29/09/2019 - 15:00 - 16:30 CB-3A - GT 3 - Análise das Práticas |
31672 - ATUAÇÃO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL EM INTERCONSULTAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE JUCICLEIA MAIARA DA SILVA FREITAS - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA, JANAÍNNA LILIAN SANTOS DA TRINDADE - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA, TICIANA TORRES - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA
A Atenção Primária à Saúde no Brasil é considerada a porta preferencial de entrada dos usuários no serviço de saúde, é guiada pelos princípios da longitudinalidade; integralidade; coordenação; abordagem familiar e enfoque comunitário. Nesse contexto foram inseridas as Residências em Saúde. As Unidades de Saúde da Família são composta por uma equipe mínima de profissionais, além do apoio do Núcleo Ampliado de Saúde da Família, que exerce atividades no eixo da assistência e no de matriciamento. Versando pela lógica da integralidade na saúde, as interconsultas se apresentam como uma estratégia eficaz, desburocratizada e holística na abordagem, compreensão e resolução das demandas apresentadas pelo usuário, respeitando sua individualidade, autonomia, e percepção de mundo. Durante o primeiro ano de Residência, realizaram-se diversas interconsultas, na maioria delas participaram residentes do núcleo profissional da Psicologia, da Enfermagem, da Fisioterapia, e da Medicina. Alguns desses momentos eram previamente agendados, diante de alguma demanda a priori direcionada a um profissional específico, no entanto, ao fazer a escuta durante a consulta, verificava-se a necessidade de uma visão ampliada, assim como conduta compartilhada com outros profissionais, haja vista a necessidade de compreensão do indivíduo como um todo indivisível, na maioria dos casos era possível à resolução do problema, seja pela conduta compartilhada de todos profissionais, seja pela sagacidade de articulação com a rede de saúde, indivíduo e família, em algumas diversas vezes observava a necessidade de construção de projeto terapêutico singular juntamente com o usuário. Vale destacar que, muitas destas interconsultas eram realizadas no momento inicial da procura do usuário no serviço, constatava a necessidade por parte do profissional que fez a escuta e logo se acionava a equipe multiprofissional para realizar o atendimento. Os objetivos desses momentos eram sempre guiados pela lógica do conceito ampliado de saúde, sob a ótica da transdisciplinaridade que rege o trabalho multiprofissional, permitindo um cuidado resolutivo e humanizado. É perceptível à diferença e o grau de satisfação dos usuários ao se depararem com esse tipo de atendimento, o que em tese não deveria ser surpreendente, se na rotina os profissionais se debruçassem em entender as individualidades bem como, a complexidade do todo, sem neglicenciar nenhuma parte, contudo o que se pode averiguar são consultas que ainda seguem o modelo de saúde, pautado na doença e dividindo o indivíduo por partes, voltando o foco para a parte adoecida. Esse tipo de abordagem gerou inicialmente muitos desconfortos e negativas, principalmente por a maior parte dos profissionais entendem saúde dentro do campo de conhecimento de cada núcleo profissional, como se não fosse possível um diálogo comum a todos, com o tempo foi se percebendo a necessidade de desenvolver um trabalho pautado na integralidade, resolutividade e desburocratização da assistência proporcionando a satisfação do usuário.
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