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Grupos Temáticos

29/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-35E - GT 35 - Violência e Vulnerabilidade: Multiplas Dimensões e Grupos Afetados

30072 - VIOLÊNCIA CONTRA A CRIANÇA E O ADOLESCENTE: PERFIL DOS CASOS ATENDIDOS EM UM HOSPITAL PEDIÁTRICO ESTADUAL NA PARAÍBA
GABRIELA MARIA FERNANDES DE ALENCAR - COMPLEXO DE PEDIATRIA ARLINDA MARQUES, ANA MARIA AIRES URQUIZA - COMPLEXO DE PEDIATRIA ARLINDA MARQUES, ANDREA LOPES DE ALMEIDA - COMPLEXO DE PEDIATRIA ARLINDA MARQUES, CAROLINA BATISTA CHAVES AZEVEDO DE SOUSA - COMPLEXO DE PEDIATRIA ARLINDA MARQUES, CLÁUDIO TEIXEIRA RÉGIS - COMPLEXO DE PEDIATRIA ARLINDA MARQUES, FERNANDA LÚCIA DE SOUSA LEITE MORAIS - COMPLEXO DE PEDIATRIA ARLINDA MARQUES, SYDIA MELO JUST - COMPLEXO DE PEDIATRIA ARLINDA MARQUES


CONTEXTUALIZAÇÃO: Para a OMS (1996), Violência é “o uso intencional de força física ou poder, real ou como ameaça contra si próprio, outra pessoa, um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tem grande probabilidade de resultar em ferimentos, morte, danos psicológicos, desenvolvimento prejudicado ou privação.” Conforme relatório da OMS (2014) registra-se anualmente mais de 1,3 milhão de mortes em consequência da violência no território mundial, o que corresponde a 2,5% da mortalidade global. Há três tipos de violências: a auto-inflingida, a coletiva e interpessoal. Dentro do contexto de violência está inserida a violência contra a criança e adolescente, que envolve a violência familiar e conjugal. A violência contra criança e adolescente segue o percurso da humanidade, exibindo-se de maneiras diversificadas, nos múltiplos momentos históricos e sociais, conforme as linhas culturais (COSTA, 2007). Estima-se que 22,6% dos adultos em todo o mundo sofreram abusos físicos na infância, 36,3% sofreram abuso emocional e 16,3% sofreram negligência física (OMS, 2014). Para o Ministério dos Direitos Humanos (2018), há vários modos de violência na sociedade, o que torna alguns grupos mais vulneráveis, dentre eles, a criança e o adolescente, que estão em constante risco social (nas ruas, em casa ou pela ausência ou ineficácia das políticas públicas), devendo os mesmos permanecer em um espaço seguro e sem impedimento. No Brasil, em 2011, foram registrados 39.281 atendimentos na faixa de menores de 1 a 19 anos de idade, de acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do Ministério da Saúde (SINAN/MS). Tal número representa 40% do total de 98.115 atendimentos computados pelo sistema nesse ano de 2011. Nos casos de violência sexual o percentual é de 83,2% no sexo feminino. Na Paraíba, em 2016, foram notificados 346 casos de violência pertencente à faixa etária de < 1 a 19 anos; com 187 casos por violência física, 79 casos por violência sexual, 86 casos por lesões autoprovocadas, 06 por enforcamento e 23 por envenenamento, conforme consta no Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan Net - Ministério da Saúde/SVS. Diante do exposto, o Núcleo Hospitalar de Vigilância Epidemiológica (NHVE) do Hospital Infantil Arlinda Marques, Unidade Pediátrica do SUS Estadual, referência em média e alta complexidade sentiu a necessidade de analisar os casos de violência contra a criança e o adolescente, ciente de fortalecer a coleta de dados de modo a contribuir com o entendimento de tão relevante problema. PERÍODO DE REALIZAÇÃO: De 01 de dezembro de 2018 até a semana epidemiológica 21. OBJETIVO: Traçar o perfil dos casos notificados de violência contra a criança e o adolescente notificados no Hospital Infantil Arlinda Marques. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal, utilizando dados secundários oriundos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram incluídos no estudo 34 casos de violência interpessoal/ autoprovocada por crianças e adolescentes notificados pelo Núcleo Hospitalar de Vigilância Epidemiológica (NHVE), no período de 2017 até o mês de maio de 2019 (semana epidemiológica 21). As variáveis selecionadas para o estudo foram: tipo de violência, raça, faixa etária, sexo e o encaminhamento do caso. Realizou-se a análise estatística descritiva das variáveis selecionadas através da análise percentual das variáveis. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram notificados 09 casos no ano de 2017, 15 casos no ano de 2018 e 10 casos até a semana 21, do ano de 2019. Do total de casos estudados (34) tivemos 19 casos de violência sexual, tendo maior percentual de notificação (44%), 09 casos de violência autoprovocada, especificamente tentativa de suicídio (26%) e 06 casos de violência física (18%). Verificou-se a raça parda como a mais acometida (88%), com maior percentual na faixa etária entre 10 a 13 anos (35%), seguida de 26% na faixa etária 02 a 05 anos; o sexo feminino teve maior predominância (79%) e em apenas 35% das notificações consta o encaminhamento do caso. CONCLUSÃO: Os achados deste estudo registram um aumento no número de casos notificados de violência contra a criança e adolescente e um registro crescente de casos de violência autoprovocada no período analisado (05 casos), considerando que até a semana epidemiológica número 21, o número de casos registrados supera os períodos de 2017 e 2018 (04 casos). Importante ressaltar o baixo percentual (35%) de registros nas fichas de atendimento sobre o encaminhamento da vítima. Tais observações apontam a necessidade de ampliar a divulgação do problema para a sociedade e para os profissionais de saúde, em particular quanto à importância do registro e notificação, destacando que, para o desenvolvimento de programas fundamentados, políticas e plano de ação efetivos, necessita-se de dados fidedignos sobre a natureza e a extensão da ocorrência.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

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