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Grupos Temáticos

30/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-20C - GT 20 - IST/HIV/Aids, ativismos e subjetividades

29829 - O HIV E AS TRAJETÓRIAS AFETIVA E SEXUAL DE MULHERES JOVENS SOROPOSITIVAS.
LEONARA MARIA SOUZA DA SILVA - UFBA, LUIS AUGUSTO VASCONCELOS DA SILVA - UFBA


Mulheres jovens que vivem com HIV/aids vivenciam diversas situações de vulnerabilidade, dentre outras, as que estão relacionadas ao gênero. Além disso, experienciam as diferentes implicações do diagnóstico em suas vidas, gerando sofrimento e afetando todo o seu cotidiano, principalmente seus envolvimentos. Com a longevidade alcançada devido aos avanços no tratamento, e, também, pelo surgimento das tecnologias digitais, a internet tem sido um importante espaço de biossociabilidade para elas. Assim, este trabalho tem o objetivo de descrever como as mulheres jovens vivendo com HIV/aids, que fazem uso de redes sociais online, vivem suas relações afetivo-sexuais (soroconcordantes e/ou sorodiscordantes). Trata-se de um estudo qualitativo, realizado através de uma etnografia online e contou com 08 mulheres jovens vivendo com HIV/aids, com diferentes orientações sexuais e idade entre 18 e 30 anos. A análise das narrativas foi pautada pela perspectiva construcionista, com foco nas práticas discursivas e produção de sentidos em torno do HIV/aids, dando destaque aos aspectos das relações afetivo-sexuais e repercussões dos novos discursos biomédicos para esses relacionamentos. Após a infecção, a vida da maioria das jovens soropositivas muda radicalmente. Algumas lidam com a rejeição dos parceiros, enquanto outras recebem apoio de companheiros e companheiras. Vivenciam mudanças nas práticas sexuais, o que requer, por diversos momentos, negociação entre o prazer e a prevenção. Passam a viver com grande responsabilidade em se cuidar, pois atribuem a si mesmas o sentido de “risco” para o parceiro. Além disso, sentem medo de transmitir o vírus e adotam o discurso da carga viral indetectável como forma de prevenção. Jovens soropositivas heterossexuais vivenciam o desejo de envolvimentos com homens heterossexuais soropositivos, na tentativa de evitar dilemas, medos e aflições presentes nos envolvimentos sorodiscordantes/sorodiferentes. Para as interlocutoras, os espaços online que frequentam as ajudam na obtenção de informações sobre o tratamento, no acolhimento e, em menor grau, para o engajamento em relações afetivo-sexuais. Finalmente, é importante considerar como os novos discursos biomédicos são incorporados no cotidiano das jovens, e, além disso, como suas preocupações com o preconceito, rejeição e violência e a “possibilidade” de “perigo” para o outro, soronegativo, contribuem para reorganizar a vida e os relacionamentos de mulheres jovens que vivem com HIV/aids.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

Campus I - Lot. Cidade Universitaria, João Pessoa - PB, 58051-900