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Grupos Temáticos

29/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-3E - GT 3 - Metodologias em pesquisa e formação sob a ótica da Análise Institucional

31556 - INTERFERÊNCIAS INSTITUCIONAIS EM UMA ESCOLA TÉCNICA MUNICIPAL DE ENFERMAGEM - UMA PEDRA NO CAMINHO: O ANALISADOR (I)LEGALIDADE
LUTIANNI DIAS BRAZOLINO - UFF, ANA CLEMENTINA VIEIRA DE ALMEIDA - UFF, LÚCIA CARDOSO MOURÃO - UFF, ISABEL CRISTINA DE MOURA LEITE - UFF, RAPHAEL SAMPAIO DOS SANTOS - UFF, PATRÍCIA RIBEIRO DA SILVA MAIA TEIXEIRA - UFF


Introdução
A enfermagem é a maior força de trabalho em saúde no Brasil e é distribuída em uma complexa estrutura institucional onde as categorias Auxiliares e Técnicos de Enfermagem representam 77% da equipe. Historicamente a enfermagem brasileira participou de programas governamentais que visavam a melhoria da qualidade da assistência à saúde e correções de iniquidades através do financiamento e oferta de cursos de formação em enfermagem, desde o Projeto Larga Escala ao mais recente Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Apesar de serem financiados com recursos públicos, os cursos são, majoritariamente, ofertados pelo setor privado. No que tange ao número de matrículas na educação profissional, a esfera pública municipal contribui apenas com 2% do total de matrículas e estas tendem a desaparecer. Isto pode ser explicado pela definição de competências da esfera municipal na educação conforme instituído na Lei de Diretrizes e Bases da Educação: “Oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino (BRASIL, 1996)”. Porém, os condicionantes impostos pela LDB em relação ao ensino técnico na esfera municipal, não impedem a sua existência. Elas existiram, existem, e possivelmente continuarão a existir como um movimento instituinte aos regramentos da instituição Educação.
Objetivo
Discutir, a partir dos conceitos da Socioclínica Institucional, as interferências institucionais em uma Escola Técnica Municipal de Enfermagem do interior de Minas Gerais. Tais interferências e sua análise, constituíram o analisador da pesquisa original que objetivava analisar a formação do técnico em enfermagem junto ao corpo docente e pedagógico da escola.
Metodologia:
Trata-se de uma pesquisa intervenção com abordagem qualitativa, trazendo como referencial teórico metodológico a Análise Institucional em seu desenho Socioclínico Institucional. O cenário do estudo foi uma Escola Técnica Municipal de Enfermagem do interior de Minas Gerais. A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética sob o parecer nº 2.295.081. Participaram do estudo 15 profissionais que atuam ou atuaram na escola, direta ou indiretamente, no período de 2012 a 2018. Os dados foram coletados utilizando-se três dispositivos da Análise Institucional: o diário do pesquisador, as intervenções nos moldes da Socioclínica Institucional e o staff analítico.
Resultados e discussão
A intervenção na socioclínica institucional busca entender as dinâmicas sociais, levando as situações o mais próximo possível das situações vividas pelos participantes, colocando em análise as implicações com as instituições que os atravessam (MONCEAU, 2015) e se desenvolve por meio de oito características, dentre elas a “Análise dos contextos e interferências institucionais” e o “Trabalho dos analisadores” que, segundo L`Abbate (2013, p.432) “o efeito do analisador é sempre de revelar algo que está escondido, de desorganizar o que estava de certa forma organizada, de dar um sentido diferente a fatos já conhecidos”. Neste sentido, a percepção da condição de (i)legalidade da escola foi sinalizada logo no início da primeira intervenção, na tentativa de justificar a necessidade de manter um quantitativo mínimo de alunos ao longo do curso, como resposta aos questionamentos dos profissionais do magistério municipal sobre a manutenção desta modalidade de ensino pelo município. Esta percepção reapareceu ao longo das intervenções, como algo pulsante, respondendo as diferentes demandas de investimento e reconhecimento da escola pelos participantes. As discussões sobre a (i)legalidade reverberaram algo que frequentemente se apresentava no cotidiano da escola e funcionava como um dispositivo bloqueador deste movimento instituinte, constituindo-se como analisador da pesquisa.
Considerações Finais
A “pedra” no caminho, a que nos referimos, tratava-se do movimento natural existente nas instituições e que as fazem se manter vivas: o permanente movimento entre instituído x instituinte. Se de um lado as forças instituídas (professores do ensino fundamental) resistem às anomalias ou apêndices na instituição (aqui representado por uma escola técnica na esfera municipal) do outro observamos os movimentos instituintes, contrários aos “regramentos” entendidos pela organização da instituição Educação do município. Analisar esta condição, que constituiu-se o analisador da pesquisa, permitiu compreender que as questões relacionadas à formação nesta escola, objetivos primários da pesquisa, era vista pelo coletivo como secundário no cotidiano da escola frente as incertezas quanto a manutenção da escola pelo município.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

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