29/09/2019 - 15:00 - 16:30
EO-11G - GT 11 - Territorialidades e conflitos ambientais |
31424 - SAÚDE AMBIENTAL: CONHECENDO O CONCEITO PARA BUSCAR UMA NOVA PRÁTICA
CARLOS WENDELL PEDROSA DOS SANTOS - IFPB
Apresentação/Introdução
Considerando a saúde não apenas como a ausência de doenças, mas como aspecto vital para a vida, e um conjunto integrado de variados determinantes e condicionantes, entre eles o meio ambiente, está diretamente relacionada à formação socioeconômica de determinada sociedade. A forma de relação entre os seres humanos e o meio ambiente mudou sensivelmente com o passar dos séculos, sobretudo, com a ideologia capitalista. O processo de esgotamento dos recursos naturais por causa da degradação e expropriação sem limites, pelo capital, acarreta graves consequências para a vida no planeta. A temática saúde ambiental constitui uma questão contemporânea.
Objetivos
Analisar a importância dos estudos referente a saúde ambiental e a necessidade da interdisciplinaridade para abordar o tema. Além de identificar algumas possibilidades e avanços entre saúde e meio ambiente na atualidade.
Metodologia
Toda construção da pesquisa foi alicerçada na revisão da literatura, e pesquisa documental e bibliográfica. As principais referências utilizadas são de livros e textos de revistas científicas, impressas ou online, de autores/as com importante relevância nos temas abordados.
Resultados e discussão
Existe uma estreita relação entre os problemas de saúde, doença e morte de uma comunidade com seu meio ambiente. Esse fenômeno é conhecido há muito tempo e existem dados científicos desde a Revolução Industrial verificando que cada sociedade tem uma forma de adoecer e morrer, ligada ao meio ambiente físico, social, econômico e político. A saúde ambiental compreende, de acordo com Organização Mundial da Saúde, os aspectos da saúde humana, incluindo a qualidade de vida, que são determinados por fatores físicos, químicos, biológicos, sociais e fatores psicossociais no ambiente. Também refere-se à teoria e prática de avaliar, corrigir, controlar e prevenir os fatores no ambiente que podem potencialmente afetar negativamente a saúde das gerações presentes e futuras. Para a Organização Pan-Americana de Saúde, esta relação incorpora todos os elementos e fatores que afetam a saúde, incluindo, a exposição a fatores como substâncias químicas, elementos biológicos ou situações que interferem no estado psíquico do indivíduo, até os relacionados com aspectos negativos do desenvolvimento social e econômico dos países. A importância dos estudos que ligam saúde e meio ambiente são inquestionáveis. Porém, observa-se que esses estudos são, por vezes, elaborados por determinadas áreas que acabam sendo “responsabilizadas” pela produção de conhecimento e respostas às inúmeras questões colocadas pela sociedade e também pelo Estado na elaboração de políticas, programas ou projetos. Visto isso, o debate acerca da interdisciplinaridade aparece como um avanço na necessária consolidação da saúde ambiental. Dentro desse aspecto, esse estudo buscou apresentar a saúde ambiental como assunto indispensável nas mais diversas áreas do conhecimento. A noção de saúde se amplia quando incorporado às questões ligadas ao ambiente e sendo a saúde pública direito de todos e dever do Estado, é fundamental seu aprofundamento através de pesquisas e ações. O meio ambiente segue não sendo respeitado, como se fosse uma coisa separada dos seres humanos, ganhando visibilidade de forma compartimentada dificultando sua apreensão na totalidade. Nesse debate de totalidade, analisar os determinantes sociais e ambientais da saúde é imprescindível para a tomada de decisões que extrapolam a área “médica”, incluindo questões sociais, relacionais, geográficas, ambientais, sendo todas interlaçadas e consideradas condicionantes da saúde também.
Conclusões/Considerações Finais
O estudo teórico de determinado tema é a peça chave para a sua compreensão, cada vez mais próximo da realidade. Partindo de uma situação concreta, as variadas formas de entender e agir são repassadas para o aspecto teórico. Ao perceber, desde as civilizações mais antigas, que a interação entre saúde e meio ambiente existe e determina a condição de qualidade de vida dos seres humanos, cada vez mais estudos são desenvolvidos na intenção de extinguir possíveis prejuízos às sociedades. A desigualdade social é um ponto fundamental para a compreensão da saúde ambiental, principalmente, seus efeitos sobre os mais pobres ou de grupos raciais e étnicos historicamente discriminados. Essa injustiça ambiental é um retrato de como os aspectos sociais podem interferir na saúde de um grupo, como nas suas interações com meio ambiente. A construção de uma política nacional de saúde ambiental é ponto estratégico e de verdadeira consolidação dessa área nas políticas públicas, saindo de um plano prático para um institucionalizado. A intersetorialidade com as demais políticas é condição sine qua non para existir.
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