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Grupos Temáticos

28/09/2019 - 15:00 - 16:30
AL3 - GT Ampliando Linguagens - Inéditos Viáveis no Enfrentamento de Iniquidades e Violencias

31630 - ESPELHOS PARA UMA SOCIEDADE HOSTIL
ROGÉRIO DE MAGALHÃES CUNHA - ISC/UFBA, CAROLINA RIBEIRO DE OLIVEIRA - CIA MANADA, JOÃO HENRIQUE ARAÚJO VIRGENS - ISC/UFBA, LENY TRAD - ISC/UFBA, MARIA LÍGIA RANGEL SANTOS - ISC/UFBA


Documentar a XV Conferência Nacional de Saúde (CNS), em dezembro de 2015, em Brasília, foi o primeiro passo para a realização do documentário Espelhos para uma Sociedade Hostil. Uma das motivações iniciais habita no fato de que, até onde tudo indica, a sociedade brasileira desconhece ou, ao menos, não reconhece uma das suas maiores conquistas no terreno sociopolítico: a Reforma Sanitária Brasileira e seus frutos – em especial, o Sistema Único de Saúde (SUS). Enquanto produto de um desdobramento histórico complexo, sinuoso e, por vezes, envolto em contradições, o SUS atende a este país latino-americano, cujas proporções continentais e diversidade cultural são enormes, marcado por injustiças sociais profundas, mas que, ainda assim, foi capaz de soerguê-lo e, essencialmente por isso, ele mereceria um lugar especial de reconhecimento e respeito, apesar de suas limitações, conflitos e contradições. Afinal, o SUS precisa ser reconhecido como substancial ao projeto de adensamento democrático e civilizatório brasileiro e este reconhecimento poderá se tornar o lastro social necessário para sua própria sobrevivência e desenvolvimento.
A produção durante a XV CNS foi fruto de um processo colaborativo: desde o empréstimo de equipamentos, compra de passagens, hospedagem solidária, até o processo de filmagem. Além do cenário e eventos que marcaram a XV CNS (espaços formais, grupos temáticos de deliberação das diretrizes que compuseram o relatório final, a Marcha em Defesa do SUS, atividades da Tenda Paulo Freire, entre outros), realizamos 37 entrevistas, a partir das perguntas-chave: Quem é você, de onde vem e quem ou o que está representando aqui? Qual a sua motivação em participar deste evento? De dentro do seu íntimo, do seu espírito, o que você entende sobre o que é ter saúde? Concederam entrevistas representantes e lideranças de movimentos sociais e idenitários (indígena, negro e de gênero; do campo, das florestas e das águas; de populações em situação de rua; de deficientes físicos etc), pessoas da academia (algumas estrangeiras, emprestando um olhar “de fora”) e um ex-ministro da saúde (Arthur Chioro). A partir dos depoimentos, foi possível perceber a diversidade de demandas e de distintos olhares sobre a saúde e como a origem, as representações e motivações de cada uma dessas pessoas variavam e conformavam diferentes visões sobre ter saúde, muitas vezes, bem distantes daquilo que nós, acadêmicos, conseguimos alcançar em nossos esforços. Além dessa riqueza de olhares, o contexto político nacional veio à tona nas entrevistas, pois, naquele momento, Eduardo Cunha (o Congresso) acolheu o pedido de impedimento da presidenta Dilma. De lá pra cá, além de acompanhar os desdobramentos políticos no campo da saúde, estamos elaborando uma pesquisa sobre aspectos midiáticos que representam a imagem do “SUS problema”, para a construção do roteiro e pretendemos realizar outras entrevistas, que servirão de fio condutor da narrativa para o documentário.
Realizar a sua “estreia” e compartilhar os resultados preliminares dessa experiência durante o 8° Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, será muito oportuna, a fim de recebermos críticas e sugestões qualificadas oriundas do GT Ampliando Linguagens e, a posteriori, finalizá-lo a tempo para que possa contribuir no engajamento político das deliberações decorrentes da XVI CNS (que ocorrerá em agosto deste ano) e somar esforços pela disputa narrativa em defesa do SUS, nesta dramática conjuntura política. Por fim, acreditamos que, além de defender a “estrutura-SUS”, precisamos caminhar em paralelo com a construção do “espírito-SUS” e que este espírito seja capaz de habitar a complexidade das mentes, corpos e dos territórios brasileiros. Entendemos também a necessidade de se transcender os formatos narrativos produzidos pelo campo científico, sem, no entanto, abrir mão de aspectos estéticos, possibilitados pela linguagem audiovisual, e críticos, promovidos por este campo, só que, a eles, urge estarem agregadas outras vozes que integram essa luta.

Sinopse: a partir de um resgate histórico, o documentário aborda processos da reforma sanitária, desde o contexto da luta contra a ditadura, aos atuais atravessamentos políticos, midiáticos e neoliberais, de construção e desconstrução do SUS, visando privilegiar o protagonismo de atores sociais que costumam ficar “de fora” de grande parte das narrativas, até então feitas.
Formatos e suportes: trailer do filme documentário de longa-metragem (até 80¨). Necessitará de equipamentos básicos de projeção de vídeo e de som.
Biografia do autor: doutorando em Saúde Pública pelo Instituto de Saúde Coletiva da UFBA, mestre em Ciência Animal nos Trópicos e bacharel em Medicina Veterinária, ambos pela UFBA, bacharel em Informática pela UCSal, especialista em Comunicação e Saúde pelo ICICT/Fiocruz e integrante da Cia Manada de Criação e Arte, na qual trabalha como videomaker, fotógrafo e produtor.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

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