29/09/2019 - 13:30 - 15:00 AL4 - GT Ampliando Linguagens - Leituras Sobre Saude a Partir de Filmes e Cronicas |
31111 - O QUE FAZ A VIDA DO AMANHÃ LUIZA MARIA LIMA OLIVEIRA - UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DOUTOR HELÊNIO GURGEL, AIRISON TAVARES - UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DOUTOR HELÊNIO GURGEL
Através do Círculo de cultura, farei um relato por meio de contação de história, retratando a trajetória de vida do usuário Francisco Maia dos Santos, utilizando elementos que farão referência as falas.
Francisco Maia dos Santos, conhecido por Maia, menino de família humilde, de 08 filho ele é o sétimo, sempre foi trabalhador, não mede distância quando o assunto é trabalho, estudou até o segundo ano fundamental, tendo que parar de estudar pelas dificuldades; fala de Maia: “pois não tinha condições de continuar os estudos, tinha que trabaiar pra sustentar a família, as coisas difícil, hoje não estuda quem não quer, ganha pra estudar”, sua mãe faleceu com 81 anos de idade e o pai com 87 anos, ao falar de seus pais, a sua fala explicita um vazio, uma saudade amorosa em seu coração, e foi no dia 11/08/2012 que se envolveu num acidente entre bicicleta e moto, onde o mesmo pedalava sua bicicleta, o acidente foi gravíssimo, ocasionando Traumatismo Craniano Encefálico TCE mais trauma facial, começa aqui uma luta pela vida, deixando-o afastado do trabalho por um bom tempo, e ao passar alguns meses a saúde aparentemente recuperada, Maia volta a trabalhar, mas sua saúde já não é mais a mesma, a cabeça dói, a depressão surge, pressão quase explode, tontura e muita dor na cabeça, vozes o persegue, o cérebro esquece fácil, lhes chamam de doido, e diante desse quadro a empresa o demite, e começa outra batalha: a luta pra vencer a depressão, que só piora, falta comida, a solidão hoje é sua companheira, e com sua bicicleta, uma hora vai pra casa da filha Mariana, outra hora na casa de Maiara, e pra casa do filho que fica a 4 km de sua casa, as vezes vai procurar latinha pra vender pra garantir o almoço do dia, Maia resolveu procurar a Unidade Básica de Saúde, e a equipe os acolheu, buscando soluções pra o seu tratamento, primeiro a necessidade de uma ressonância na cabeça, e um acompanhamento junto ao CAPS, mesmo estando sendo atendido por um psicólogo, a equipe viu a necessidade dele ser acompanhado pelo CAPS, pois lá tem as práticas integrativas, como ele estar vivendo um momento de ociosidade, ocupar sua mente com atividades alternativas é preencher o vazio sem deixar espaço pra o negativo. Em uma manhã sai pra visita a casa de Maia a assistente social e a agente comunitária de saúde, a visita se deu debaixo de uma árvore que fica na porta da casa, nisso chega mais três usuários da área, que também faz tratamento psiquiátrico, foi uma manhã maravilhosa, rica em vivência e experiência, que não percebemos a hora passar, e o melhor foi ver o sorriso de Maia, e sua voz ecoando: “só a presença delas duas eu estou me sentindo bem melhor, elas são uns anjos”, quantos Maias existem querendo apenas uma escuta? uma atenção?, a partir dessa roda de conversa que aconteceu em 11/02/2019 a equipe da unidade básica de saúde concretizou a criação do grupo saúde mental, e valorizando a fala de Maia, eu o titulei: Manhã com Anjos.
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