29/09/2019 - 15:00 - 16:30 CB-16C - GT 16 - Violência Obstétrica e outros saberes no cuidado da gestação e parto |
30998 - ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM DIANTE AS POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS DA EPISIOTOMIA KATARINE FLORENCIO DE MEDEIROS - UFRN, STELLA ALYNY DE AQUINO COSTA - UFRN, ELISABETH LUISA RODRIGUES RAMALHO - UFPB, EUNICE FERNANDES DA SILVA - UFRN, SÂMARA DALLIANA DE OLIVEIRA LOPES BARROS - UFRN, IONARA DA SILVA - UFRN, CLAUDIANE GALVÃO FERNANDES - UFRN, JÉSSICA ÍRIS FRANCO DA SILVA - UFPB, SORAYA MARIA DE MEDEIROS - UFRN, TATIANA MARIA NÓBREGA ELIAS - UFRN
Apresentação/Introdução: O parto normal é considerado um acontecimento fisiológico, associado ao desenvolvimento de contrações dolorosas e rítmicas do útero, condicionando a dilatação do colo uterino. Embora as modificações fisiológicas sejam necessárias para que ocorra o parto, o assoalho pélvico fica exposto a modificações que poderão evoluir para lesões na região perineal. Durante a expulsão do feto surge a possibilidade de realização da episiotomia, incisão cirúrgica com o objetivo de proteger o assoalho pélvico de possíveis lacerações. Segundo a Organização Mundial da Saúde (2011), a episiotomia deve ser de uso profilático, visando à prevenção do sofrimento fetal e materno, indicada em cerca de 10% a 15% dos partos normais, porém é executada em 90% dos destes patos em ambientes hospitalares no Brasil. A lei Nº 8.219 de 2017 traz a definição de violência obstétrica e a denominação da episiotomia como ato inadequado e violento. A violência obstétrica é entendida como a imposição de intervenções danosas à integridade física e psicológica das mulheres nas instituições em que são atendidas, ocorrenso um desrespeito a sua autonomia. Objetivos: identificar a incidência e as complicações da episiotomia no parto normal e conhecer as ações de enfermagem na puérpera com espisiotomia. Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão integrativa realizado em 2017 e atualizado em 2019. Foram explorados os bancos de dados da Biblioteca Virtual em Saúde, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde e o Banco de Dados Scientific eletronic library online, Banco de Dados de Enfermagem. Resultados e discussão: Foram encontrados 30 artigos, dos quais foram selecionados 11 por abordar a temática em estudo, sendo esses, 4 artigos no SCIELO, 5 artigos no BDENF e 2 artigos na LILACS. Os estudos proveem, de periódicos de enfermagem (60%), seguidos de periódicos de pesquisas em saúde e periódicos de medicina, respectivamente 30% e 10%. Foram identificadas as seguintes complicações: aumento de hemorragia pós-parto, prolongamento do uso de sondas urinárias, dor no período puerperal, maior tempo de internamento, formação de hematomas, infecção pós-natal, incontinência urinária e fecal, formação de fístulas e dispareunia. No que diz respeito à assistência de enfermagem, é relevante uma assistência humanizada, a qual consiste nas relações interpessoais. Quanto ao momento do trabalho de parto (TP), se faz necessário o bem-estar físico e emocional da mulher, o que favorece a redução dos riscos e complicações. Conclusões/considerações finais: A execução dessa prática vem sendo realizada por profissionais de saúde com intenção de desfechos positivos, contudo ficou evidenciado uma prática rotineira o que classifica como uma lesão perineal. A submissão da mulher a esse procedimento a expõe a intensas e contínuas consequências negativas. É crucial um ajuste no olhar dos profissionais que atendem a gestante e a parturiente, de modo educativo, deixando transparente o que é direito desta e as necessidades de intervenção. É importante uma revisão nas condutas dos profissionais envolvidos neste processo, objetivando estimular modelos de atendimentos mais humanizados, respeitando a singularidade de cada sujeito, complicações futuras para essa parturiente, bem como amparando esses profissionais de possíveis implicações legais. Referências: BRASIL. Mistério da Saúde. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher. Brasília (DF): Editora MS; 2001. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd04_13.pdf > Acesso em: 03 out. 2017. BRASIL. Projeto de Lei Nº 8.219 - Dispõe sobre a violência obstétrica praticada por médicos e/ou profissionais de saúde contra mulheres em trabalho de parto ou logo após. Brasília-DF, Brasil. 2017. Disponível em: . Disponível em: 29 de maio 2019. CARVALHO, Cynthia Coelho Medeiros de. SOUZA, Alex Sandro Rolland. FILHO, Olímpio Barbosa Moraes. Episiotomia seletiva: avanços baseados em evidências. 38. ed. n. 5. p. 265 - 270. Pernambuco. Femina, 2010. Disponível em: Acesso em: 22 fev. 2017. CARVALHO, Cynthia Coelho Medeiros; SOUZA, Alex Sandro Rolland; FILO, Olímpio Barbosa Moraes. Prevalência e fatores associados à prática da episiotomia em maternidade escola do Recife, Pernambuco, Brasil. 56. ed. n. 3. p. 333 - 339. Recife/PE. Rev. Associação Médica Brasileira, 2010. Disponível em: Acesso em: 22 fev. 2017. COSTA, Nilma Maria; et al. Episiotomia nos partos normais: uma revisão de literatura. 9. ed. n. 2. p. 45 - 50. Mossoró/RN. Facene/Famene, 2011. Disponível em: Acesso em: 26 mar. 2017.
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