28/09/2019 - 15:00 - 16:30 CB-20A - GT 20 - IST/HIV/Aids, redes de Saúde e proteção social |
30354 - FATORES QUE DIFICULTAM A GESTANTE PORTADORA DE SÍFILIS A ADERIR AO TRATAMENTO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA RICARLLY SOARES DA SILVA BARBOSA - HOSPITAL BARÃO DE LUCENA - SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO, GUTEMBERG MANOEL DE FREITAS - HOSPITAL BARÃO DE LUCENA - SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO, ALUSKA MIRTES DE QUEIROZ - HOSPITAL BARÃO DE LUCENA - SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO, NATHÁLIA BARRETO JANUÁRIO CHAVES DE FIGUEIREDO - HOSPITAL BARÃO DE LUCENA - SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO, ROBERTA JORDÃO DE MOURA - FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU, RECIFE (PE), LUZIA JOSEFA DOS SANTOS - FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU, RECIFE (PE), MÔNICA ALICE SANTOS DA SILVA - FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU, RECIFE (PE), CARLOS FERRER DE SANTANA - FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU, RECIFE (PE)
Introdução: A sífilis é uma infecção bacteriana de caráter sistêmico, curável e exclusiva do ser humano. É causada pelo Treponema pallidum, uma bactéria Gram-negativa do grupo das espiroquetas, descoberta em 1905. É uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) milenar e persistente. Segundo a Organização Mundial da Saúde, atinge mais de 12 milhões de pessoas em todo o mundo e sua eliminação continua a desafiar globalmente os sistemas de saúde. A gestação é uma fase de alterações importantes na vida da mulher, principalmente no que se refere aos hábitos de vida, atitudes e sentimentos. Durante esse período, o risco de adquirir uma IST se eleva, podendo desencadear sérias complicações, dentre elas à infertilidade, transmissão da doença para o feto, malformações congênitas ou até mesmo o óbito quando não tratadas. A qualidade da assistência à saúde da mulher e assistência ao pré-natal pode refletir nos números de casos sífilis, principalmente na forma congênita da doença. Objetivos: Observar os fatores que dificultam a mulher gestante portadora de sífilis a não aderir o tratamento. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, foi realizada busca de artigos publicados nas bases de dados Lilacs, Scielo e BEDENF, sendo acessado pela biblioteca virtual de saúde, usando os seguintes descritores: Sífilis, Gestacional, Tratamento, Pré-natal e Qualidade, empregando na busca o operador booleano And. Como critérios de inclusão foram selecionados artigos que respondam a pergunta norteadora, em língua portuguesa, disponíveis na íntegra e publicada nos anos de 2010 a 2018. Excluídos os artigos que não responderam à pergunta norteadora e que estavam repetidos nas bases de dados. Resultados e discussão: Foram localizados 170 artigos na Biblioteca Virtual de Saúde, após a avaliação de títulos e resumos, apenas 10 se enquadraram nos critério de seleção. Os estudos analisados revelaram que as principais dificuldades relacionadas à adesão ao tratamento na sífilis gestacional, foram: ausência ou falhas durante o pré-natal; falta de conhecimento das gestantes sobre a doença, adesão limitada dos parceiros, estrutura ineficiente dos serviços. Mediante os achados que emergiram o agrupamento por similaridade de resultados, foi visto como é importante o correto tratamento em tempo hábil pela gestante e seu parceiro. Observa-se nos objetivos que em sua maioria se pretendeu analisar a importância da correta assistência prestada à gestante portadora da sífilis, trazendo uma abordagem e foco também no tratamento do parceiro. Ao analisar este estudo, verifica-se que a Estratégia de Saúde da Família se apresenta como o espaço privilegiado para o diagnóstico precoce da sífilis na gestante e a conseqüente eliminação da sífilis congênita. O acesso privilegiado à família pode facilitar o diagnóstico e o tratamento das parcerias sexuais, de acordo com o protocolo clínico. La dispõe-se de mecanismos de busca ativa de casos e de faltosos por intermédio dos agentes comunitários de saúde. Outro aspecto importante a comentar é a realização de pelo menos dois testes de triagem (VDRL) durante o pré-natal, com a conseqüente anotação clara e precisa dos resultados e do tratamento, qual esquema e datas de administração, o resultado do parceiro e o tratamento, tudo no cartão da gestante, com o qual ela dará entrada na maternidade. Os problemas referidos pelos profissionais revelam uma dinâmica dos serviços que não favorecem a atenção à saúde dos homens, como mecanismos frágeis de contato, ausência de referências bem estabelecidas e profissionais pouco capacitados para esse atendimento, delegando-se, em muitos casos, às próprias gestantes, a difícil tarefa de comunicar o diagnóstico de uma IST ao seu parceiro. Fato este que ainda dissemina a idéia de que as demandas dos serviços de saúde são destinadas quase que exclusivamente às mulheres, o fato pode justificar a pouca presença masculina nos serviços de saúde. Conclusões: Há várias fragilidades que afetam a eficiência de tratamento da sífilis gestacional e que foram constatados após a revisão da literatura científica, sendo elas: falhas na assistência ao pré-natal, início tardio do pré-natal, abandono do tratamento pela gestante e também de seu parceiro. Desta forma, estratégias inovadoras são necessárias, visando: à captação precoce das gestantes, inicio do pré-natal no primeiro trimestre gestacional, permitindo o tratamento antes da 24ª à 28ª semana, manejo clínico adequado da gestante e seu(s) parceiro(s), incluindo o aconselhamento sobre a doença e formas de prevenção, importância da constante sensibilização e capacitação dos profissionais de saúde, além da criação de vínculo e sensibilização do paciente. Demonstra também, a importância da capacitação e aperfeiçoamento dos profissionais de saúde perante essa dificuldade, procurando melhorar o modo de relacionar-se com o paciente mostrando a eles o quão é importante as realizações das condutas preconizadas para a cura da sífilis.
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