28/09/2019 - 15:00 - 16:30
EO-3B - GT 3 - Análise Institucional e Saúde Coletiva: inventando enfrentamentos na construção compartilhada do SUS |
31591 - PARTICIPAÇÃO POPULAR NO PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO: A EXPERIÊNCIA DO PET-SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADE NO BAIRRO CUITÉS EM CAMPINA GRANDE - PB
LILIANE DE ALMEIDA CARDOSO - UEPB, ANTARES SILVEIRA SANTOS - UEPB, LILIAN NADJA SILVA BRITO - UEPB, PALOMA SOARES DEMÉTRIO - UEPB, VICTÓRIA MARIA DE FREITAS NUNES - UEPB, CIBELLY ALVES SANTOS - UEPB, SIBELLE MARIA MARTINS DE BARROS - UEPB, GABRIELLA BARRETO SOARES - UFPB, KATHLEEN ELANE LEAL VASCONCELOS - UEPB
CONTEXTUALIZAÇÃO: Com a modificação do perfil do trabalhador, exigido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), há a necessidade de uma formação cada vez mais qualificada para os profissionais de saúde. O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) Interprofissionalidade, a partir da integração ensino-serviço-comunidade, busca contribuir com mudanças nos cursos de graduação em saúde, bem como na atenção à saúde, tendo como pilares a interprofissionalidade, a interdisciplinaridade e a intersetorialidade. O grupo PET da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) envolve docentes e discentes dos cursos de Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Odontologia, Psicologia e Serviço Social, além de profissionais de saúde e gestores de cinco equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), agrupando cerca de 70 sujeitos. DESCRIÇÃO: Para iniciar a atuação junto às equipes da ESF, definiu-se que o primeiro passo seria o de territorialização. Para isso, elaborou-se um roteiro para facilitar o diagnóstico situacional da população. Dentre as questões, destacou-se a caracterização do Distrito Sanitário no qual se encontra a UBSF Jocel Fechine, o perfil ambiental e territorial do bairro, as características demográficas, o que possibilitou o conhecimento das potencialidades e fragilidades existentes. Tais informações foram buscadas junto à gerente do Distrito, aos membros da equipe, através de visitas às micro-áreas. Nesse processo, percebeu-se a necessidade de construir instrumentos que possibilitassem a escuta dos usuários, apreendendo suas necessidades e demandas, com base na diretriz do SUS da participação social. Para tanto, foi elaborado um roteiro de entrevista, a ser aplicado junto a lideranças comunitárias e a usuários em geral da unidade de saúde. Procurou-se sistematizar as vivências no território, com a construção de um diário de campo pelos petianos, descrevendo as características encontradas, impressões, reflexão crítica e discussões realizadas nas reuniões da equipe PET. OBJETIVO: Relatar a experiência de construção participativa do processo de territorialização realizado pela equipe do PET-Saúde-Interprofissionalidade junto à UBSF Jocel Fechine, localizada no bairro Cuités, em Campina Grande – PB, focando na importância da participação da comunidade e da vivência interprofissional no processo. PERÍODO DE REALIZAÇÃO: Primeiro semestre de 2019. RESULTADOS: O reconhecimento territorial através da inclusão da comunidade mostrou-se importante para a compreensão dos distintos contextos sociais existentes no bairro Cuités, evidenciados pela existência de uma zona urbana e duas zonas rurais. Dessa forma, a busca por representantes da comunidade permitiu a explanação da história do bairro e o destaque de anseios e necessidades existentes, de modo a reconhecer a complexidade do território em questão. A partir disso, pode-se observar que o Cuités é um bairro novo, que, a partir de mobilizações políticas, obteve melhorias em termos de infraestrutura. A falta de espaço disponível para lazer e a fragilidade no acesso a transporte público são queixas semelhantes na zona rural e urbana. Nos últimos anos, essa participação comunitária está enfraquecida, como se expressa na dificuldade de atuação da Sociedade Amigos do Bairro (SAB) e na desativação do Clube de Mães. APRENDIZADOS: As estratégias metodológicas elaboradas na territorialização da UBSF possibilitaram identificar as características da comunidade a partir do princípio da participação social, fornecendo subsídios para a elaboração de proposta de trabalho condizente com a realidade social. Ademais, o envolvimento interprofissional do PET na compreensão do território, com construção de práticas colaborativas de trabalho, além de permitir maior integração entre a equipe da unidade, possibilita a formação dos graduandos sob ótica do SUS, com reconhecimento das competências que envolvem os diferentes cursos da área da saúde na produção do cuidado. ANÁLISE CRÍTICA: A inserção da equipe PET-Saúde no território permite que haja interação entre equipe-comunidade, contribuindo para que o vínculo seja estabelecido a partir da perspectiva da participação social buscada através das entrevistas. Além disso, a realização da territorialização a partir da construção interprofissional permite a troca de saberes através da aquisição de diferentes perspectivas, além da valorização e reconhecimento do trabalho do outro, permitindo sensibilização para o trabalho colaborativo. A realização de reuniões regulares entre graduandos, tutores e preceptores, e a confecção de registros diários das vivências em campo contribuem para o compartilhamento de reflexões e análises teóricas das percepções individuais. Observa-se que o funcionamento da ESF ainda possui dificuldades relacionadas à realização de um trabalho integrado entre os profissionais da equipe. Dessa forma, a atuação da equipe do PET, também, apresenta-se como um fator estimulante ao fortalecimento da interprofissionalidade na ESF.
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