29/09/2019 - 15:00 - 16:30 CB-3B - GT 3 - Formação em Saúde |
30746 - PERCEPÇÃO DA EQUIPE DE SAÚDE BUCAL SOBRE AS AÇÕES DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA, VITÓRIA, ESPIRÍTO SANTO CAROLINA DUTRA DEGLI ESPOSTI - UFES, LORENA FERREIRA - ENSP/FIOCRUZ, MARIAMÉLIA SANTOS RIBEIRO - UFES, MARLY MARQUES DA CRUZ - ENSP/FIOCRUZ
Introdução: A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) tem como princípio a gestão democrática e participativa, caracterizando-se como uma estratégia necessária de aperfeiçoamento do processo educativo. Por atuar de modo descentralizado, ascendente e transdisciplinar, a Educação Permanente em Saúde (EPS) possibilita a reorientação das práticas em saúde por promover o aprendizado dentro do espaço de atuação. As equipes de Saúde Bucal integram a Estratégia Saúde da Família, revelando um histórico de avanços dentro da Atenção Primária. Nesse contexto, a EPS é uma importante ferramenta de qualificação das práticas, tendo em vista a necessidade da integralidade na atenção.
Objetivos: Verificar as ações de educação permanente voltadas para as Equipes de Saúde Bucal na Atenção Primária do município de Vitória, Espírito Santo (ES).
Metodologia Trata-se de um estudo descritivo realizado no município de Vitória, capital do Estado do Espírito Santo, Brasil. O município possui 22 Unidades de Estratégia Saúde da Família com Equipes de Saúde Bucal, totalizando 138 profissionais (53 cirurgiões-dentistas, 60 auxiliares em saúde bucal e 25 técnicos em saúde bucal). A partir dessa população, foram incluídos como participantes da pesquisa os profissionais que atuavam há pelo menos dois anos de serviço no cargo atual. A amostra final foi composta por 109 profissionais das Equipes de Saúde Bucal: 46 cirurgiões- dentistas, 45 auxiliares em saúde bucal e 18 técnicos em saúde bucal. A coleta dos dados foi realizada entre julho de 2018 e fevereiro de 2019, por meio de um questionário semiestruturado autoaplicado. As questões do questionário abordaram a compreensão dos profissionais sobre EPS e sua participação nessas ações. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca- ENSP/FIOCRUZ (parecer n° 2.464.885/2018) e autorizada também no Comitê de Ética e Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Espírito Santo (protocolo n 2.464.885/2017). Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados coletados foram tabulados e a análise descritiva simples foi realizada com auxílio do software de análise quantitativa SPSS (versão 21.0). O projeto foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES), processo n° 83170561/2018.
Resultados e discussão: As reuniões com a Equipe de Saúde da Família e/ou Equipe de Saúde Bucal foram as principais ações de EPS realizadas dentro da Unidade de Saúde (n=89; 84,8%). Os participantes afirmaram existir uma integração com outros profissionais no local de trabalho para a implementação da EPS (n=63; 65,6%), principalmente com a Equipe de Saúde da Família (n=55; 56,1%), e, em menor proporção, com os gestores (n=37; 37,8%). Estudos demonstram que existe uma dificuldade de articulação no planejamento das ações de EPS, já que há uma notoriedade secundária dada aos gestores e demais órgãos. O estudo mostrou que a Escola Técnica do SUS (ETSUS) (n=74; 70,5%) e a Atenção Primária (n=88; 82,2%) são, respectivamente, os principais local e tema das ações de EPS. Existe uma forte relação entre a compreensão e a participação em alguma ação de EPS, sendo a “Capacitação” o principal exemplo de EPS mencionado pelos participantes (n=92; 84,4%). A idealização de programas de capacitação profissional com a finalidade de desencadear processos de formação ancorados na EPS visa favorecer um processo de trabalho em saúde bucal mais integrado à Estratégia Saúde da Família.
Conclusões: Nota-se uma integração das Equipes de Saúde Bucal dentro do espaço de atuação na Estratégia Saúde da Família. Além disso, é possível enxergar avanços na prática desses profissionais de saúde em direção aos preceitos da EPS, seja por meio de recursos existentes ou da aprendizagem no trabalho. Para que as ações de EPS sejam efetivadas, há a necessidade de um trabalho articulado entre os diferentes profissionais de saúde da Estratégia Saúde da Família e, principalmente, entre os gestores locais.
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