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Grupos Temáticos

28/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-16B - GT 16 - Gestação, parto e violência obstétrica

31368 - A EXPERIÊNCIA DA RESIDÊNCIA DE ENFERMAGEM OBSTÉTRICA NA ASSEMBLÉIA XUCURU, 2019: A POSSIBILIDADE DE APROXIMAÇÃO COM OS POVOS INDÍGENAS E CUIDADO ÀS GESTANTES
THAISE DA SILVA BARBOSA - ESPPE/SES/PE, LÍLIAN SILVA SAMPAIO DE BARROS - ESPPE/SES/PE, KAILI DA SILVA MEDEIROS - ESPPE/SES/PE, ALESSANDRA GUIMARÃES AQUINO - ESPPE/SES/PE, HÉRIKA DANTAS MODESTO PINHEIRO - ESPPE/SES/PE


Contextualização: A década de 80 se destacou por grandes avanços na aquisição dos direitos humanos, sociais e políticos se destacando ainda como desencadeador das discussões sobre os direitos da população indígena em todos os âmbitos, principalmente na saúde, garantindo acesso universal ao Sistema Universal de Saúde (SUS) havendo a coexistência e o respeito entre as práticas de saúde e a medicina tradicional indígena. Sendo assim, para atender às necessidades dessa população em relação ao setor da saúde, é preciso ampliar a compreensão acerca do cuidado, integrando o conceito da interculturalidade para a assistência. Portanto a atuação do enfermeiro, principalmente o enfermeiro obstetra na saúde indígena, exige uma prática e um conhecimento baseado na interculturalidade no processo saúde-doença. Como forma de buscar esse tipo de conhecimento, faz se necessário introduzir a aula de campo como forma de estabelecer o diálogo entre teoria e prática, o que permite ao discente transcender para além do ambiente hospitalocêntrico. A Comunidade Xukuru habita a Serra do Ororubá, no Município de Pesqueira, na Região Agreste em Pernambuco. A história Xukuru é pontuada por acontecimentos, marcos por eles considerados fundamentais como o assassinato do seu líder Francisco de Assis Araújo, o Cacique “Xicão”, como era conhecido. Além de ser uma liderança presente para o seu povo, foi também uma liderança entre os demais povos indígenas no Nordeste e no país. Período: A aula de campo aconteceu no dia 20 de Maio de 2019 na Terra Indígena Xucuru em Pesqueira, Pernambuco. Descrição: As residentes participaram durante todo o dia da aula de campo que teve a intenção de aproximar enfermeira residentes de um dos povos indígenas os quais as unidades de saúde as quais elas estão ligadas, são referência para prestarem assistência ao parto de gestantes indígenas do Agreste e do Sertão do Estado. Essa vivência estrategicamente sai de um ambiente de formação hospitalocêntrico para o território. A aproximação com povos tradicionais é resultado de um busca pessoal e não pela oportunização da universidade. Na formação quanto residência a especialização induz ainda mais o cuidar de uma área específica e o afastamento do olhar para a especificidades dos povos. É papel da instituição formadora e dos profissionais da saúde fornecerem uma atenção diferenciada que garanta concomitantemente o acesso universal aos serviços de saúde, assim como o respeito e a valorização da medicina tradicional. Durante a presença na aldeia, pôde-se escutar uma mulher jovem que por medo de ser submetida a violência obstétrica nas unidades hospitalares, que optou por parir na sua casa na aldeia. Essa questão chama a atenção para a formação da enfermagem obstétrica que frequentemente, diante a demanda de atendimento e a preceptoria dos profissionais com certa fragilidade no contexto dos povos indígenas, percebam o medo das mulheres do que pode ocorrer nos hospitais e como o respeito pode nos inserir na assistência à saúde das gestantes destas comunidades e a possibilidade de prestar o cuidado ao parto na perspectiva de um olhar holístico, respeitando o seu contexto de vida. Objetivo: Relatar a experiência de um grupo de enfermeiras residentes em obstetrícia durante uma manifestação cultural do povo indígena da etnia Xucuru do Ororubá. Resultados: Durante a nossa experiência observamos que eles estavam muito abertos ao diálogo, às trocas de vivência entre eles e nós, principalmente no que se refere aos relatos das mulheres indígenas em relação à assistência ao parto dentro da própria comunidade com as suas parteiras em contrapartida às práticas realizadas no hospital. Assim, essa experiência nos mostra que é preciso que se criem mais espaços interculturais nos serviços de saúde, bem como nas instituições formadoras, para discussão e inserção de novas práticas de saúde sensíveis às crenças e tradições das mulheres indígenas, modificando a atuação na área da enfermagem obstétrica. Análise Crítica: O distanciamento dos povos indígenas e outras comunidades tradicionais na formação do profissional da saúde tem levado a cuidados intra hospitalares que ao olhar desses povos pode vir a ser violento e desrespeitoso. As gestantes indígenas podem apresentar especificidades durante o trabalho de parto, parto e pós-parto e o cuidado compreensivo a partir da diversidade é papel de qualquer profissional da saúde. Nessa perspectiva, é possível perceber de forma positiva a atuação da enfermagem obstétrica na assistência às gestantes indígenas que procuram os serviços de saúde, desde que haja uma relação harmônica entre atuação hospitalar e o conhecimento medicinal tradicional indígena. Considerações Finais: Por fim, compreende-se a importância da inclusão da temática indígena na formação do profissional de saúde sobretudo o da enfermagem obstétrica para um cuidado respeitoso a mulher, livre de condutas violentas que desrespeite sua identidade cultural e seus costumes.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

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