Clique para visualizar os Anais!



Certificados disponíveis. Clique para acessar a área de impressão!

Associe-se aqui!

Grupos Temáticos

29/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-8D - GT 8 - Cuidado em Saúde: Formação, Trabalho e Curriculum

31335 - O PROTAGONISMO FEMININO E O AMBIENTE DE TRABALHO DO SUS
GUSTAVO MANOEL ROCHA ARAÚJO - UFRN, NATHALIA HANANY SILVA DE OLIVEIRA - UFRN, RENATA FONSÊCA SOUSA DE OLIVEIRA - UFRN, EMANUELLE YASMIM SILVA DO NASCIMENTO - UFRN, JANETE LIMA DE CASTRO - UFRN


INTRODUÇÃO
A entrada da mulher no mercado de trabalho ocorreu devido à necessidade de sua contribuição nos serviços que estavam ligados ao ganho financeiro da família, com início na Revolução Industrial absorvendo de forma importante a mão-de-obra feminina pelas indústrias com o objetivo de baratear os salários e também pela maior facilidade de disciplinar esse novo grupo de operárias (BAYLÃO; SCHETTINO, 2014).
A participação das mulheres no mercado de trabalho sempre foi inferior à dos homens. A tradição cultural, que define o homem como o provedor da família e a mulher como a responsável pelos filhos e pela execução dos serviços domésticos, sempre foi um fator determinante para que poucas mulheres fossem a procura de trabalho (DIEESE, 2001 apud VIEIRA, 2007).
Segundo Girardi (1999), essa realidade é diferente quando se trata das atividades na área da saúde, as quais a predominância da força de trabalho é feminina, sendo um fenômeno observado em todos os países, especialmente naquelas atividades que envolvem o trato e o cuidado das pessoas. No Brasil, o setor de serviços de saúde é o que possui a maior participação de mulheres na composição do emprego dentre todos os setores de atividade econômica.
Em um estudo desenvolvido por Carreiro et al. (2013), com trabalhadores da saúde onde a maioria dos participantes era composta por mulheres, percebeu-se a dualidade entre assumir as atividades referentes a ser dona de casa, mãe, mulher/esposa e o outro lado de ser trabalhadora, profissional, cuidadora da saúde da coletividade. É neste contexto que o presente trabalho se faz pertinente.

OBJETIVO
Identificar a participação feminina entre os estudantes do curso de Especialização em Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde em ações voltadas as relações de gênero nos projetos de intervenção.

METODOLOGIA
Trata-se de uma análise dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) da Especialização em Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, esse curso é resultante de uma parceria entre a Universidade Federal do Rio Grande do Norte e o Ministério da Saúde, integrando o projeto “Apoio à Estruturação da Rede de Gestão do Trabalho e da Educação na saúde, nas regiões Norte e Centro-Oeste”, realizado nos anos de 2014 a 2016. Foram analisados 285 TCC publicados no livro “Sementes Germinadas na Região Centro-Oeste: resumos dos trabalhos apresentados no curso de especialização à distância em Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde”.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
No ambiente da Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde das Secretarias de Saúde a presença da mulher se coloca como maioria. No curso, objeto deste estudo, 81% dos profissionais que tiveram seus trabalhos publicados no livro citado no item anterior foram mulheres. Todavia, apesar de desse quantitativo que expressa à participação feminina nos cursos e na produção de trabalhos acadêmicos na área da saúde, menos de 1% dos temas nos trabalhos pesquisados abordavam questões que envolviam especificidades das condições de trabalho da mulher trabalhadora no setor saúde. Dentre esses temas destacam-se “A feminização da medicina” e os “Programas de provisão voltados ao público feminino”. A situação evidenciada leva ao seguinte questionamento: a necessidade e a pertinência de se estudar as condições de trabalho, o trabalho, e as políticas voltadas para o trabalho feminino é invisível até mesmo para as próprias mulheres que labutam no cenário do Sistema Único de Saúde? Seria uma pena obter uma resposta positiva a esta questão, considerando que os conflitos gerados devido aos papéis de gênero e as imposições sociais, culturais e religiosas que são atribuídas às mulheres na sociedade, refletem também no fator saúde e doença das trabalhadoras e profissionais da saúde.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Indubitavelmente a participação das mulheres na área da saúde é massiva, assim como no campo da Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Contudo, observa-se que os projetos de intervenção das alunas do curso ainda são pouco voltados para questões de gênero, desse modo, deixa-se de lado pautas e ações que poderiam ser construída por elas e para elas.
A importância de se abordar os temas relacionado a gênero em um ambiente de trabalho, onde majoritariamente é predominado por mulheres, deveria ser indispensável, visto que na sociedade brasileira há discrepância na inserção da mulher no mercado do trabalho, quando se comparada ao homem. Diante disso, torna-se necessário o fortalecimento das pautas de gênero no ambiente de trabalho no Sistema Único de Saúde.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

Campus I - Lot. Cidade Universitaria, João Pessoa - PB, 58051-900