melhorar a qualidade de vida e consequentemente do trabalho. São utilizadas técnicas de relaxamento, fala livre, compartilhamento de ideias e dinâmicas de grupo. Após utilizar um instrumento disparador (uma história, uma musica ou uma poesia) os temas vão surgindo pelos próprios ACSs que retratam anseios, medos e vivencias de situações de violência no território, que atravessam suas vidas, de amigos e familiares. Isso demonstra o quanto esses profissionais estão expostos a riscos no exercício de suas atividades, tornando-se vulneráveis a um adoecimento físico e mental.
Objetivos
Analisar os aspectos subjetivos da saúde enquanto efeitos da violência urbana sobre os ACS.
Informar e sensibilizar para o impacto da violência enquanto problema de saúde bem como fornecer estratégias de atuação na eficácia das intervenções e melhoria da acessibilidade aos serviços de saúde.
Resultados/ Aprendizado
De acordo com os depoimentos, o GT proporcionou a valorização do espaço de fala e escuta dos sentimentos e experiências vividas no território com relação à violência. Criou a oportunidade de criar estratégias para lidar com a violência visando melhorar a qualidade de vida e o trabalho do ACS. Além de percebermos que a violência não se encontra somente nas ruas, muitas vezes a violência está na Unidade Atenção Primaria, no modo como atendemos os usuários, nas nossas casas e nas nossas vidas.decorrer do grupo, os ACS se sentem acolhidos, refletem sobre seus processos de trabalho, falam das emoções que envolvem seu dia-a-dia e trocam estratégias de como lidar com a violência local. Ressaltamos a importância de uma relação de confiança e credibilidade entre os ACS e as facilitadoras permitindo o fortalecimento deste espaço reflexivo, proporcionando a escuta qualificada e o cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
O GT Harmonizar oportunizou os ACS a retratarem seus anseios, medos e vivencias de situações de violência no território, que atravessam suas vidas, de amigos e familiares. Esses profissionais estão expostos a riscos no exercício de suas atividades, tornando-se vulneráveis a um adoecimento físico e mental. É necessário que os gestores possibilitem de estratégias de autocuidado, suporte técnico, logístico e emocional aos profissionais de saúde.
|