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Grupos Temáticos

28/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-35A - GT 35 - Políticas Públicas, Serviços e Vulnerabilidade: Ações e Desafios

30902 - REDES SOCIAIS, ACESSO E REGULAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE EM UM MUNICÍPIO DE PEQUENO PORTE DO RIO DE JANEIRO, BRASIL
JULIETE DOS SANTOS AMARAL FONSECA - UERJ, HELENA MARIA SCHERLOWSKI LEAL DAVID - UERJ, TARCISO FEIJÓ DA SILVA - UERJ, TATIANA CABRAL DA SILVA RAMOS - UERJ, ROGÉRIO BITTENCOURT DE MIRANDA - UERJ, SUSANA REIS E SILVA - UERJ, ANA CAROLINA LOPES NEVES - UERJ


Introdução: O termo redes sugere dinamicidade e movimento, pois se transforma a cada instante e é dependente das interações sociais (ACIOLI, 2007). Os profissionais de saúde integram diversas redes, incluindo os seus espaços laborais, que podem ter um papel de relevância na regulação do acesso aos serviços de saúde e no atendimento às necessidades em saúde da população. A regulação assistencial ou regulação do acesso é voltada para o conjunto de atividades e ações em saúde tendo como objetos a organização, o controle, o gerenciamento e a priorização do acesso e dos fluxos assistenciais no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2008). A inoperância ou insuficiência do Estado é apontada como a principal dificuldade para o acesso aos serviços de saúde nos níveis secundário e terciário e a interação entre os profissionais possibilidade de enfrentamento dessa questão (SILVA e BENITO, 2013). Quando as redes são mobilizadas para garantir o acesso, os profissionais estão não apenas buscando dar conta de aspectos operacionais do seu trabalho, mas também buscando efetivar princípios SUS, como acesso universal e equidade - que se relacionam com a prestação de uma assistência justa, única e singular, de acordo com a necessidade de saúde de cada indivíduo. A análise das redes sociais (ARS) como espaço de trocas materiais, informacionais e/ou simbólicas, formais e informais, permite apreender elementos capazes de apontar para fragilidades ou potencialidades na operacionalização dos serviços de saúde.
Objetivo: Analisar as relações em rede dos profissionais atenção básica e seu papel nos processos de regulação da assistência.
Metodologia: Estudo realizado em 4 unidades de atenção básica e 3 setores administrativos da Secretaria Municipal de Saúde de um município de pequeno porte do Rio de Janeiro. Participaram da pesquisa 4 enfermeiros, 1 médico, 3 Agentes Comunitários de Saúde, 1 coordenador da atenção básica (enfermeiro) e 3 administradores (1 do controle e avaliação e 2 do Tratamento Fora do Domicílio (TFD), totalizando 12 profissionais. Foi empregada a entrevista semiestruturada através de um roteiro com dados que identificavam os profissionais e solicitação de que citassem até cinco pessoas que estavam relacionadas ao processo de encaminhamento dos usuários para a rede especializada e para garantia do acesso dos mesmos a esses serviços. O software Ucinet© e sua extensão, Netdraw©, foram utilizados para análise dos dados. (BORGATTI Et al, 2002; BORGATTI, 2002). Em sequência, foram apresentados a posição de cada ator social na rede, sua influência, dada pelas medidas de centralidade, e as relações existentes entre os participantes.
Resultados: A rede encontrada apresentou baixa conectividade o que significa que não há facilitação na comunicação direta entre todos os atores, havendo a tendência de centralização do fluxo informacional em atores específicos (MARTELETO, TOMAEL, 2005; VESGO Et al, 2010). Os enfermeiros possuem contato com responsáveis de outras unidades de saúde, tornando-se, assim, um elo importante na rede, até mesmo como mediador entre os demais profissionais. Como o município trabalha com cotas, o setor controle e avaliação apareceu como importante para o acesso, pois faz a gestão dessas cotas para a rede especializada de atenção dentro do município. O TFD realiza os contatos para fora do município para agendar exames e procedimentos. Essas marcações acontecem via Sistema Estadual de Regulação e Sistema Nacional de Regulação. O município, na maioria dos casos, faz o transporte do usuário para os locais referenciados, o que facilita a assistência integral e longitudinal. Para garantia do acesso outro destaque foi a recepção, pois através dela ocorre o primeiro contato dos usuários com a unidade básica. Esses profissionais, em geral, realizam contato com o TFD, controle e avaliação, secretaria de saúde, coordenação da policlínica e suporte para o sistema de informática utilizado dentro do município. Em relação aos ACS, todos citaram o enfermeiro como referência para suporte, logística, conhecimento e para sanar possíveis dúvidas sobre atendimento e processo de trabalho, reforçando o papel do enfermeiro na supervisão e educação permanentes
Conclusão: A análise das redes sociais nos espaços de trabalho da Atenção Básica possibilitou identificar o papel dos atores para garantia do acesso às redes de atenção especializada, em especial quando há insuficiência de recursos formalmente estruturados. Os atributos da rede de profissionais analisados permitiram identificar com maior clareza aspectos relativos às características e ao processo de trabalho dos mesmos e a relação deles com a regulação da assistência. Outrossim, ressalta-se que os limites da ARS, em especial o fato de as redes mapeadas se constituírem numa representação estática das relações sociais, pressupõem ser necessário um aprofundamento que permita conhecer o perfil dos atores e as capitais que movimentam em relação uns com os outros.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

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