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Grupos Temáticos

29/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-3D - GT 3 - Metodologia

30014 - GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA EM MATO GROSSO: EXPERIÊNCIA DE EGRESSOS PARA A AUTO-ANÁLISE INSTITUCIONAL.
EVERTON ROSSI - UFMT, RENI APARECIDA BARSAGLINI - UFMT


Introdução. A ideia da criação da graduação em Saúde Coletiva é antiga e sua concretização foi favorecida pelo contexto político-institucional brasileiro de ampliação dos cursos e vagas no ensino superior, na década de 2000. No Estado de Mato Grosso, a graduação em Saúde Coletiva foi implantada no período noturno, em 2010, pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso, tendo formado, desde então, onze turmas, perfazendo total de 93 egressos. Investido no perfil ocupacional que se dava na pós-graduação, este novo sanitarista vem construindo sua identidade profissional que resulta da articulação entre o mundo vivido do trabalho, a trajetória profissional e esta na relação com a formação (como aprenderam o trabalho que realizam ou realizarão). O egresso tem legítimo saber sobre tal processo refletindo, em si, o instituído e assim, pode contribuir para que a instituição amplie o conhecimento sobre suas práticas e as transforme conforme a demanda. Neste sentido é que o presente trabalho se aproxima da Análise Institucional que possibilita a reflexividade como intervenção e reposicionamento diante dos cenários que se apresentam. Objetivo. Torna-se necessário trazer para o debate a questão: como sanitaristas graduados formados percebem o processo vivenciado na formação em Saúde Coletiva em Mato Grosso? E o que a experiência destes egressos diz ao processo auto-analítico da instituição/Instituto de Saúde Coletiva da UFMT? Assim, propõe-se nesta apresentação identificar e compreender elementos positivos/facilitadores e fragilizadores na formação de sanitaristas graduados na perspectiva de egressos. Metodologia. Trata-se de estudo qualitativo decorrente de pesquisa mais ampla de mestrado sobre a identidade profissional de sanitaristas, inspirado na experiência cotidiana que privilegia o ponto de vista dos sujeitos que vivem na pele o fenômeno estudado – os egressos, a partir do que marcou sua trajetória acadêmica (formação). A produção de dados se deu por meio de aplicação de questionário (on-line), criado através do Google Docs-Forms, composto por questões fechadas e abertas direcionado a todos os egressos do curso. Do universo de noventa e três egressos, quarenta e nove responderam ao questionário. Os dados foram tratados pela análise de conteúdo na modalidade temática. Resultados. Assim, baseados nos relatos dos egressos identificamos alguns elementos sobre a formação que indicam como pontos positivos/facilitadores para a formação, quais sejam: 1) “as contribuições interdisciplinares” – necessárias para compreensão do processo saúde-doença e os determinantes sociais que influenciam na vida e saúde da população, possibilitando perceber as políticas de saúde como fundamentais para o bem estar social e melhoria da qualidade de vida da população; 2) a “inserção em projetos” de pesquisa e extensão, sendo fundamentais para exercício da prática profissional, bem como o contato com professores altamente qualificados. E sobre os pontos negativos/fragilizadores há questões referentes: a) “aos docentes” - pela (falta de comprometimento com o curso, como déficit de professores com domínio na área de política, planejamento e gestão em saúde, mantendo um distanciamento da articulação teoria com a prática na Saúde Coletiva); b) “às disciplinas” - pelas (fragilidades no planejamento da disciplina de Eixo Integrador; falta de disciplinas optativas e com aulas práticas com vivências no campo durante a formação concentrando-se no estágio); disciplinas (ofertadas por professores de outros departamentos que ministram disciplinas específicas (geografia em saúde, ecologia em saúde e direito aplicado à gestão) os quais desconhecem o campo da Saúde Coletiva e, assim, acabam ministrando aulas sem conexão com os objetivos do curso; e à carência de eventos científicos locais da área; c) “estágios” – onde se ganha destaque a referência aos estágios supervisionados que são valorizados por perceberem como importante para compreender o processo de trabalho (estrutura, funcionamento, dinâmica, fluxos etc) no setor saúde in locu, ao lado da percepção de insuficiência por serem curtos carentes de preceptoria, os quais sempre acontecem nos mesmos locais. Considerações. O que os egressos compartilham pelos relatos é o saber baseado na experiência cotidiana e fornece elementos legítimos à reflexividade institucional para que pense sua prática social formativa. A aposta institucional na formação de sanitaristas graduados conforma uma práxis contra-hegemônica que produz saberes, pensares e fazeres; acredita e forja mudanças e práticas que tomam à saúde, a qualidade de vida e os direitos sociais como referenciais centrais, capazes de contribuir na consolidação do SUS e do bem viver. Embora seja desafiador trabalhar com o que é inédito, a partir da experiência concreta dos egressos mostram-se potenciais aos movimentos instituintes que fortalece o processo de formação graduada em Saúde Coletiva e sua consolidação em Mato Grosso.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

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