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Grupos Temáticos

29/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-7B - GT 7 - Os serviços de saúde e os adoecimentos de longa duração: práticas no hospital, no domicilio e na atenção básica

30408 - SOBRE A MORTE E O MORRER: O OLHAR DA ATENÇÃO PRIMÁRIA PARA OS CUIDADOS PALIATIVOS
RITA DE CÁSSIA OLIVEIRA DE MEDEIROS - UFRN, BÁRBARA EVELYN DE OLIVEIRA BARBOSA - UFRN, MIKAEL DE ARAÚJO SILVA - UFRN, JOWERTON BARROS DA COSTA - UFRN, LUIS HENRIQUE LOPES DE FIGUEIREDO - UFRN, DIEGO BONFADA - UFRN


Contextualização: O paliativismo é a prática do cuidado direcionada para pacientes fora de possibilidades terapêuticas de cura e trata-se de uma abordagem que prioriza a qualidade de vida dos pacientes em estado terminal e famílias por meio, principalmente, da prevenção e alívio do sofrimento, enquanto também perpassa pela abordagem de problemas físicos, espirituais e psicossociais, dada a complexidade do momento de morte e sua significância cultural, simbólica e afetiva. Nesse sentido, a prática do cuidado paliativo é, muitas vezes, compreendida como uma conduta hospitalocêntrica e voltada para classes sociais mais elevadas, reconfigurando a compreensão da dor e da morte numa perspectiva socioeconômica. Descrição: A partir de tal conjuntura, o presente trabalho relata a experiência de um grupo de acadêmicos em Medicina da Escola Multicampi de Ciências Médicas do Rio Grande do Norte, imersos numa Unidade Básica da Saúde de um território periférico do interior Potiguar. Tal inserção foi sistematizada a partir da Metodologia Ativa do Arco de Maguerez, a qual direciona os estudantes para a observação da realidade, e, a partir dela, fomenta intervenções resolutivas diante das problemáticas observadas. Logo, a partir do acompanhamento de um caso de terminalidade à nível de Atenção Primária, buscou-se reconhecer como a atenção básica tratava da paliatividade, através da discussão sobre a temática com os profissionais das equipes. Desta forma, percebeu-se a necessidade de efetivar estratégias para prevenção de agravos oncológicos preponderantes na população adscrita, por meio de uma ação de Educação Popular em Saúde. Diante dos complexos problemas que emergem com os cuidados no fim da vida, tornou-se evidente aos acadêmicos a necessidade de aprofundar acerca da temática dentro do processo de trabalho em saúde, haja vista a discussão sobre o assunto ainda ser recente e estar em processo de estruturação nesse nível de atenção, enquanto o número de doenças crônicas e de sofrimentos em fim de vida aumentam com a longevidade dos brasileiros. Período de realização: a experiência aqui relatada foi desenvolvida durante o período de dois meses, de 17 de setembro à 12 de outubro de 2018. Objetivos: objetivou-se primeiramente compreender a abordagem da terminalidade feita pelos profissionais no serviço, bem como estimular o cuidado paliativo e a humanização do processo de morte na Atenção Primária, haja vista a nova Política Nacional da Atenção Básica (PNAB) preconizar que o cuidado ao doente terminal deve ser, também, atribuição deste nível de atenção. Resultados: A intervenção ativa na unidade de saúde, feita inicialmente por meio de uma reunião de equipe, trabalhou pontos-chave dos cuidados paliativos. Para a adequada abordagem nesse momento, o grupo de estudantes precisou buscar na literatura o que há de consolidado sobre a temática, aprofundando seus conhecimentos acerca da área. Além disso, os presentes durante a ação puderam expor suas experiências, tirar dúvidas e desconstruir um estereótipo inadequado do papel da atenção básica em relação aos pacientes terminais. Ademais, foram apresentadas, juntamente com essa nova perspectiva trazida pela PNAB, alternativas de trabalho interprofissional voltado às necessidade de cuidados paliativos da comunidade. Aprendizados: Percebeu-se que a experiência de articulação ensino/serviço possibilitou tanto a consolidação de conhecimentos inerentes a temática, por parte de alunos e profissionais de saúde, quanto foi capaz de contribuir para a construção de uma atenção básica mais forte, atuante e eficaz. Análise crítica: Portanto, diante de tal experiência, observou-se que o cuidado paliativo é trabalhado a nível de atenção primária de forma, ainda, fragmentada, marcada pela compreensão cultural da morte como um tabu. Nessa perspectiva, a dinamicidade do território sofre um impacto quanto ao decaimento da qualidade de vida tantos dos pacientes terminais quanto de seus familiares que, dependendo da situação econômica, vivenciam a doença como um processo também socioeconômico que subtrai sua dignidade, sendo que a prática curativista diante de um cenário de terminalidade potencializa as possibilidades de iatrogenia. Logo, há uma forte necessidade de organização do modelo de assistência de forma que possa ser oferecido cuidado adequado aos pacientes com doenças avançadas e terminais, para que possa propiciar-se um processo de morrer digno, pautado na humanização entre saúde-paciente-família, lugar em que a Medicina Paliativa seja expressão máxima de respeito ao fim da vida humana.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

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