29/09/2019 - 15:00 - 16:30 EO-7C - GT 7 - Saúde Mental, estigmas e intersecções nos adoecimentos de longa duração |
30505 - SUICÍDIO: UMA ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO NAS TENTATIVAS E ÓBITOS NO ESTADO DA PARAÍBA ALEXSANDRA LAYANI FAUSTINO DE ANDRADE - SES-PB/FSM, ANNE CAROLINE FERREIRA DE FREITAS - SES-PB/ FSM, ANA AMÉLIA DA FONSECA PINHEIRO DE SÁ - SES-PB, HENRIQUE HOLANDA DE ARAÚJO - SES-PB, JÉSSYCA ALANA OLIVEIRA PEREIRA - SES-PB/FSM, MARINA GOMES FAGUNDES - SES-PB/FSM, MAURA VANESSA DA SILVA SOBREIRA - FSM, MICHAELLA SHAMY NUNES MELO - SES-PB, RAFAELA VALE DE HOLANDA ALVES - FSM, STEPHANNY BATISTA DE ALENCAR ROBERTO - SES-PB/CEFOR
Apresentação: Ao descrever sobre o suicídio é importante destacar que o mesmo é uma ação praticada pelos indivíduos na tentativa de eliminar dificuldades pessoais ou ocasionadas pelo social. Por ter esta relação direta entre indivíduo e o meio social, o suicídio foi dotado de diferentes representações e sentidos, atribuídos de acordo com cada organização cultural. Além disso, “chama-se suicídio todo caso de morte que resulta direta ou indiretamente de uma ação, positivo ou negativo, realizado pela própria vítima e que ela sabia que causaria esse resultado”. A Organização Mundial de Saúde - OMS (2011) descreve os fatores que levam o sujeito à prática do suicídio, a saber: os transtornos mentais, relações familiares, gênero sexual, faixa etária de vulnerabilidade, abuso de álcool, drogas ou fármacos situações sociais desfavoráveis, como pobreza e desemprego. Objetivo: Apresentar a situação epidemiológica das tentativas e óbito por suicídio no Estado da Paraíba a partir da análise de informações coletadas nos sistemas de informações, incidência de suicídio por sexo e faixa etária, assim como as lesões autoprovocadas no território determinado. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo do perfil epidemiológico dos indivíduos que tentaram suicídio, bem como aqueles que evoluíram a óbito por essa causa no Estado da Paraíba, no período de 2011 a 2017. Os dados sobre as lesões autoprovocadas e as tentativas de suicídio foram extraídos da base de dados SINAN NET, a partir das fichas de notificação individual de violência interpessoal/ autoprovocada no período de 2011 a 2018. Foi realizada uma análise descritiva das características sóciodemográficas dos casos de lesões autoprovocadas segundo método utilizado para a auto lesão. Resultados e Discussões: A taxa de mortalidade por suicídio na Paraíba foi maior no ano de 2017, com 248 casos notificados entre o sexo masculino e feminino; porém é importante destacar que o sexo masculino é o que mais comete suicídio nesse Estado. Fazendo uma análise entre os anos de 2011 a 1017, compreende-se que 78% dos casos de suicídios são cometidos pelo sexo masculino e 22% sexo feminino, tendo a faixa etária mais acentuada de 30 a 49 somando em ambos os sexos. Nas mortes por suicídio, embora seja frequente o comprometimento da saúde mental, em geral estão presentes também problemas de relacionamento familiar, crises financeiras e desempregos onde os mesmo afetam diretamente a saúde do homem. Outro ponto que pode levar ao aumento desse número é o uso acentuado do consumo de álcool e drogas, que poderiam se associar a suicídio. Quando falamos de lesões auto provadas temos uma situação contraria ao suicídio, o maior índice por sexo é referente as sexo feminino tendo 65,07 % dos casos registrados a partir de notificações e 34,93% do sexo masculino. Na comparação entre mulheres e homens com registro de lesão autoprovocada, destacaram-se que o sexo feminino comete maior número de tentativas de suicídio. Quando falamos dos métodos utilizados para cometer o suicídio, a intoxicação exógena, o enforcamento e as armas de fogo foram, nessa ordem, os meios mais utilizados para cometer o suicídio. Segundo a OMS, estratégias de restrição aos meios de cometer suicídio, como o controle do uso de agrotóxicos/pesticidas e de armas de fogo, reduzem a incidência do suicídio e não são recomendadas como instrumentos para a população geral. Ainda que o cenário seja alarmante, o suicídio pode ser prevenido, sabe-se que o fenômeno do suicídio é complexo, influenciado por vários fatores, e que generalizações de fatores de risco são impresumíveis. A partir de uma análise contextual é possível compreender situações de maior risco, entre elas ter acesso aos meios de cometer suicídio, apresentar dificuldade em lidar com estresses agudos ou crônicos da vida. As lesões autoprovocadas e tentativas de suicídio são fenômenos complexos, e possuem como determinantes os fatores sociais, econômicos, culturais, biológicos e a história de vida pessoal. Considerações Finais: O assunto suicídio atravessa décadas de existência do país, pois historicamente o termo suicídio vem sendo estudado e debatido por diversos pesquisadores, que trazem grandes reflexões nesse contexto. Tema este que motiva, pela sua complexidade e várias interfaces. Os dados do presente estudo mostraram que os números de suicídio nesse período vem se mantendo com pouca oscilação nos valores, apresentando um maior aumento no ano de 2017. As taxas de suicídio e lesões autoprovocadas diferem significativamente entre homens e mulheres nesse estudo. Entre as estratégias de prevenção ao suicídio, estão as relacionadas aos sistemas de informação em saúde, incluindo a coleta e análise de dados sobre tentativa de suicídio e óbito por suicídio. Além disso, reconhecer o suicídio como um problema de saúde pública e destinar recursos para sua prevenção é um caminho estratégico para preservar e melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas.
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