28/09/2019 - 15:00 - 16:30 CB-35A - GT 35 - Políticas Públicas, Serviços e Vulnerabilidade: Ações e Desafios |
30476 - AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE RESPOSTA DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DA REGIÃO LESTE DO DISTRITO FEDERAL MAYRA FERNANDES XAVIER - UNB, LEONOR MARIA PACHECO SANTOS - UNB, DENISE DE LIMA COSTA FURLANETTO - UNB, CLAUDIA MARA PEDROSA - UNB, NATÁLIA REGINA A. V. MARTINS - UNB
Apresentação: A avaliação da qualidade dos serviços de saúde tendo como referencial o usuário, ganhou destaque no Brasil a partir da década de 90, quando a discussão da humanização dos serviços surgiu com ênfase no campo da Saúde Coletiva. Tradicionalmente a pesquisa de avaliação da qualidade na perspectiva dos usuários se dá por meio da mensuração de sua satisfação. Estas avaliações vêm sofrendo críticas por seu caráter subjetivo e altos índices de satisfação que relatam, em parte atribuído ao chamado viés de gratidão. Como alternativa à satisfação dos usuários, a Organização Mundial da Saúde apresentou o conceito de responsividade, ou capacidade de resposta, que propõe reduzir a subjetividade produzida em pesquisas de satisfação. Para tanto investiga-se o que ocorre na interação dos usuários com os serviços, levando-se em consideração as questões não médicas do cuidado. Entende-se que usuários possuem expectativas legítimas universais, para além da promoção, manutenção e recuperação da saúde e que os sistemas de saúde devem atender tais expectativas. São sete os fatores da responsividade, divididos em dois componentes. O componente RESPEITO PELAS PESSOAS engloba a dignidade, confidencialidade, autonomia e comunicação, enquanto a ORIENTAÇÃO PARA O CLIENTE inclui a agilidade, suporte social, instalações e escolha. Dentro do Sistema de Saúde, a Atenção Básica (AB) apresenta papel central uma vez que é a base do sistema, responsável pela coordenação do cuidado e com capacidade para a resolução de 85% dos problemas de saúde da população. Deste modo, justifica-se o objetivo do presente trabalho que foi avaliar a capacidade de resposta das Unidades Básicas de Saúde (UBS) da região Leste do DF.
Metodologia: Realizou-se um estudo transversal de agosto de 2018 a fevereiro de 2019, com amostra de 4.476 usuários de todas as UBS existentes na Região Leste do DF (São Sebastião, Paranoá e Itapoã). Para analisar a responsividade foi aplicado questionário elaborado para esta pesquisa, segundo o referencial para construção de testes psicológicos. Cinco fatores da responsividade foram contemplados no questionário. Apoio social e escolha não foram considerados, por não se aplicarem à AB. Os questionários foram instalados em Tablets para serem usados por entrevistadores treinados, o que reduziu o tempo de coleta de dados, a possiblidade de erros de preenchimento e já produziu um banco de dados. O banco foi analisado com o software Statistical Package for the Social Sciences versão 23, para a análise de frequências e medidas de tendência central. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética da Fundação Oswaldo Cruz – Brasília e da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs-DF).
Resultados e discussão: A maioria dos entrevistados é do sexo feminino (77%), parda (60%), com ensino médio (49%), na faixa etária de 25 a 44 anos (44%) e com renda familiar de 01 a 03 salários mínimos (60%). Para as perguntas isoladas sobre a responsividade, a pior avaliação foi relacionada ao conforto das salas de espera e de exames, que recebeu uma avaliação positiva por apenas 42% dos usuários, seguida pela inadequação da edificação, mobílias e equipamento (49%). A melhor avaliação foi em relação ao tratamento respeitoso recebido pelos profissionais, sendo que 96% relataram não ter sofrido qualquer tipo de discriminação no atendimento. Para cada bloco de perguntas que se relacionava a um dos fatores da responsividade foram calculadas as frequências de suas respostas. A avaliação positiva de cada um dos fatores é apresentada em ordem decrescente: Respeito à dignidade da pessoa (95%), Confidencialidade das informações (95%), Clareza da comunicação (92%), Autonomia para tomar decisões sobre sua saúde (89%), Atenção Pertinente em tempo hábil (70%) e Adequação das instalações (61%). Os dados indicam uma alta responsividade das UBS da Região Leste do DF, sendo a condição das instalações a maior fragilidade apontada por seus usuários, com destaque para a inadequação da edificação, mobílias, equipamentos e conforto dos ambientes. No tocante a este aspecto, os serviços devem se empenhar para oferecer aos usuários uma ambiência mais adequada. A atenção pertinente em tempo hábil é um aspecto da responsividade medido pelo: (a) tempo de espera entre agendamento e consulta; (b) tempo entre a chegada na UBS e o atendimento; (c) tempo e facilidade de deslocamento do domicílio até a UBS. Este aspecto apresentou uma avaliação razoável pelo usuário (70%), porém há margem para que seja aprimorado pelo gestor, por ex. garantindo mais agilidade no agendamento e melhorando o acesso da população.
Considerações Finais: A avaliação dos serviços de saúde na perspectiva do usuário, como é o caso da responsividade, dá visibilidade política à população e aponta caminhos para a melhoria dos serviços, sendo de alta relevância no cenário da Saúde Coletiva.
Financiamento: Chamada Pública FAPDF/MS-DECIT/CNPq/SESDF Nº 001/2016
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30476 - AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE RESPOSTA DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DA REGIÃO LESTE DO DISTRITO FEDERAL MAYRA FERNANDES XAVIER - UNB, LEONOR MARIA PACHECO SANTOS - UNB, DENISE DE LIMA COSTA FURLANETTO - UNB, CLAUDIA MARA PEDROSA - UNB, NATÁLIA REGINA A. V. MARTINS - UNB
Apresentação: A avaliação da qualidade dos serviços de saúde tendo como referencial o usuário, ganhou destaque no Brasil a partir da década de 90, quando a discussão da humanização dos serviços surgiu com ênfase no campo da Saúde Coletiva. Tradicionalmente a pesquisa de avaliação da qualidade na perspectiva dos usuários se dá por meio da mensuração de sua satisfação. Estas avaliações vêm sofrendo críticas por seu caráter subjetivo e altos índices de satisfação que relatam, em parte atribuído ao chamado viés de gratidão. Como alternativa à satisfação dos usuários, a Organização Mundial da Saúde apresentou o conceito de responsividade, ou capacidade de resposta, que propõe reduzir a subjetividade produzida em pesquisas de satisfação. Para tanto investiga-se o que ocorre na interação dos usuários com os serviços, levando-se em consideração as questões não médicas do cuidado. Entende-se que usuários possuem expectativas legítimas universais, para além da promoção, manutenção e recuperação da saúde e que os sistemas de saúde devem atender tais expectativas. São sete os fatores da responsividade, divididos em dois componentes. O componente RESPEITO PELAS PESSOAS engloba a dignidade, confidencialidade, autonomia e comunicação, enquanto a ORIENTAÇÃO PARA O CLIENTE inclui a agilidade, suporte social, instalações e escolha. Dentro do Sistema de Saúde, a Atenção Básica (AB) apresenta papel central uma vez que é a base do sistema, responsável pela coordenação do cuidado e com capacidade para a resolução de 85% dos problemas de saúde da população. Deste modo, justifica-se o objetivo do presente trabalho que foi avaliar a capacidade de resposta das Unidades Básicas de Saúde (UBS) da região Leste do DF.
Metodologia: Realizou-se um estudo transversal de agosto de 2018 a fevereiro de 2019, com amostra de 4.476 usuários de todas as UBS existentes na Região Leste do DF (São Sebastião, Paranoá e Itapoã). Para analisar a responsividade foi aplicado questionário elaborado para esta pesquisa, segundo o referencial para construção de testes psicológicos. Cinco fatores da responsividade foram contemplados no questionário. Apoio social e escolha não foram considerados, por não se aplicarem à AB. Os questionários foram instalados em Tablets para serem usados por entrevistadores treinados, o que reduziu o tempo de coleta de dados, a possiblidade de erros de preenchimento e já produziu um banco de dados. O banco foi analisado com o software Statistical Package for the Social Sciences versão 23, para a análise de frequências e medidas de tendência central. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética da Fundação Oswaldo Cruz – Brasília e da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs-DF).
Resultados e discussão: A maioria dos entrevistados é do sexo feminino (77%), parda (60%), com ensino médio (49%), na faixa etária de 25 a 44 anos (44%) e com renda familiar de 01 a 03 salários mínimos (60%). Para as perguntas isoladas sobre a responsividade, a pior avaliação foi relacionada ao conforto das salas de espera e de exames, que recebeu uma avaliação positiva por apenas 42% dos usuários, seguida pela inadequação da edificação, mobílias e equipamento (49%). A melhor avaliação foi em relação ao tratamento respeitoso recebido pelos profissionais, sendo que 96% relataram não ter sofrido qualquer tipo de discriminação no atendimento. Para cada bloco de perguntas que se relacionava a um dos fatores da responsividade foram calculadas as frequências de suas respostas. A avaliação positiva de cada um dos fatores é apresentada em ordem decrescente: Respeito à dignidade da pessoa (95%), Confidencialidade das informações (95%), Clareza da comunicação (92%), Autonomia para tomar decisões sobre sua saúde (89%), Atenção Pertinente em tempo hábil (70%) e Adequação das instalações (61%). Os dados indicam uma alta responsividade das UBS da Região Leste do DF, sendo a condição das instalações a maior fragilidade apontada por seus usuários, com destaque para a inadequação da edificação, mobílias, equipamentos e conforto dos ambientes. No tocante a este aspecto, os serviços devem se empenhar para oferecer aos usuários uma ambiência mais adequada. A atenção pertinente em tempo hábil é um aspecto da responsividade medido pelo: (a) tempo de espera entre agendamento e consulta; (b) tempo entre a chegada na UBS e o atendimento; (c) tempo e facilidade de deslocamento do domicílio até a UBS. Este aspecto apresentou uma avaliação razoável pelo usuário (70%), porém há margem para que seja aprimorado pelo gestor, por ex. garantindo mais agilidade no agendamento e melhorando o acesso da população.
Considerações Finais: A avaliação dos serviços de saúde na perspectiva do usuário, como é o caso da responsividade, dá visibilidade política à população e aponta caminhos para a melhoria dos serviços, sendo de alta relevância no cenário da Saúde Coletiva.
Financiamento: Chamada Pública FAPDF/MS-DECIT/CNPq/SESDF Nº 001/2016
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