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Grupos Temáticos

29/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-20B - GT 20 - IST/HIV/Aids, prevenção, diagnóstico e tratamento

31419 - TRATAMENTO E FLUTUAÇÕES NA ADESÃO À TARV: SENTIDOS PERCEBIDOS NAS NARRATIVAS DE JOVENS EM SALVADOR-BA
SILVANA LIMA GUIMARÃES FRANÇA - UNEB, MÁRCIA CRISTINA GRAÇA MARINHO - UNEB, MONICA COUTINHO CERQUEIRA LIMA - FSBA, SANDRA ASSIS BRASIL - UNEB, GLADYS MARIA ALMEIDA SANTOS - GAPA-BA, ROSA BEATRIZ GRAÇA MARINHO - GAPA-BA


Apresentação/ Introdução:
Trata-se de uma pesquisa em parceria com GAPA-BA e UNICEF sobre a compreensão dos desafios da adesão a Terapia Antirretroviral (TARV) em jovens de 16 a 25 anos vivendo com HIV/Aids. Ressaltam-se três trajetórias de vida narradas de forma singular quanto ao tratamento e processo de adesão à TARV. Discutir adesão e buscar compreender seu processo e desenvolvimento no âmbito de jovens soropositivos é extremamente desafiador, sendo um termo que, apesar de parecer óbvio, expressa grande enredamento. A adesão está intimamente associada à vida, dependente de intermediações, envolvendo o cotidiano do indivíduo e a organização dos processos de trabalho em saúde e acessibilidade, não se reduzindo a simples escolha pessoal. Trata-se de um exercício dinâmico e multifatorial que abrange aspectos físicos, psicológicos, sociais, culturais e comportamentais, demandando o desenvolvimento de ações compartilhadas com corresponsabilização de pessoas vivendo com HIV/Aids e profissionais de saúde. Ademais, o processo de adesão visa o fortalecimento da autonomia para o autocuidado, transcendendo a simples ingestão de medicamentos.

Objetivos:
Compreender a percepção de adolescentes e jovens de 16 a 25 anos atendidos na rede pública de saúde e residentes em Salvador – Ba sobre Aids, o viver com HIV/Aids e suas experiências com o uso de medicações antirretrovirais. Buscou-se identificar as dificuldades ou razões para adesão ou abandono à TARV e analisar a relação entre trajetória de viver com HIV/Aids e sua influência no processo de adesão / não adesão à TARV.

Metodologia:
Trata-se de uma pesquisa qualitativa com produção de diferentes histórias de vida de jovens vivendo com HIV/Aids. A história de vida é uma técnica que correlaciona narrativas dos sujeitos às realidades nas quais se encontram imersos e produz análises articuladas entre trajetórias individuais e sociais. A produção dos dados ocorreu de outubro 2018 a janeiro 2019 na cidade de Salvador-Ba. Selecionou-se três histórias de vida de jovens nas idades de 17, 22 e 25 anos. As entrevistas foram realizadas com apoio de organizações parceiras e os jovens atenderam aos critérios de inclusão: vinculação a serviços de atenção especializada; idade entre 16 e 24 anos; diagnóstico confirmado em HIV/Aids e terem iniciado terapia antirretroviral. As entrevistas foram realizadas com foco no escutar, observar e compreender, para posteriormente interpretar a história de vida, desde o momento da revelação do diagnóstico, até a utilização da TARV, de modo que além dos fatos relatados fosse possível identificar a forma como a história era narrada. A pesquisa foi aprovada por Comitê de Ética e financiada pelo GAPA-Ba e UNICEF.

Resultados e Discussão:
As narrativas revelam histórias de vida de três jovens soropositivos e a forma como suas características, perfis e condições de vida repercutem na construção das suas linhas de cuidado e adesão à TARV. Essas histórias apontaram que o primeiro aspecto importante para a adesão à TARV é o Acolhimento nas unidades e serviços de atenção especializada, desde a comunicação do diagnóstico até a realização de exames e tratamento. Também foram identificadas dificuldades de uso da medicação, com situações de descontinuidades e efeitos colaterais significativos. As situações de estigma, preconceito e bullying também surgiram, acentuando as interrupções e descontinuidades nas terapias medicamentosas. Os serviços de atenção especializada foram avaliados como locais pouco atrativos ao público adolescente e jovem e carente de humanização e diálogo. Também se percebeu que os serviços não realizam atividades específicas para a manutenção da adesão à TARV, nem ações de Busca Ativa. Por fim, as narrativas mostraram desafios para mudanças efetivas de comportamentos dos jovens nos processos de adesão.

Conclusões / Considerações Finais:
Esta pesquisa evidenciou que compreender o processo de adesão à TARV de adolescentes e jovens vivendo com HIV/AIDS e os inúmeros fatores que os cercam, tais como: individuais e suas subjetividades, coletivos e seus aspectos socioculturais, redes de proteção (família e amigos), estrutura dos serviços e a atuação de seus profissionais de saúde, requer aproximação ao cotidiano desses sujeitos. A complexidade do exercício da adesão representa um desafio dinâmico e até mesmo oscilante, pois está longe de ter um desenvolvimento linear. Reafirma-se também a importância da metodologia de histórias de vida para compreender profundamente aspectos e nuances concernentes às facilidades e dificuldades da adesão à TARV. Concluiu-se que a adesão é multifatorial e intimamente influenciada pelo desenvolvimento da aceitação da doença pelo sujeito e, consequentemente, pelo exercício de autocuidado, que deve ser mediado pela família, amigos e profissionais de saúde que têm o papel de acolher, escutar, comunicar e aconselhar.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

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