29/09/2019 - 15:00 - 16:30 CB-3B - GT 3 - Formação em Saúde |
29772 - LINGUAGEM MICROPOLÍTICA NA EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE: ESTUDO DE CASO EM COMISSÕES INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO DE MATO GROSSO FAGNER LUIZ LEMES ROJAS - UFMT, RUTH TEREZINHA KEHRIG - UFMT, EMÍLIA CARVALHO LEITÃO BIATO - UNB
Introdução: O estudo tem por objetivo compreender como emergem micropolíticas na operação local e regional da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS). A gestão interfederativa das 16 regiões de saúde existentes em Mato Grosso é realizada por Comissões Intergestoras Regionais (CIR), com representação dos municípios e também da secretaria estadual de saúde por suas respectivas instâncias descentralizadas, os Escritórios Regionais de Saúde. Nesse âmbito, há em cada região de saúde uma Comissão Integração Ensino-Serviço regional que delibera sobre os planos e ações de Educação Permanente em Saúde construídos nas instâncias estadual e locorregionais bipartites. Método: estudo de caso de quatro regiões de saúde do estado de Mato Grosso – Porto Alegre do Norte, Peixoto de Azevedo, Sinop e Barra do Garças. Foram eleitas essas regiões por terem sido melhor avaliadas em estudo anterior sobre a implementação da PNEPS. Seus Planos de Ação Regional de Educação Permanente em Saúde (PAREPS) atingiram maior similaridade ao previsto para elaboração do PAREPS na PNEPS (de 2007). A coleta de dados foi realizada via grupo focal, atentando-se à ciranda das falas dos sujeitos das respectivas CIES, analisadas na perspectiva da análise de discurso de Michel Foucault ancorada em pressupostos da microfísica do poder, e da micropolítica de Gilles Deleuze e Félix Guattari. Resultados: constatou-se que as CIES regionais estudadas apresentaram expertises nas intervenções em torno da PNEPS que as fortaleceu com ações que privilegiaram a intersetorialidade da saúde no âmbito municipal. Considerações finais: a identificação de uma linguagem singular que representa especificamente que a EPS em cada regional de saúde expressava diferentes estratégias do campo das micropolíticas que repercutiam na regionalização e reorganização do SUS local.
CECCIM, Ricardo Burg. Educação Permanente em Saúde: descentralização e disseminação de capacidade pedagógica na saúde. Revista Ciência e Saúde Coletiva, 2005, n. 10 v. 4, p. 975-986. Disponível em: . Acesso em: 25 abr. 2019.
CECCIM, Ricardo Burg; MERHY Emerson Elias. Um agir micropolítico e pedagógico intenso: a humanização entre laços e perspectivas. Interface Comunicação Saúde e Educação. Botucatu: Unesp, 2009. n. 6 v. 1, p. 531-542. Disponível em: . Acesso em: 25 abr. 2019.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. 5 ed. (tradução: Aurélio Guerra Neto, Ana Lúcia de Oliveira, Lúcia Cláudia Leão e Suely Rolnik). São Paulo: Editora 34, 1999. 110 p.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O Anti-édipo: capitalismo e esquizofrenia. Lisboa: Assírio & Alvim, 1996.
FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. 15. ed. São Paulo: Loyola, 1999.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. 3 ed. (tradução: Roberto Machado). Rio de Janeiro: Paz e Terra. 2015, 431 p.
FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do Saber. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008. 236 p.
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