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Grupos Temáticos

28/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-8A - GT 8 - Formação, Cuidado e Reconhecimento

29451 - MODELO LÓGICO DE UMA LINHA DE CUIDADO: A VALORIZAÇÃO DO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO COMPARTILHADA
LILIANE CRISTINA NAKATA - FMRP/USP, JANISE BRAGA BARROS FERREIRA - FMRP/USP


Introdução: O modelo lógico (ML) é uma forma sistemática e visual de mostrar as relações entre os elementos que compõem um programa de forma articulada aos resultados esperados. O processo de formulação do ML contribui para a: definição clara e plausível dos objetivos e resultados esperados; a identificação de indicadores relevantes de desempenho; e o comprometimento dos gestores do programa com o que está proposto no ML. Nesse sentido o ML traduz-se em um organizador para desenhar a avaliação e as medidas de desempenho e, minimiza o risco de divergências quanto à avaliação, à interpretação dos resultados e às recomendações de mudanças no programa avaliado. O ideal é a construção do modelo lógico antes da implantação de um programa, de forma que esse processo seja participativo, envolvendo os principais atores e interessados na proposta. No entanto, mesmo quando isso não ocorre previamente, pode-se fazer em momento posterior e antes de se realizar uma avaliação.
Objetivos: Relatar o processo de construção e validação do modelo lógico da Linha de Cuidado do Paciente Portador de Doença Renal Crônica (DRC) em uma Região de Saúde.
Metodologia: Construção e validação de um modelo lógico, realizado como parte de um projeto de pesquisa de avaliação da implantação da Linha de Cuidado do Portador de Doença Renal Crônica em uma região de saúde.
Resultados e Discussão: A Linha de Cuidado do paciente portador de DRC na região em estudo foi elaborada em 2015 e, juntamente com outros documentos como portarias e diretrizes clínicas foi analisada pela autora que elaborou o ML, organizando em 3 dimensões (Atenção Básica, Atenção Especializada e Alta Complexidade Hospitalar). Para cada uma dessas dimensões foram identificados os insumos/recursos, ações/atividades, produtos, resultados intermediários, impactos/resultado final. Essa elaboração exigiu grande atenção e extração de informações dos documentos disponíveis. A organização por dimensões em componentes da rede de atenção foi realizada de acordo com normativa ministerial que apresenta as atribuições dos pontos de atenção dos componentes da Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Doenças Crônicas. Após essa etapa foi iniciada a validação do modelo lógico por meio de entrevista com atores (steakholders) envolvidos na elaboração da linha de cuidado da região, representantes de municípios, diretoria regional de saúde e secretaria estadual de saúde, bem como com profissionais especialistas na área de DRC. Para validação do ML foram realizadas entrevistas semiestruturadas com um roteiro proposto por McLaughlin e Jordan (1999) e ainda, questões adicionais com a finalidade de se identificar o contexto em que ocorreu a elaboração e implantação da linha de cuidado. Os participantes do estudo se anteciparam em apresentar suas impressões com relação às dimensões que “funcionam”, ou seja, que estão implantadas ou não em relação às ações previstas para a linha de cuidado. A participação dos atores se mostrou muito importante para a adequação do modelo lógico a características que não estavam claras (explicitas) nos documentos analisados e cuja experiência e conhecimento, contribuiu de forma significativa para a validação do modelo e posterior construção da matriz de relevância.
Considerações Finais: Desde a publicação das diretrizes para a organização das Redes de Atenção à Saúde no âmbito do SUS, as regiões de saúde se organizaram no sentido de elaborar, estruturar e implementar as RAS, a começar pela organização das Linhas de Cuidado. No entanto, verifica-se que existe uma distância entre elaborar e aprovar documentos e as ações acontecerem de fato, situação que desanima os atores envolvidos e prejudica o desempenho dos serviços de saúde, impactando negativamente na saúde da população. A construção do modelo lógico de forma participativa, com os atores envolvidos nas diferentes etapas do processo, aproxima a teoria e regulamentações com a prática e operacionalização das diferentes ações. Essa etapa é de grande importância para elaboração de uma avaliação, que no projeto em questão trata-se de avaliação de implantação, que tem por objeto as relações entre a intervenção, seus componentes e o contexto em comparação com a produção dos efeitos. Nesse sentido, o ML de um programa permite definir o que deve ser medido e qual a parcela de contribuição do programa nos resultados observados, sendo que, esta é uma atividade carregada de valor que precisa incorporar tanto os saberes científicos como os saberes práticos dos grupos implicados na avaliação (stakeholders).
Referências:
CASSIOLATO, M.; GUERESI, S. Como Elaborar Modelo Lógico: roteiro para formular programas e organizar a avaliação. In: Nota Técnica nº 6, Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada, IPEA, Brasília, 2010, 35p.
MACLAUGHLIN, JA; JORDAN, GB. Logic Models: A Tool for Telling Your Program’s Performance Story. Evaluation and Program Planning, v.22, n. 1, p. 1-14, 1999.

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