30/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-35F - GT 35 - Condições ou Doenças Crônicas e Infecciosas: Repercussões e Enfrentamentos |
29832 - SAÚDE E TRABALHO: A EXPOSIÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM AO BACILO DA TUBERCULOSE EM UMA UNIDADE DE CIRURGIA GERAL
APARECIDA DA CONCEIÇÃO GOUVEA - UFES
INTRODUÇÃO
Doença conhecida há milênios, a tuberculose (TB) ainda prevalece como grave problema de saúde pública no Brasil e, no mundo. Doença infecto-contagiosa transmitida pelo Mycobacterium tuberculosis, é provavelmente a doença que mais mata no mundo. Estima-se, que mais ou menos 30% da população mundial estejam infectados. Apesar da descentralização do controle da tuberculose (TB) para a atenção primária, muitos pacientes com essa doença ainda são atendidos e diagnosticados no nível terciário de saúde. Dados do Ministério da Saúde, indicam números crescentes de infecção e doença, com risco aumentado de infecção nos profissionais de saúde, principalmente daqueles que trabalham com pacientes portadores de tuberculose. Sendo assim, é necessário a reestruturação dos serviços de saúde com a finalidade de realização do diagnóstico precoce e implantação de medidas de biossegurança imprescindíveis para os profissionais.
OBJETIVOS
O objetivo da pesquisa foi avaliar a ação institucional de implantação do protocolo de manejo hospitalar do sintomático respiratório suspeito de tuberculose na unidade hospitalar. Especificamente se o mesmo tem atendido aos objetivos propostos e, ainda o tempo de início do isolamento do paciente após a avaliação inicial no serviço de saúde de acordo com o proposto pelo protocolo implantado. Dados do Ministério da Saúde apontam que o Brasil é um dos 22 países priorizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que concentram 80% da carga mundial de TB (BRASIL, 2011).
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa avaliativa- avaliação qualitativa. A avaliação deve ser considerada, na atualidade, não apenas como uma técnica, mas como um campo de estudo próprio que ao mesmo tempo oferece instrumentos de reflexão para outras áreas saúde (Minayo, 2011). O campo de pesquisa escolhido foi o hospital universitário federal do estado do Espírito Santo. A escolha desta instituição deu-se pelo fato de ser este considerado o maior hospital da rede pública de saúde do estado, situado no sudeste do Brasil. Trata-se de um hospital-escola, com atendimentos de alta complexidade, e que atende ao Sistema Único de Saúde (SUS) voltado para pacientes do Estado e outros de outros vizinhos. A área selecionada do hospital para o estudo foi a unidade de vigilância epidemiológica, a comissão de controle de infecção hospitalar e o protocolo assistencial da instituído pela gerência de atenção à saúde (GAS) com abrangência para todas as unidades assistenciais do hospital.
DISCUSSÃO E RESULTADOS
Através da análise do protocolo assistencial do hospital pode-se observar os seguintes objetivos do mesmo: condução do manejo e o fluxo de atendimento dos sintomáticos respiratórios no ambiente hospitalar; assegurar a integridade de saúde dos profissionais de saúde no manejo dos pacientes atendidos em todos os setores do hospital; promoção do acesso das equipes de saúde ao protocolo através de capacitações para o diagnóstico precoce da tuberculose, com intuito da redução dos riscos de transmissão e uma maior proteção dos profissionais. Além do protocolo assistencial, a avaliação dos dados da vigilância epidemiológica e da comissão de controle de infecção hospitalar foi possível verificar que de 2017-2019 foram internados 218 pacientes com suspeita de tuberculose no hospital (clínica médica, CTI, pronto socorro, urologia, entre outros). Dos documentos operacionais, foi possível depreender que o tempo entre a internação e o isolamento dos pacientes com suspeita de tuberculose acontece com um tempo médio de três a cinco dias. Fato que expõe os profissionais dos vários setores ao acometimento de doenças infectocontagiosas, principalmente a tuberculose, devido ao não cumprimento do protocolo instituído, que trata-se de um esquema obrigatório de atendimento a todos os pacientes internados no hospital que apresentarem sintoma de tosse, ainda que estejam no hospital por outro motivo.
CONCLUSÕES/CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sabe-se das limitações desta breve pesquisa. Entretanto, é válido conhecer os protocolos assistenciais voltados para o profissional da saúde, acreditando-se que este pode ser útil para valorizar o trabalho e a saúde dos profissionais do hospital. Entendeu-se que para a resolução dos processos organizacionais, depende-se não somente da implantação de protocolos pela gestão, mas ainda da cooperação de todos os envolvidos no processo do cuidar. Foi possível ainda, através das informações dessa pesquisa que a gestão e os profissionais devem visualizar as inadequações do serviço, citadas nos relatórios dos serviços responsáveis para tal função. Inadequações que pontualmente, podem ou não afetar significativamente a qualidade da assistência prestada e a qualidade de vida dos profissionais da instituição pesquisada.
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