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29/09/2019 - 13:30 - 15:00
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30793 - CARTAS PARA GUIMARÃES ROSA – A ESCRITA INDIVIDUAL COMO MATÉRIA PARA O TECIDO COLETIVO
DANIELLA GUIMARÃES DE ARAÚJO - SRS SETE LAGOAS, TÂNIA MARIA DE ALMEIDA ALVES - FIOCRUZ MINAS


O escritor Guimarães Rosa, também médico e diplomata, é reconhecido internacionalmente por sua literatura além do seu tempo. Tratou de temas como a loucura e diversas doenças em seus mais variados aspectos, o respeito ao ambiente e questões de gênero. Por meio do projeto Saúde e Literatura que desenvolve-se em parceria com as instituições das autoras e parcialmente inspirado no projeto Declame para Drummond, surgiu a proposta do projeto Cartas para Guimarães Rosa (CGR). Tal projeto objetiva fomentar e circular cartas expressando desejos para a saúde no território e também sobre arte e literatura. O propósito é refletir, debater e alentar.
Minas Gerais nos últimos anos foi marcada por graves acontecimentos que vitimaram pessoas, ambiente, rios e biomas. O país e o mundo estão também marcados por adversidades e incertezas. Diz-nos Antônio Cândido: “Vivemos numa época profundamente bárbara, embora se trate de uma barbárie ligada ao máximo de civilização.”
Dentre as ações necessárias para dar conta dos problemas do século XXI encontram-se ações menores, ao alcance de muitos e com potencial simbólico significativo. Nossas necessidades de alento sinalizaram a proposta do projeto das Cartas. Pensou-se que além do ato de ler e debater autores como Rosa, o ato de escrever e divulgar cartas em meio físico, no modo antigo, é simbólico. Desloca o lugar do des-alento para um lugar ao abrigo da utopia. O gênero de escrita carta pessoal utiliza de relatos de sentimentos e emoções cotidianas compartilhados com o destinatário, num gesto de intimidade. Assim, foi proposta a escrita de cartas, no ensejo de que as mesmas, endereçadas à memória de Rosa, possam ser endereçadas a todas as pessoas que buscam vida, ambiente e mundo saudável. Simbolizando o esforço e desejo para uma existência no bem viver.
Cândido também nos diz que: “A literatura desenvolve em nós a quota de humanidade na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza, a sociedade, o semelhante.” Para ele essa quota de humanidade é “o processo que confirma no homem aqueles traços que reputamos essenciais, como o exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição para com o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso da beleza, a percepção da complexidade do mundo e dos seres, o cultivo do humor.”
Maria Helena Werneck diz que quem escreve a outrem acaba reatualizando para si próprio as palavras enviadas. José Castello, acerca desse gênero epistolar diz:(...) é fracionado, excessivo e submisso às circunstâncias, portanto, sempre com aparência de verdadeiro, acrescenta ainda que os escritores “sabem que seu verdadeiro interlocutor é a posteridade(...)”
O Projeto CGR- aberto a todos os interessados do país, procura responder à pergunta: É possível que uma ação simbólica - escrita de cartas a um renomado escritor favoreça a reflexão sobre saúde e cultura e sensibilize sobre o desmantelamento do país em relação a políticas públicas de saúde e cultura?
Considerando o exposto, o objetivo do projeto é fomentar a criação e circulação de cartas manuscritas que tratem dos temas:1- Literatura e arte nos tempos atuais; 2- Saúde Pública no território. Para tanto buscou-se parcerias institucionais e representações locais em cidades roseanas: Cordisburgo, Três Marias, Morro da Garça. Serão realizadas em escolas e nas instituições das autoras, oficinas e debates sobre a saúde e o sistema de saúde pública por meio de roda de leitura e conversa, exibição de vídeo-documentário ou outro método criado a partir do diálogo, para a discussão dos temas citados e instigar a elaboração das cartas. A divulgação nas redes sociais e o email cartasparaguimaraes@gmail.com foram criados para viabilizar o acesso dos interessados ao projeto.
Será apresentado um SARAU com recortes das CGR enviadas de 10/05 a 30/08 de 2019 ao Museu Casa Guimarães Rosa e uma INSTALAÇÃO física como um varal de cartas escolhidas por nós. Todas as cartas serão incorporadas ao acervo do museu.
Resultado esperado: Pessoas mais sensibilizadas pela reflexão sobre os temas humanitários de solidariedade e fortalecimento do SUS e uma relação mais contemplativa e menos predatória com o meio ambiente. Divulgação das cartas nos locais participantes. Compilação/Instalação/Roda de leitura no 8º SIMBRAVISA onde o escritor, médico e diplomata será homenageado .
Daniella Araújo: Escritora, poeta, sanitarista. Realiza oficinas de educação em saúde no SUS. Chefiou a Educação e Pesquisa na ANVISA durante 4 anos. Coordenou cursos técnicos e especialização na área de saúde. Trabalhou com metodologias ativas de ensino e aprendizagem. Criou e coordena o projeto Saúde e Literatura: a literatura como alento na SRS Sete Lagoas em parceria com a Fiocruz Minas. Criou e Coordena o Projeto CGR lançado na área de Saúde recentemente. Lançou o livro Conto de um amor intermitente, 2017 e (in)visibilidades, 2019.
Tânia Alves: Colabora no projeto Saúde e Literatura e CGR.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

Campus I - Lot. Cidade Universitaria, João Pessoa - PB, 58051-900