30/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-20C - GT 20 - IST/HIV/Aids, ativismos e subjetividades |
31260 - TECNOLOGIA EDUCATIVA PARA PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS QUE VIVEM COM HEPATITES VIRAIS B E C
PATRICIA RIBEIRO RODRIGUES - SMS DE ABAETETUBA, MARIA LUCILENE RIBEIRO DAS CHAGAS - SMS DE ABAETETUBA, ELDON JASEN MELO DAS CHAGAS - SMS DE ABAETETUBA
Contextualização:
Localizado na cidade de Abaetetuba no nordeste Paraense, o Centro de Testagem e Aconselhamento – CTA e o Serviço de Assistência Especializada – SAE, atuam na promoção, prevenção, diagnóstico e tratamento do HIV/AIDS, IST’s e Hepatites Virais - HV, no contexto amazônico, em um região formada por ilhas e ramais.
Objetivo:
O objetivo do estudo foi relatar a experiência da Equipe do Centro de Testagem e Aconselhamento – CTA na realização de oficinas de educação em saúde com pessoas com o HV.
Metodologia:
Trata-se de um relato experiência, objetivando a realização de oficinas educativas em sala de espera voltadas para os usuários adultos do SAE em HV, desenvolvido no CTA, localizado na cidade do Abaetetuba, Pará. As oficinas foram desenvolvidas pela equipe multidisciplinar do serviço (enfermeira, assistente social, psicólogo e farmacêutico), realizadas mensalmente nas sextas-feiras a partir de 08 h até as 12 h, no período de março de 2017 a abril de 2019, com média de 20 participantes por oficina. No total, o projeto contemplou 124 com pacientes. Inicialmente, foram discutidas as possíveis temáticas que seriam abordadas durante as oficinas de educação em saúde. Para isso, foram levadas em consideração a experiência profissional da equipe e a necessidade dos usuários assistidos no serviço. Esse momento foi de suma importância, uma vez que proporcionou a identificação da necessidade do desenvolvimento de práticas educativas com o objetivo de integrar os usuários que compartilhavam de um mesmo diagnóstico. Os usuários foram integrados ao grupo por demanda espontânea, ou seja, foram incluídas as pessoas com HV que aguardavam em sala de espera e aceitaram participar após o convite e fornecimento de informações acerca do propósito e natureza da ação. As oficinas tiveram como objetivo despertar o pensamento crítico e a reflexão sobre o papel de cada participante no contexto da promoção da qualidade de vida, onde foram selecionadas diversas estratégias para o desenvolvimento dos temas, entre elas: dinâmicas de interação e comunicação; perguntas e repostas; exposições dialogadas, utilizando diferentes recursos audiovisuais, para fornecer subsídios para as discussões e relato verbal entre os participantes a fim de obter a interação e a troca de experiências e conhecimentos.
Resultado:
Realizaram-se oficinas com pessoas que vivem com HV que aguardavam atendimento na sala de espera de um SAE. O intuito das oficinas foi a promoção da qualidade de vida. Os profissionais discutiram os possíveis temas a serem abordados durante as oficinas, entre eles o mecanismo de ação do vírus, efeitos adversos das medicações, alimentação saudável e sua interação medicamentosa e o enfretamento ao uso de álcool e outras drogas. O envolvimento das pessoas que vivem com hepatites virais nas oficinas foi obtido de forma gradual. Em cada início de oficina, era realizado acolhimento com apresentação individual tanto dos profissionais como dos usuários atendidos no SAE, por meio da utilização de um crachá no qual cada participante escrevia seu nome, cada participante realizava uma breve apresentação sobre o que gostava de fazer, os laços familiares e as experiências relacionadas à doença. Sendo assim, cada fala expressa pelos participantes serviu para que profissionais de saúde do serviço pudessem realizar o registro de informações relevantes sobre o que as pessoas sabem, fazem e constroem para lidar com o enfrentamento da doença, tempo de diagnóstico e tratamento e suas experiências vivenciadas. Com o intuito de estabelecer atenção integrada, as oficinas buscaram também proporcionar aos participantes do grupo a disseminação de informações sobre as HV, respeitando as diferenças e firmando o cuidado da vida.
Cada dinâmica serviu como subsídio adicional na efetivação do cuidado prestado às com HV, principalmente no tocante à promoção da qualidade de vida. Por intermédio do diálogo, proporcionou-se a interação nas oficinas entre os profissionais e os usuários. Ao final de cada oficina, eram avaliados o desempenho e o aprendizado de cada participante. Observava-se a execução das atividades e, por fim, realizava-se uma discussão sobre o que cada usuário havia aprendido com a oficina.
Considerações Finais:
O presente relato revelou que as oficinas de educação em saúde para pessoas que vivem com HV foram capazes de promover troca de saberes populares e científicos, além de permitir o estabelecimento do diálogo centrado na perpetuação de informações e convivência com a doença. Com isso, contribui para a reconstrução do conhecimento, mais adesão ao tratamento e a necessidade de comportamentos e hábitos de vida saudáveis com o objetivo de melhorar a qualidade de vida. O estudo proporcionou significativo aprendizado para todos os envolvidos, pôde-se perceber que os participantes se mostraram bastante motivados em frequentar o serviço de saúde nos dias das atividades.
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