29/09/2019 - 15:00 - 16:30 EO-7C - GT 7 - Saúde Mental, estigmas e intersecções nos adoecimentos de longa duração |
31470 - ASPECTOS AFETIVOS E COMPORTAMENTAIS DO PORTADOR DE HANSENÍASE FRENTE AO ESTIGMA E PRECONCEITO. BRUNA LÚCIA DE ARAÚJO VASCONCELOS - FACHO, GIOVANA FERREIRA LIMA - UPE, MAYARA FERREIRA LINS DOS SANTOS - UPE, NATALY LINS SODRÉ - UPE, EMÍLIA CRISTIANE MATIAS ALBUQUERQUE DA ROCHA - UPE, RAPHAELA DELMONDES DO NASCIMENTO - UPE, RANDAL DE MEDEIROS GARCIA - UNINASSAU
Introdução: A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo agente etiológico é o Mycobacterium leprae (M. Leprae). A doença acomete principalmente pele e nervos periféricos podendo levar a sérias incapacidades físicas (DAMASCO, 2017). Marcada desde antigas civilizações, a doença de pele, até então chamada lepra, carregou consigo diversos preconceitos, discriminação, sofrimento, rejeição e isolamento. Sendo considerada uma das doenças mais antigas da humanidade (LOPES, 2018). Os portadores da doença são alvos de preconceito até hoje pela sociedade, e nos tempos antigos ficavam isolados de seus familiares e exclusos da sociedade pelo medo do contágio e de suas deformidades físicas (BAIALARDI, 2017). Por intervenção do governo brasileiro teve a sua nomenclatura mudada de acordo com a Lei nº 9.010, que legislou proibindo a utilização do termo “lepra”, consequentemente, o término designativo para a doença passou a ser “hanseníase” (MOURA, 2018). As reações emocionais estão presentes no portador de hanseníase, que contribui no agravo da doença e são tão importantes quanto os sintomas físicos (BELCHIOR, 2016). Esses fatores contribuem para a redução da autoestima, autoimagem e outras características emocionais e comportamentais do paciente. Objetivo: Analisar os aspectos afetivos e comportamentais do portador de hanseníase frente ao estigma, o preconceito e a exclusão social. Metodologia: O material foi selecionado com auxílio das bases eletrônicas de dados bibliográficos: SciELO e PubMed. Sendo empregados os descritores: exclusão social, estigma, hanseníase e preconceito. O levantamento bibliográfico foi realizado de abril a maio de 2019. A partir dessa busca, foram encontrados 15 artigos. Para inclusão e análise dos artigos, foram estabelecidos como critérios de inclusão artigos indexados nas bases de dados descritas previamente e publicados na íntegra na língua portuguesa no período de 2016 a 2018 e que se encaixavam no objetivo proposto e foram exclusos aqueles repetidos, totalizando em 11 artigos. Resultados: A hanseníase encontra-se entre as doenças e agravos que envolvem as Políticas Públicas de Saúde, devido a seu nível endêmico, ainda são considerados um problema grave de saúde pública no Brasil e os sintomas da doença trazem junto uma outra problemática, a exclusão social (MORAIS, 2017). De acordo com Pontes, (2017), a exclusão social, juntamente com outras dificuldades no enfrentamento da endemia, é uma evidência típica da “lepra”, nome do passado que carrega o estigma, o preconceito e o sofrimento de muitos que foram sepultados em vida em asilos, dispensários e preventórios do século XX. O autor afirma, ainda que a exclusão social do doente e de seus familiares dentro das comunidades, por mais que muitas vezes seja invisível aos olhos de quem executa e toma as decisões práticas, deve ser vista como um obstáculo no atendimento a esta pessoa. Em relação ao convívio social, Nunes, (2018) demostra que o estigma que persiste da sociedade para com a hanseníase é mais resistente do que a própria doença, mostrando ser uma sociedade sem informação e amedrontada pelas alterações físicas da doença, trazendo grandes prejuízos para o portador, que muitas vezes, se afasta da sociedade por medo e vergonha das pessoas. Segundo Oliveira, (2017), alguns pacientes, ainda, pressupõem que contrair hanseníase é um castigo divino, destinado aos próprios devido a algum erro cometido que ofendera a Deus. Já Santos, (2018) destaca que os próprios preconceitos em relação à moléstia fazem com que rejeite a si mesmo, não se aceitando como portador da doença e isolando-se de seu grupo social, adotando uma postura de autoflagelo. Em relação ao diagnóstico, Vieira, (2018) é fundamental ouvir e perceber os sentimentos expressos naquele momento específico. Acolher as manifestações de preocupação, desconfiança, medo da rejeição, desconhecimento da doença e do tratamento é determinante para a continuidade e adesão da pessoa ao serviço de saúde. Conclusão: É necessário, que haja estratégias envolvendo a participação da comunidade que são as que mais se destacam no combate ao estigma, possibilitando que as pessoas adquiram um maior conhecimento sobre a doença, sua evolução e o tempo de tratamento, este tipo de atitude pode ser caracterizada junto as Ações de Educação em Saúde. Logo, o presente estudo possibilitou conhecer as percepções sociais de preconceito vividas pelos indivíduos, que vem sendo mantida há muitos anos. Por fim, Estratégias na busca de levar maior clareza ao conhecimento do que é a hanseníase, deverão ser realizadas na busca de diminuir o preconceito existente para os indivíduos com hanseníase com relação ao seu aspecto físico, e também contribuir para que a doença seja diagnosticada e tratada precocemente, evitando assim maiores complicações, proporcionando uma cura mais rápida aos indivíduos com hanseníase.
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