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Grupos Temáticos

29/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-20B - GT 20 - IST/HIV/Aids, desafios e atores da assistência e prevenção

29895 - MAPEAMENTO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA NACIONAL SOBRE MULHER E HIV/AIDS (1990 - 2017): TENDÊNCIAS E DESDOBRAMENTOS
MARIANA TEIXEIRA MARIANA TEIXEIRA - ENSP/FIOCRUZ, ADRIANA DE ARAUJO PINHO - IOC/FIOCRUZ, SIMONE SOUZA MONTEIRO - ENSP/FIOCRUZ


Introdução: Não obstante os relevantes avanços no campo do diagnóstico, prevenção, tratamento e dos direitos das pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA), ainda hoje a aids é um grave problema de saúde no Brasil e no cenário global. Um aspecto marcante da origem da aids diz respeito à associação da transmissão do HIV com fatalidade e com práticas sociais não hegemônicas e consideradas desviantes, como relações homossexuais entre homens, prostituição e uso de drogas injetáveis. Tal situação fomentou a estigmatização e exclusão social das pessoas soropositivas e o receio do estigma da aids na população. Apesar das mudanças no perfil da epidemia ao longo dos anos, como os processos de heterossexualização, pauperização e feminização, o estigma da aids ainda persiste e tem comprometido o acesso às conquistas no campo dos direitos e do cuidado das PVHA. Ademais, compromete a percepção de risco de infecção do HIV entre segmentos sociais, como as mulheres. Desse modo importa aqui refletir sobre as respostas ao enfrentamento a epidemia entre as mulheres no contexto nacional. Nessa direção, se destaca a política nacional de prevenção da transmissão vertical do HIV, centrada na implementação da testagem entre gestantes no pré-natal e parto. Implementada em 1997, segue sendo atualizada, mas, abrange apenas as mulheres no período gravídico-gestacional. Outra importante diretriz refere-se ao Plano Integrado de Enfrentamento a Feminização da Aids e outras DST (PIEFA). Implementado em 2007 e revisado em 2011, o PIEFA objetivou construir respostas para os contextos de vulnerabilidade as IST/aids das mulheres, com a participação de gestores, profissionais de saúde e sociedade civil dos níveis federal, estadual e municipal. Objetivos do estudo: com o intuito de identificar os temas e achados privilegiados na produção bibliográfica sobre mulher e Aids, objetiva-se realizar um mapeamento da literatura científica nacional sobre o tema no período de 1990 e 2017. Metodologia: Foi realizada, em 2018, uma busca no portal Scielo com as palavras-chave: “mulheres” AND “hiv” OR “aids”. Os 365 artigos selecionados foram classificados, através da leitura dos resumos, em: título, autor, local do estudo, ano de publicação, abordagem metodológica, população do estudo, objetivo, temática, resultados principais e conclusão. A classificação temática e as populações compostas exclusivamente por mulheres foram quantificadas em números absolutos e organizadas em dois períodos, um pré e outro pós 2007, ano de publicação do PIEFA. Resultados e discussão: A década de 1990 concentrou a menor quantidade de estudos (5,2%), havendo um crescimento expressivo a partir da década de 2000 que concentrou a maior parte das publicações (52,3%), seguido da década de 2010 com 42,5%. A maioria (37,8%) dos estudos foi publicada na região sudeste, seguida da região nordeste (19,2%) e sul (14,2%). Prevaleceu a abordagem quantitativa, presente em 60,3% dos artigos, enquanto em 29,6% utilizou-se da abordagem qualitativa. Do total de publicações, 60,8% tinha a população composta exclusivamente por mulheres, das quais 45,9% eram de MVHA. Gestantes/puérperas correspondiam a 22,1%, sendo 18,5% de estudos com mulheres sem nenhuma característica específica designada no resumo. As temáticas mais recorrentes foram “Perfil e condições clínicas e laboratoriais associadas” (n=40) e “Perfil e tendência epidemiológica da epidemia” (n=39), mostrando a importância dos estudos de caráter epidemiológico na literatura nacional sobre HIV/Aids e mulheres. “Amamentação/Gestação/Maternidade e HIV” (n=33) e “Contracepção, reprodução e HIV” (n=20) também foram recorrentes, evidenciando a relevância dada ao período reprodutivo da vida das mulheres. As temáticas relacionadas ao enfrentamento dos contextos de vulnerabilidade descritos pelo PIEFA foram mais frequentes após 2007, quais sejam: “Estigma e violação de direitos humanos” (n=10), “Racismo e desigualdades étnicas/raciais” (n=8) e “Uso de álcool e outras drogas” (n=9). Conclusão/Considerações Finais: As questões relacionadas à maternidade e à função reprodutiva das mulheres se sobressai nos estudos nacionais mapeados, havendo lacunas em temáticas importantes para o enfrentamento da epidemia entre as mulheres no Brasil. Tendo em vista que a amplitude do descritor “mulheres” nem sempre abrange o escopo relacionado à orientação sexual, à dimensão geracional, à inserção profissional, entre outras, está em curso uma revisão bibliográfica complementar na base Scielo, no período de 1990 a 2018, que combina os termos: “HIV”; “aids”; “mulheres; “vulnerabilidade, “lésbicas”; “jovens”; “gestantes”; “prostitutas”; “profissionais do sexo”. A partir da análise do conteúdo dos artigos, objetiva-se oferecer um panorama sobre os temas e abordagens conceituais presentes na produção científica nacional sobre mulher e HIV/aids, capaz de evidencias as suas tendências e lacunas.

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