29/09/2019 - 13:30 - 15:00 EO-3D - GT 3 - Formação em saúde: reflexões a partir da Análise Institucional |
30666 - SOCIOANÁLISE NA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS EM SAÚDE E RESIDENTES EM SAÚDE COLETIVA MARIA EDILENE DE PONTES SILVA - FSM, ADRIANA FERNANDE DA SILVA - FSM, ELMA MARIA DA SILVA - FSM, FELIPE LIMA DE MEDEIROS - FSM, RICARDO ERTON DE MELO PERREIRA DA SILVA - FSM, MACERLANE LIRA DA SILVA - FSM
Introdução: A Análise Institucional (AI) tem sua origem na França, com o analista René Lourau e Lapassade. O analista Lourau ganhou destaque pelas suas intervenções realizadas na saúde coletiva, o qual utiliza-se da socioanálise como base teórico-metodológica no conceito de Instituição. No Brasil nos anos 70, a psicologia foi a protagonista na utilização desse método, atualmente vem sendo empregada no campo da saúde coletiva, utilizando-se como um recurso e instrumento para analisar as instituições, contribuindo com a produção de sujeitos ativos construtores de conhecimento nos processos microssociais e micropoliticos. A socioanálise Louraudiana tem continuidade com Monceau, analista que denomina a Socioclínica Institucional, propondo oito princípios norteadores e quatro modalidades de um desenho qualificador da AI, onde se busca intervir a longo prazo no sentido de modificar a realidade para conhece-la, com aporte coletivo de troca de saberes entre pesquisadores e trabalhadores. Em consonância com essa ferramenta a residência multiprofissional se norteia pelo mesmo princípio de integrar saberes e práticas com uma visão ampliada de saúde. Na modalidade de Análise Institucional das práticas profissionais, consideram-se os analisadores que são: implicação profissional, analises das práticas profissionais, e o tempo, sendo assim, estão presente em todos os momentos e espaços. Objetivo: Refletir acerca da socioanálise como aporte teórico metodológico na formação de profissionais na Saúde e da Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva. Metodologia: Estudo de reflexão desenvolvido a partir do delineamento da socioanálise entendida como Analise Institucional com direcionamento e aporte teórico do analista Monceau, que aborda os oitos princípios norteadores, denominada de Socioclínica Institucional, e com quatro modalidades, das quais trataremos apenas da modalidade de Análise Institucional das práticas profissionais. Resultados e Discussão: As práticas profissionais sustentam uma instituição e aliada a essas práticas e atitudes está a implicação, que é quando a/o profissional se coloca em caráter permanente de mudanças, realizando capacitações de acordo com as necessidades do ambiente de trabalho. Ainda podemos mencionar que essa implicação se dá no consciente e inconsciente, levando ainda a outra divisão: as primárias e secundárias que são, respectivamente, as ações de um grupo ou intervenções e relações estabelecidas nas instituições. Outro analisador de relevância é o tempo, que está diretamente relacionado às práticas dos trabalhadores. O tempo cronometrado que delimita ações, cumprimentos de protocolos, gera tensões, porém reflexões e a mudanças de atitudes pode tornar o tempo um aliado e não um opressor. Nesse sentido, o movimento institucional se constitui como construção permanente, sugerindo ferramentas para que o coletivo se reúna e discuta, exaustivamente os analisadores, visando ao processo de autoanálise e autogestão; intervindo no interior das organizações de saúde; objetivando espaços menos burocratizados e não produtores/reprodutores de indivíduos neutros e manipulados. Pelo contrário, há necessidade de pessoas/profissionais capazes de criar, gerir, reorganizar e qualificar a equipe nas instituições. Na residência multiprofissional, a educação permanente contempla todos esses aspectos mencionados, pois trabalha a formação, o ambiente a gestão, através de análise crítica e reflexiva do profissional. Dessa forma, o respeito a subjetividade e a autonomia, incentiva a constante análise individual e coletiva. Conclusão: Para que haja mudanças nas instituições, as práticas diárias devem ser analisadas e o profissional deve se colocar nesse processo de mudança constante. Os sujeitos ocultos, movidos no desejo de promover modificações nos processos habituais das instituições, poderão se debruçar nesse aporte teórico-metodológico e na construção de análise continua para contribuir com uma saúde coletiva mais fortalecida, com condições de enfrentar criticamente os obstáculos no caminho, ou seja, os analisadores do ambiente institucional. Além disso, observamos que a produção científica nesse campo de conhecimento ainda é mínima e precisa de ampliação da produção e discussão sobre a socioanálise nas práticas de equipe, em todos os espaços institucionais.
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