29/09/2019 - 15:00 - 16:30 CB-3B - GT 3 - Formação em Saúde |
30441 - VALIDAÇÃO DO MODELO LÓGICO DE IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA, VITÓRIA, ESPÍRITO SANTO LORENA FERREIRA - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ), ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA (ENSP) – RIO DE JANEIRO (RJ), BRASIL., MARIAMÉLIA SANTOS RIBEIRO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO (UFES), CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA – ESPÍRITO SANTO (ES), BRASIL., CAROLINA DUTRA DEGLI ESPOSTI - UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO (UFES), PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA (PPGSC) – ESPÍRITO SANTO (ES), BRASIL., MARLY MARQUES DA CRUZ - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ), ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA (ENSP) – RIO DE JANEIRO (RJ), BRASIL.
Introdução: A descrição de uma intervenção consiste na primeira etapa para o planejamento da avaliação e o Modelo Lógico (ML) é uma ferramenta com grande potencial para essa finalidade. Expresso por meio de um desenho gráfico, o ML é utilizado para sistematizar e comunicar as relações causais existentes entre os recursos disponíveis, as atividades realizadas e os resultados esperados de uma intervenção. Objetivos: Descrever o processo de validação do ML de Implementação da Política de Educação Permanente em Saúde (PEPS) na Atenção Primária à Saúde (APS) no município de Vitória, Espírito Santo (ES). Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, com abordagem mista. Para estabelecer o consenso entre os participantes quanto aos itens descritos no ML, utilizou-se a técnica de Delfos. Foram convidados a participar do estudo 15 especialistas com atuação na gestão, ensino/pesquisa, serviço e/ou controle social. Na primeira rodada, foi disponibilizada, via correio eletrônico, a primeira versão do ML organizado em oito blocos referente aos processos, resultados e contexto político-organizacional. Os 11 instrumentos devolvidos foram digitados no Microsoft Excel e analisados por meio de estatística descritiva, considerado-se consensuado o item com pelo menos 80% de votos “sim” no quesito pertinência. O segundo instrumento foi enviado somente aos participantes que devolveram o primeiro instrumento preenchido. Foram devolvidos dez instrumentos, nos quais o nível de relevância foi atribuído a partir de uma escala de likert e os dados inseridos no software SPSS (Statistics, versão 21). A análise descritiva foi realizada e foram consensuados quanto à relevância os itens com pontuação final maior que 80% e que apresentaram alto nível de concordância. A participação dos especialistas ocorreu após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A pesquisa recebeu apoio financeiro da FAPES (processo nº 83170561/2018). Resultados e Discussão: Quanto aos aspectos da estrutura, foram descritos no ML os recursos financeiros, materiais e humanos e, dentre eles, os recursos financeiros e humanos foram considerados imprescindíveis pelos participantes. Assim como em outras pesquisas, para a execução da PEPS, há a necessidade de investimento, principalmente, do recurso financeiro. No que se refere aos processos, no componente técnico planejamento, foram julgados como relevantes para implementação da política: construir, de forma coletiva com trabalhadores, gestores, instituição de ensino e controle social, as ações de EPS no município e; elaborar o Plano de Ação Municipal de EPS ou documento legal que oriente as ações. Nota-se que a articulação interinstitucional entre gestores estaduais e municipais, instituições de ensino, controle social e serviços de atenção à saúde configura-se como dispositivo necessário para o desenvolvimento da política, assim como a construção coletiva das diretrizes para a formação dos profissionais de saúde. Quanto ao componente da articulação política, foi sugerida a inclusão da Comissão de Integração Ensino-Serviço (CIES) municipal para auxiliar na condução da gestão da educação e; a participação da Escola Técnica e Formação Profissional de Saúde de Vitória (ETSUS/Vitória) no desenvolvimento da PEPS. As CIESs são importantes instâncias de negociação, pactuação e desenvolvimento da EPS, assumindo o papel de indutoras de mudanças e promovendo o trabalho articulado entre as várias esferas de gestão e instituições formadoras. A criação dessa instância a nível municipal pode contribuir para o desenvolvimento da EPS local, juntamente com o fortalecimento da ETSUS/Vitória, cujo papel central consiste em ordenar as ações que envolvem pesquisa, integração ensino-serviço e educação permanente no município. Quanto ao contexto político-organizacional, foi sugerida a inclusão do item “sensibilização de todos os atores envolvidos quanto aos preceitos da EPS”, visto que, dificuldades no entendimento do conceito de EPS já foram identificadas em alguns estudos, muitas vezes, utilizada como sinônimo de "educação continuada", dificultando o processo de mudança das práticas de saúde. Conclusões: Essa pesquisa descreveu o processo de validação do ML de implementação da PEPS na APS no município de Vitória, a partir da contribuição dos especialistas. Norteando-se pelos princípios da abordagem participativa nas avaliações, buscou-se a construção coletiva das idéias e percepções dos atores com diferentes inserções na área da EPS, por meio da utilização da técnica de consenso Delfos. O ML validado configura-se como uma contribuição para a gestão da PEPS na APS em Vitória-ES, na medida em que permite um acompanhamento do desenvolvimento da intervenção no município. Em todo caso, faz-se importante a revisão periódica do ML, ajustando-o a novos aspectos ou a outros não previstos que apareçam com o aprimoramento dos processos referentes a essa política.
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