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Grupos Temáticos

28/09/2019 - 15:00 - 16:30
EO-35D - GT 35 - Vulnerabilidade Infanto-Juvenil: Configurações e Enfrentamentos

30067 - AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO NA ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA NA REDE BÁSICA POR REGIÃO NO BRASIL: PROGRAMA DE MELHORIA DO ACESSO E DA QUALIDADE - PMAQ
MARIA DEL PILAR FLORES-QUISPE - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EPIDEMIOLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS (UFPEL), PELOTAS, RIO GRANDE DO SUL (RS), BRASIL., SUELE MANJOURANY SILVA DURO - FACULDADE DE ENFERMAGEM, UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS (UFPEL), PELOTAS, RIO GRANDE DO SUL (RS), BRASIL., LUIZ AGUSTO FACCHINI - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EPIDEMIOLOGIA, DEPARTAMENTO DE MEDICINA SOCIAL (DMS), FACULDADE DE MEDICINA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS (UFPEL), PELOTAS, RIO GRANDE DO SUL (RS), BRASIL., ELAINE TOMASI - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EPIDEMIOLOGIA, DEPARTAMENTO DE MEDICINA SOCIAL (DMS), FACULDADE DE MEDICINA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS (UFPEL), PELOTAS, RIO GRANDE DO SUL (RS), BRASIL.


Introdução. Os primeiros anos de vida das crianças são vitais porque é um período de grande vulnerabilidade. O acompanhamento infantil é uma das ações programáticas da Atenção Primária à Saúde, assim o Programa de Puericultura objetiva a promoção da saúde infantil mediante a prevenção de doenças e agravos, assim como a recuperação da saúde. O Caderno de Atenção Básica Nº 33 do Ministério da Saúde orienta ações das equipes de saúde sobre crescimento e desenvolvimento infantil, recomendando sete consultas de rotina durante o primeiro ano de vida. Entre as ações a serem desenvolvidas estão: preenchimento da Caderneta de Saúde da Criança e a correta explicação para os pais das informações; aferição e registro de peso e estatura em todas as consultas; identificação de riscos ao adequado crescimento e desenvolvimento; acompanhamento do calendário vacinal; monitoramento de crianças prematuras ou com baixo peso; apoio para o início e a manutenção da amamentação.
Objetivo. Avaliar o processo de trabalho na atenção à saúde da criança na rede básica e sua associação com os insumos mínimos que as equipes possuem para realizar a atenção, no âmbito do segundo ciclo do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ), bem como diferenças desta associação em cada uma das regiões no Brasil.
Métodos. Os dados foram coletados em 2013 e 2014 por meio de entrevistas, como parte da avaliação externa do ciclo II do PMAQ. O estudo incluiu 6.816 usuárias que tinham filhos menores de dois anos presentes na unidade básica de saúde (UBS) no dia da avaliação e que tinham utilizado os serviços da unidade de saúde anteriormente nos últimos 12 meses. Foi criada uma variável dicotômica do processo de trabalho das equipes na atenção à saúde da criança na UBS, a partir de seis itens: protocolo de estratificação de risco, busca ativa de crianças, uso de caderneta de saúde para acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, ficha-espelho das cadernetas, monitoramento de índices de aleitamento materno e se a equipe evitava práticas de fomento ao uso de fórmulas, chupetas e mamadeiras. Este desfecho foi avaliado segundo a variável dicotômica de insumos mínimos para a atenção da criança nas UBSs, a qual foi construída a partir dos itens: balança infantil na UBS, régua antropométrica, caderneta de saúde da criança e sala de puericultura. A associação das duas variáveis (processo de trabalho e insumos mínimos) foi estratificada segundo as regiões no Brasil. Foi realizada uma análise descritiva e bivariada utilizando o teste de qui-quadrado com valor-p significativo de <0,05.
Resultados e discussão. Do total de crianças avaliadas, apenas em 24% (IC95%:23-26) delas suas equipes cumpriram com realizar todos os itens do processo de trabalho na atenção à saúde da criança; quando esta variável foi estratificada por região, o Norte foi o que menos cumpria com a adequação do processo de trabalho (10%), já o Sudeste cumpria mais (28%). Sobre as equipes possuírem os insumos mínimos para a atenção à criança, para 59% (IC95%:58-60) das crianças atendidas suas equipes tinham todos os insumos mínimos; quando avaliado por região, o Norte era o que menos dispunha dos insumos mínimos (42%). Na associação do processo de trabalho com a disponibilidade dos insumos mínimos para a atenção da criança, nas regiões Norte e Centro-Oeste não houve uma associação significativa (p = 0,59 e 0,28 respectivamente). No Nordeste quando as equipes possuíam os insumos mínimos para a atenção da criança, 26% cumpria com o processo de trabalho, enquanto entre aqueles que não possuíam os insumos mínimos somente 19% cumpria com o processo (p <0,001). Na região Sudeste esta diferença foi maior entre aqueles que tinham os insumos mínimos (33%) e os que não tinham (22%) (p <0,001). Já no Sul, entre aqueles com insumos mínimos, 31% cumpria com o processo de trabalho, e entre os que não tinham somente 20% (p = 0,001) cumpriam com todos os itens.
Conclusão. Somente uma quarta parte das equipes cumpriram com desenvolver todas as ações relacionadas com o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças, as quais são preconizadas nos protocolos de Atenção Básica do Ministério da Saúde. E ainda menos de três quartos das equipes contavam com os insumos mínimos para atenção da criança. A região Norte é a que menos prevalência teve tanto no cumprimento do processo de trabalho quanto na disponibilidade de insumos mínimos. Em três das cinco regiões, a disponibilidade de insumos mínimos esteve associada com o maior cumprimento do processo de trabalho. As UBS são a principal porta de entrada no sistema de saúde, mas quando as equipes têm deficiências na estrutura, isto pode afetar seu adequado desempenho, e especialmente nas crianças isto pode significar consequências indesejáveis no seu desenvolvimento e saúde.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

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