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Grupos Temáticos

30/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-35F - GT 35 - Condições ou Doenças Crônicas e Infecciosas: Repercussões e Enfrentamentos

30914 - MUITO MAIS QUE UM PACIENTE DIABÉTICO: A IMPLANTAÇÃO DE UM PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA.
MARIA TEREZA MIRANDA TOMAZ - FAMENE, PAULO SÉRGIO FRANCA DE ATHAYDE JÚNIOR - FAMENE, YANA BALDUÍNO DE ARAÚJO - FAMENE


CONTEXTUALIZAÇÃO: O projeto terapêutico singular (PTS) serve como ferramenta de baixo custo onde o profissional de saúde pode servir ao mesmo tempo como operador e gestor do cuidado. O PTS, como estratégia de humanização do Sistema Único de Saúde (SUS), é um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, para um sujeito individual ou coletivo, resultado da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar. (SILVA et al, 2013). DESCRIÇÃO: Trata-se de um relato de experiência da vivência de residentes do Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade da Faculdade de Medicina Nova Esperança em João Pessoa, em uma Unidade de Saúde da Família. O usuário escolhido para construção do PTS preenchia os seguintes critérios: ter vínculo com a unidade, portar queixas de cunho biológico, psíquico e social, requerendo intervenção interdisciplinar, multiprofissional e integral. Para a elaboração do projeto, foram realizadas através de visitas domiciliares, consultas médicas e com os profissionais Núcleo Ampliado de Saúde da Atenção Básica e reuniões de equipe. Utilizou-se de genograma e ecomapa para coleta de informações, abordagem familiar e reconhecimento da rede de apoio. PERÍODO DE REALIZAÇÃO: Maio a setembro de 2018. OBJETIVO: Relatar a experiência de residentes de Medicina de Família e Comunidade com a utilização das ferramentas de abordagem familiar na construção do Projeto Terapêutico Singular. RESULTADOS: O paciente índice, 84 anos de idade, caucasiano, casado, aposentado, diabético, portador de osteoartrose e esteatose hepática. Atualmente vive com a cônjuge, a filha mais nova, um genro e dois netos. Ao primeiro encontro, o mesmo encontrava-se abatido, queixando-se de dor em membro inferior direito, mobilidade limitada e sono prejudicado. Fazia uso irregular das medicações antidiabéticas. Ao exame, apresentava extensa lesão em região de maléolo lateral de MID com sinais de flogose, além de onicomicose. À avaliação da sensibilidade por estesiometria, apresentava sensibilidade diminuída. No recinto, vários fatores dificultavam a locomoção do paciente, como: degrau alto na entrada, baixa iluminação, móveis e plantas nas passagens, piso escorregadio no banheiro e presença de tapete na sala de estar. Juntamente ao NASF, ocorreu o processo de divisão de responsabilidades. Foram definidas metas de curto, médio e longo prazo. A solução terapêutica inicial foi o uso associado de antibioticoterapia, bem como orientado a utilização de calçados confortáveis. Iniciado também tratamento para onicomicose e encaminhado ao nutricionista para início de dieta. Como meta a médio prazo, a reavaliação dos antidiabéticos para otimização do controle glicêmico do paciente, além da avaliação diária do seu processo cicatricial e de possível doença periodontal, que é mais frequente nos diabéticos. O Paciente foi encaminhado à reumatologia e fisioterapia. Para as metas de longo prazo, participação das práticas integrativas da USF e retorno do paciente à igreja, pois o mesmo é muito religioso e refere muitos amigos no ambiente. Juntamente às terapias descritas acima, acompanharam-se as mudanças no estilo de vida e o autocuidado com os pés. Na reavaliação do paciente, constatou-se: cicatrização completa de úlcera, regressão de quadro de onicomicose; acompanhamento com nutricionista e início da dieta (porém com erros alimentares ainda esporádicos); dificuldade de acesso a calçados específicos para diabéticos, porém compreensão da necessidade de não utilizar sapatos apertados; otimização de antidiabéticos; glicemia de jejum esporádica de 110mg/; avaliação odontológica agendada na UBS; fortalecimento do vínculo com os profissionais da UBS; adaptação parcial do ambiente domiciliar; após visível melhora do estado geral, em aguardo de novo exame de imagem para reavaliação do quadro de esteatopatia. APRENDIZADOS E ANÁLISE CRÍTICA: Através do PTS, o profissional é induzido a ter uma visão ampla sobre o paciente, suas vulnerabilidades e variáveis que interfiram no processo de saúde. Seguindo um modelo biopsicossocial o paciente será visto de forma integral, sendo convidado a ser agente ativo no próprio processo saúde-doença. A visão necessária para a implantação de um PTS força o profissional de saúde a pensar fora da nossa zona de conforto, o levando a realizar um cuidado continuado, partilhando processo de cuidado e criando uma cadeia de união entre paciente, profissionais de saúde da equipe multidisciplinar e comunidade na qual está inserido.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

Campus I - Lot. Cidade Universitaria, João Pessoa - PB, 58051-900