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Grupos Temáticos

30/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-35G - GT 35 - Migrantes, Refugiados, População de Rua e Outros Grupos Vulneráveis

31017 - VERTENTES MÚLTIPLAS DA VULNERABILIDADE EM SAÚDE DE MULHERES EM SITUAÇÃO DE RUA
FRANCISCA PATRICIA DA SILVA LOPES - UFCG, MARIA BERENICE GOMES NASCIMENTO - UFCG


INTRODUÇÃO:
No atual contexto social de instabilidade econômica, globalização, competitividade, desigualdade e exclusão social, a questão da falta de moradia torna-se cada vez mais comum, representando um problema estrutural na sociedade. Neste cenário, se expressa fortemente o conceito, ainda em construção, de vulnerabilidade, que compreende comportamentos de risco e situações desfavoráveis, que relaciona-se a indivíduos com maior susceptibilidade à fragilidade no acesso à renda, fragilidade nos vínculos afetivo-relacionais e desigualdade no acesso aos bens e serviços públicos, e maior risco de adoecimento, que traz risco e comprometimento da qualidade de vida e fragiliza a cidadania.
Impulsionadas por situações difíceis, em que faltaram apoio familiar e o vislumbrar de possibilidades de manejo, muitas mulheres enxergam na rua uma oportunidade aonde estariam menos vulnerável, fato que gera decepção por não se confirmar na realidade. São migrantes de cidades pequenas situadas ao redor de um grande centro urbano, adultos jovens em fase produtiva, sem companheiro e com baixa escolaridade.
Partindo do princípio de que o cuidado em saúde é uma construção cotidiana, conjunta, subjetiva, com significados que perpassam por questões sociais, morais, culturais, foi implementada a política pública de saúde para a População em Situação de Rua, como fruto do reconhecimento da necessidade de um olhar diferenciado para as especificidades e complexidades assistenciais de tais atores sociais, na objeção de trabalhar com a diminuição de danos, rumo a prevenção de agravos e promoção de equidade em saúde.
OBJETIVOS:
Identificar as vertentes múltiplas da vulnerabilidade em saúde de mulheres em situação de rua e possibilidade para o desenvolvimento da prática cuidativa da equipe de saúde.
METODOLOGIA:
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada pela busca nas bases de dados Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Banco de Dados em Enfermagem (BDENF), via Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) pelo intercruzamento dos descritores “Vulnerabilidade em Saúde”, “Pessoas em Situação de Rua” e “Mulheres”, pelo uso do operador booleano “AND”. Obteve-se 7 artigos, que após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, restaram 5 artigos. No estudo, foram incluídos artigos publicados na íntegra de 2014 a 2019, e excluídos os duplicados. Após leitura de títulos e resumos restaram 5 artigos para análise detalhada.
DISCUSSÃO E RESULTADOS:
A vulnerabilidade, sob a ótica da saúde, assume três dimensões: trajetória social (história de vida e escolhas), interação (relações sociais) e contexto social (fatores econômicos, sociais, políticos e culturais da sociedade). Assim, se configura como multidimensional e mutável, onde o indivíduo que está vulnerável, não necessariamente o é. Mulheres em situação de rua apresentam maior vulnerabilidade ao uso de álcool e drogas, de substâncias psicoativas, a práticas sexuais inseguras, a violência verbal, física, psicológica e sexual, pela exposição que o ambiente da rua oferece.
Deste modo, viver na rua pode gerar medo, insegurança, solidão e angústia na vida da mulher. Transformar sua percepção de mundo, sujeito e sua identidade, além de dificultar a reconstituição de um repertório pessoal e social, podendo surgir neste cenário o sofrimento psíquico, e agravar ainda mais os vícios. Há maior possibilidade no desenvolvimento de Infecções agudas e sexualmente transmissíveis, dificuldades de engajamento laboral, doenças metabólicas de base, troca de sexo por dinheiro, etc.
Ela se torna duplamente vulnerável, pela questão do gênero e pela condição de rua. Há tendência que isso promova a manutenção dessas mulheres na rua. Elas são vistas com preconceito e estigma até por profissionais da saúde, o que tende à dificultar o acolhimento e o vínculo e prejudicar a condição de saúde. O encaminhamento ofertado pelo Consultório na Rua é marcante na vida dessas mulheres, no entanto, muitas não retornam novamente às consultas por desânimo e peregrinação por uma vaga na Unidade Básica de Saúde ou por terem se sentido vítima de exclusão social.
Práticas cuidativas com utilização de tecnologias cuidativo-educacionais neste contexto, se apresenta como um instrumento para promover saúde e empoderar as mulheres, de maneira a priorizar o diálogo e a interação social, por se tratar de tecnologias leves do cuidado. Também as torna protagonistas da sua própria história, oferecendo a elas a oportunidade de se tornarem as principais responsáveis pelas questões de vida e saúde.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A vivência no ambiente da rua é muito expositora e torna o indivíduo ainda mis vulnerável do que pelo fato de ser humano, principalmente a mulher. Cabe a equipe de saúde, um olhar mais humano, empático e livre de preconceitos para com as mulheres em situação de rua, desenvolvendo ações eu valorizem o protagonismo das mesmas.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

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