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Grupos Temáticos

29/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-3C - GT 3 - Gestão e Controle Social

30204 - O PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO DE UMA REDE DE CUIDADOS EM SAÚDE MENTAL NO MUNICÍPIO DE PESQUEIRA, PE: A PERSPECTIVA DOS GESTORES DE SAÚDE.
JULIANE DA SILVA PEREIRA - PPGGES/ UFPE, VALQUÍRIA FARIAS BEZERRA BARBOSA - IFPE, ANA CARLA SILVA ALEXANDRE - IFPE, SILVANA CAVALCANTI DOS SANTOS - IFPE, ROBERVAM DE MOURA PEDROZA - IFPE, DARIA CATARINA SILVA SANTOS - IFPE, LUANA BESERRA CABRAL - PROCAPE/UPE, MARCILENE BATISTA HOLANDA - IFPE, ALINE BARROS DE OLIVEIRA - IFPE


1. Introdução
A Reforma Psiquiátrica(RP) orienta a ressignificação da atenção à saúde mental, tendo como objetivo a superação do modelo manicomial pelo cuidado em rede com serviços de saúde substitutivos (comunitários), sustentados pelo paradigma da desinstitucionalização, e que fortalecem a reinserção social e a convivência no território (MACEDO et al., 2017). Compete à rede substitutiva a luta contra a exclusão social e a autonomia do sujeito doente, com princípios de acolhimento e vínculo, permitindo a tomada de decisão compartilhada entre todos os que protagonizam o cuidado e compõe a rede de saúde mental( NOBREGA et al., 2018).
Às dificuldades relacionadas à falta de apoio da gestão com o serviço de saúde mental, aliada a preconceitos, discriminações e processos de trabalho centrados no modelo biomédico e em modelos de gestão verticalizados, prejudicam as tentativas de reabilitação e inclusão social de usuários e familiares (Azevedo et al., 2019).
Considerando-se que, no município de Pesqueira-PE, o primeiro Centro de Atenção psicossocial- CAPS foi implantado em 2013, proporcionando a ampliação das ações de atenção à saúde mental, analisaremos o papel dos gestores de saúde no processo de implantação da Rede de Atenção Psicossocial- RAPS de Pesqueira, PE.

2. Objetivos
Caracterizar e descrever o conhecimento dos gestores sobre a RAPS.

3. Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, de abordagem qualitativa, mediante o método da análise textual discursiva (MORAES; GALIAZZI, 2011), desenvolvido na rede municipal de saúde do município de Pesqueira, PE. Foram realizadas 09 entrevistas mediante participação voluntária e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclatrecido (TCLE), no período entre janeiro de 2016 a junho de 2016, foram encontrados 24 códigos e a partir destes, foram identificadas 04 categorias analíticas.
O presente estudo foi submetido a avaliação por um Comitê de Ética em Pesquisa, mediante sua submissão a Plataforma Brasil e aprovado mediante o parecer consubstanciado CONEP nº 1038951.

4. Resultados e Discussão
As quatro categorias analíticas encontradas foram descritas abaixo.

4.1 Tratamento centrado na medicação, internamento e no médico psiquiatra: da exceção ao cotidiano.

E2... "Tem pacientes que a gente leva todos os dias pra fazer Haldol porque tem que estabilizar o paciente"...

Os CAPS são mais que um serviço, eles são considerados um “espaço privilegiado de geração de cuidados, subjetividades mais autônomas e de inclusão social, que articula a singularidade de cada usuário à diversidade de possibilidades de intervenções terapêuticas”( Yasui, 2007, p. 155 apud COSTA 2014).

4.2 Práticas e Estratégias de Cuidado: o olhar dos gestores de saúde

E7..."é feito pela equipe multiprofissional é, eles realizam também as terapias alternativas (muito forte isso com os usuários)..."

Para Ayres (2006 apud Barbosa et al., 2016), o cuidado é uma prática que se insere no lançar-se ao mundo de tal forma que haja uma reconstrução constante entre o ser e o mundo.

4.3 Configuração da Rede de Cuidados

E1...‘‘o objetivo deste programa é que esse paciente, ele volte pra sociedade, volte a morar com a família, então o CAPS, ele não é o lugar onde o paciente vai lá se internar e sim é o lugar onde ele será reabilitado, para voltar para o convívio social: com a família e com a sociedade."

Segundo Campos ( 2005), usuários não tem suas necessidades satisfeitas em serviços especializados através de suas tecnologias mas sim, por estratégias criativas e por equipes multidisciplinares que utilizam vários recursos subjetivos, individuais, sociais e comunitários.

4.4 Modelo de Gestão: os desafios de se implantar uma gestão participativa

E5...‘‘a gente não encontra esse apoio do gestor, sem esse apoio não funciona. Não funciona porque a gente precisa que essa rede fique fortalecida...‘‘

Os municípios são locais privilegiados com alto grau de potencial na implantação de modelos de gestão e atenção do SUS para haver a construção de uma democracia institucional e autonomia dos sujeitos (MELO et al., 2016).

5. Conclusões
Concluímos que todos os atores envolvidos no processo de trabalho em saúde mental, como gestores, profissionais de saúde, trabalhadores, usuários e familiares criam condições, estratégias e espaços de participação, possibilitando a discussão e a problematização de todas as questões que envolvem o contexto e o cotidiano implicados no cuidado (MINOIA; MINOZZO, 2015).
Assim, percebe-se o gestor como elo fortalecedor, como apoio institucional, mas que precisa desconstruir a lógica da gestão verticalizada e substitui-la por uma gestão poliarquica e participativa, onde todos tem voz e vez, na tentativa de dirimir os desafios que foram elencados em sua perspectivas, para fortalecer a rede de cuidados em saúde mental, o modelo de atenção integral à saúde e a gestão em modelo de roda (CAMPOS, 2005).

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

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