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Grupos Temáticos

29/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-16B - GT 16 - Experiências e políticas de saúde reprodutiva

30425 - A EXPERIÊNCIA DA PATERNIDADE À LUZ DO PARTO E NASCIMENTO NO CENÁRIO DE UMA MATERNIDADE BRASILEIRA
LAUDECI BRITO BATISTA - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE - PMCG, CAROLINA LUÍSA ALVES BARBIERI - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS - UNISANTOS


INTRODUÇÃO
As alterações socioculturais, econômicas e familiares que tem marcado a construção da masculinidade ao longo do tempo têm agregado características ao homem contemporâneo e o (re) posicionado de forma mais presente no lar sob nova configuração nas suas relações parentais, tendo como marco as expressões de afetividade e de cuidado com os filhos, as quais refletem a movimentação do que é ser homem-pai porém com diferentes graus de permanência dos atributos conferidos tradicionalmente. Os espaços abertos para o exercício parental no parto e nascimento permitem ao homem reformular o conceito da paternidade na primeira experiência como pai, propicia encontros do pai tradicional com o pai contemporâneo em um mesmo homem que já tenha experenciado a paternidade anteriormente em outro momento, oferta a precoce aproximação entre pai e filho e possibilita a descoberta do próprio homem como um homem-pai. Apesar da apreensão de como é único o momento do parto/nascimento para este homem, pouco se sabe sobre a experiência da paternidade em maternidades públicas e suas singularidades regionais, tendo o homem como interlocutor e acompanhante da mulher-mãe.
OBJETIVOS
Este estudo objetiva compreender a experiência do homem-pai no parto e nascimento e a sua elaboração da paternidade, buscando refletir sobre como o exercício parental se dá e como é percebido por estes homens e se este apresenta diferença quando é o primeiro filho ou quando já foi experenciado em outro momento e em outro espaço.
METODOLOGIA
O estudo apresenta abordagem qualitativa, cujo delineamento permite trabalhar o universo dos significados, motivos, crenças, valores e atitudes o que corresponde a profundidade das relações sociais e investiga como as pessoas interpretam e atribuem sentido as próprias experiências. Deste modo, a entrevista em profundidade é adequada para resgatar a subjetividade dos discursos dos participantes a considerar que a fala aproxima o objeto de estudo e do que possa conferir significado. Outrossim, os espaços do pré-parto, parto e pós-parto foram percorridos em turnos variados conforme a presença dos homens enquanto acompanhantes, na ocasião do parto e nascimento. O Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA), maternidade pública, vinculada ao Sistema Único de Saúde (SUS) para assistência materna e neonatal de referência para partos de alto risco e de risco habitual no município de Campina Grande – PB, sediou o estudo. Os dados foram coletados durante os meses de abril e maio de 2016, após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Católica de Santos. Este estudo fez parte de uma dissertação em Saúde Coletiva.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram entrevistados para este estudo treze homens-pais que tinham entre 18 e 48 anos predominantemente adultos jovens e de cor parda. Relativo ao nível educacional, nenhum havia concluído o ensino superior e apenas um era iletrado e todos mantinham estabilidade conjugal. Quanto a experiência da paternidade sete homens a vivenciaram de forma inédita, cinco tinha uma ou mais experiências anteriores como pai e um cuja primeira vivência não se deu do ponto de vista do biológico. Considerando a caracterização dos participantes e sob a perspectiva destes homens, a experiência da paternidade revelou dimensões que envolvem os aspectos de gênero, das relações familiares e da cultura, importantes na construção do homem-pai cuidador e que permite versar sobre como estes homens elaboram a paternidade a partir do nascimento do filho. Neste sentido, a apreensão de significado foi semelhante para todos quanto à emoção de modo que tornar-se pai na atualidade foi mais próximo e afetuoso e, diferenciada na oportunidade de estar presente como participante e integrante das etapas do parto e nascimento do filho. No entanto, o resultado da experiência individual da paternidade trouxe a ponderação sobre a possibilidade de ainda o homem não expressar realmente os reais sentimentos, parecendo-me não assumir verbalmente diferenças potenciais entre o exercício da paternidade inédita e a revivida sob nova perspectiva e em outro cenário.
CONCLUSÕES
Notadamente, sob as perspectivas de cuidado e da aproximação precoce entre o pai e o filho, a experiência da paternidade oportunizada pelo fortalecimento das políticas públicas no cenário da maternidade tem permitido para estes homens novas vivências e expressões. Estes elementos que se diferenciam entre si, aproximam-se nos espaços e nas etapas do parto e nascimento e denotam a característica de um pai que traz consigo heranças culturais quanto à reprodução da emoção mas que se permite evocar as mudanças requeridas pela contemporaneidade ao homem-pai para o cuidado e para o afeto. Desde modo, percebe-se a contínua e dinâmica transformação da masculinidade para o experenciar da paternidade relevante para o campo da saúde coletiva e que suscita melhor compreender como este homem sente, elabora e reelabora a paternidade no espaço da maternidade.

local do evento

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